sexta-feira, 22 de julho de 2016

Esquadra 751 "Pumas", o SAR de Portugal em ação.


Por Yam Wanders


Imagem via Esquadra 751 "Pumas"
Recentemente houve mais um resgate no oceano Atlântico na costa de Portugal, conhecida como um dos locais com as ondas mais intensas e fortes do mundo. Resgate esse de um tripulante de marinha mercante polonês à bordo do navio "Cap Jackson", que, estava a ter um mal cardíaco, e, após avaliado pelos tripulantes, alertaram o SAR de Portugal para a rápida evacuação do mesmo para um hospital.



Foto por Menso Van Westrhenen
Atualmente o SAR de Portugal através da Esquadra 751 "Pumas" é um dos esquadrões que mais efetua salvamentos marítimos devido ao fato de Portugal estar no que podemos chamar de "esquina" da Europa continental junto ao Oceano Atlântico, o que torna a área de responsabilidade de Portugal como uma das mais importantes do mundo devido ao grande afluxo de embarcações de todo o tipo bem como aeronaves que chegam a Europa advindas da América do Sul, Central e Àfrica Ocidental.
A Esquadra 751 "Pumas" hoje contabiliza um numero expressivo de mais de 56 mil horas voadas e 3.319 vidas salvas nesse período.

Uma breve descrição e história do SAR de Portugal e da Esquadra 751 "Pumas"

A Esquadra 751 "Pumas" foi criada em 28 de abril de 1978. Após o período de descolonização, os SA-330 PUMA sofreram ligeiras modificações e foram aplicados na execução de missões de Busca e Salvamento nas áreas de responsabilidade atribuídas a Portugal no âmbito dos seus compromissos internacionais. De salientar que as regiões de responsabilidade de salvamento atribuídas a Portugal, coincidentes com a Região de Informação de Voo (FIR) de Lisboa e Sta. Maria, representam a segunda maior área de responsabilidade do mundo, sendo apenas maior a atribuída ao Canadá. Além de Busca e Salvamento ( SAR ) a Esquadra 751 executa outras missões de interesse público, como é o caso das missões de vigilância marítima, ou no âmbito estritamente militar, o transporte aéreo tático.
Em 2005 a Esquadra 751 passou a contar com o moderno AgustaWestland EH-101 Merlin que veio substituir o consagrado SA-330 PUMA. Este foi um marco extremamente significativo pois permitiu à Esquadra ficar dotada de tecnologia de ponta e também aumentar a sua capacidade de operação. Este aumento de capacidades foi já traduzido centenas de vidas salvas. Após a introdução do EH-101 "Merlin" existiu uma reestruturação do dispositivo SAR (busca e salvamento) nacional e assim os cerca de 100 militares que compões a Esquadra 751 trabalham para que a mesma tenha, 24 horas por dia, 365 dias por ano, uma tripulação de alerta permanente na Base Aérea N.º 6, Montijo, uma tripulação e aeronave no AM3 Porto Santo e duas tripulações e duas aeronaves na Base Aérea N.º 4, Lajes.


Foto por Menso Van Westrhenen

Remontando ao final da década de ‘70, a história da Esquadra 751 escreve-se com a execução das várias missões de Busca e Salvamento, mas também de Transporte Aéreo Táctico e Transporte Aéreo Geral.
Foto por Menso Van Westrhenen

Dos 37 anos de história, realça-se que, neste último ano apenas a esquadra realizou 157 missões de salvaguarda da vida humana, em que uma dessas missões veio a ser a missão mais longa alguma vez realizada pela Esquadra 751, com uma duração total de 07h20 de voo e percorrendo mais de 1300km sem reabastecer. Este compromisso e esforço diário para concretizar estas missões, levaram a que esquadra 751 fosse recentemente reconhecida pela Helicopter Association International com a atribuição do prémio “Sikorsky Humanitarian Service Award”.

Foto por Menso Van Westrhenen
Anteriormente, com o helicóptero SA-330 PUMA, hoje com o EH-101, esta esquadra aérea, além de manter em permanência uma tripulação de alerta na Base Aérea do Montijo, é responsável ainda pela existência de tripulações de alerta a operarem a partir do Aeródromo de Manobra Nº3 – Porto Santo e da Base Aérea n.º 4 – Lajes na ilha Terceira. A partir das referidas ilhas ou do continente, desde a aquisição do novo helicóptero, a Esquadra 751 é capaz de executar missões de busca e salvamento numa área em muito superior à aquela que era capaz com o SA-330, dentro da zona de responsabilidade nacional para a busca e salvamento. Mantendo tripulações prontas para operações a descolarem do Montijo, dos Açores e da Madeira, a Esquadra 751 atinge este ano as 20.000 horas de operação com o helicóptero EH-101 e participou até à data no salvamento de 3203 vidas.
Foto por Menso Van Westrhenen

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