Por: Anderson Gabino
Terroristas armados
invadem um trem da Supervia, e fazem reféns vários passageiros, em um ato de
sobrevivência alguns dos reféns fogem de dentro dos vagões e os terroristas
detonam uma bomba e simultaneamente começam a atirar contra os reféns que
correm na plataforma na tentativa de obterem abrigo e proteção...com este enredo
foi realizado no dia de ontem (16), o maior exercício integrado de
enfrentamento a ameaças terroristas em terminais de transporte público na
estação de trem da Supervia, em Deodoro. Diversas forças, agências e
instituições treinaram juntas em um cenário que simulou ataque com arma de fogo
e explosivos dentro de um vagão, incluindo reféns. Cerca de 800 profissionais
civis e militares de 20 agências se envolveram no exercício, que é parte da
preparação para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Durante a
ação, foram testados os fluxos de informação e os acionamentos operacionais.
Verificou-se também a coordenação das ações no terreno, tais como a
neutralização da ameaça, o isolamento da estação e o atendimento às vítimas.
Os órgãos envolvidos
aproveitaram para treinar os protocolos elaborados e os diversos sistemas de
Comando e Controle que possuem, aumentando, assim, a troca de experiências
interagências e a capacidade de resposta de forma coordenada. A ação
começou ainda na sexta-feira, após a simulação do recebimento de informação da
existência de um núcleo de atividade terrorista em Gericinó. Depois da checagem
pelo setor de inteligência e acionamento do Gabinete de Gestão de Crise, no
Centro Integrado de Comando e Controle, equipes do Comando de Operações
Especiais foram acionadas e conseguiram neutralizar a ameaça. Mesmo assim, no
sábado, informações indicavam uma ameaça de bomba na rede ferroviária. Diante
disso, houve isolamento da área, mas a explosão aconteceu, resultando na
mobilização da força de contingência.
Participaram do
exercício, em parceria com a Supervia: o Coordenador Geral de Defesa de Área
(Forças Armadas); a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes
Eventos, do Ministério da Justiça e Cidadania; a Agência Brasileira de
Inteligência; a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária Federal; a Força Nacional
de Segurança Pública; a Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro; a
Secretaria de Estado de Segurança; a Secretaria de Estado de Saúde; a Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro; a Polícia Civil do Estado do Rio de
Janeiro; o Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro; a
Secretaria de Defesa Civil; o Centro de Operações Rio; a Secretaria Municipal
de Saúde; a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio); a
Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GMRJ); e o Metrô Rio.
O exercício começou
com uma equipe das forças de segurança, que estarão atuando na segurança das estações de
trem, indo até o local onde se encontravam os terroristas para que os mesmos
pudessem avaliar, entender a situação e poder assim avisar ao centro de
controle o que se passava no local, feito este contato prévio, o centro de
controle acionou as equipes Contra Terror (que se encontram em bases próximas
aos CDS's), para a estação de trem. As equipes chegaram divididas em dois
helicópteros do Exército Brasileiro, o desembarque das equipes se deram em um
terreno nos fundos da estação de trem fora da visão dos terroristas.
Após o desembarque dos
mesmos um dos helicópteros (um Pantera) retornou em voo rasante e simulando um
desembarque de equipes via Fast Hope, na missão de iludir e desviar a atenção
dos terroristas, enquanto as duas equipes Contra Terror (Bravo 1 e Bravo 2)
chegavam pelo lado oposto da simulação de desembarque aero móvel, para
conseguirem, assim invadir e tomar o trem. Após a invasão foi feita uma
varredura onde se constatou a presença de uma mochila e foi acionado um grupo
de militares do 1º Btl. DQBRN e Policiais Civis do Esquadrão Anti bomba.
Além das atividades em
campo, todo o monitoramento foi feito pelo Centro Integrado de Comando e
Controle Regional, no CICC, na Cidade Nova, já ativado para acompanhar os
preparativos finais da segurança para o evento. Entre os muitos objetivos
de cada participante, buscou-se identificar os procedimentos a serem aplicados
por tropas militares em situações semelhantes; avaliar o emprego de Forças de
Operações Especiais; e realizar o adestramento de integrantes dos centros de
operações de órgãos de segurança pública, do Esquadrão Antibomba, da equipe de
perícia e da equipe de pronta resposta em operações de resgate, busca,
salvamento, combate a incêndio e atendimento pré-hospitalar.
De acordo com o General
de Divisão Mauro Sinott Lopes, Comandante do Comando Conjunto de Prevenção
e Combate ao Terrorismo, “o exercício foi muito proveitoso, porque permitiu o
trabalho com parâmetros reais de acionamento e de emprego de tropa. Um
exercício dessa natureza é fundamental para que tenhamos a prática de atuação
conjunta, visando a integração entre as forças. Tudo isso dentro de um processo
de melhoria contínua dos procedimentos".
Para o diretor
de operações da Supervia João Gouveia, "a concessionária terá um papel
fundamental no transporte do público durante os Jogos. Este é o quinto simulado
realizado no sistema ferroviário em parceria com a 1ª Divisão de Exército e
forças públicas de segurança com foco em possíveis ameaças externas. Em
paralelo a esse trabalho, teremos cerca de 1.500 funcionários mobilizados no
atendimento ao passageiro nos trens e estações".
Galeria de fotos
Clique para expandir
Nenhum comentário:
Postar um comentário