Por: Anderson Gabino
A Marinha do Brasil (MB), por meio
do Coordenador de Defesa Setorial (CDS) Copacabana, realizou nesta quinta-feira
dia 21, nas proximidades da praia de Boa Viagem, em Niterói um treinamento no
qual foi simulado o sequestro de urna embarcação de passageiros da empresa CCR
Barcas. A embarcação utilizada no exercício desatracou do Terminal Araribóia, com 200 militares à bordo simulando passageiros e
tripulantes, os ‘terroristas” que também são militares da Marinha, se
infiltraram no meio dos passageiros e ao desatracar do cais em Niterói,
anunciaram o ato terrorista e fizeram a tomada da Barca.
Ao
serem avisados do atentado em uma das Barcas, o Centro de Coordenação das
Barcas CCR entrou em contato com o Coordenador de Defesa Setorial (CDS) Copecanada,
avisando as autoridades da Marinha do Brasil de um ataque em uma de suas
embarcações. De imediato a Marinha enviou embarcações para o local e deu-se
início das negociações. Neste Exercício a Marinha do Brasil empregou suas equipes
de Negociadores, de Operações Especiais, Comandos Anfíbios e Mergulhadores de
Combate, que foram inseridos por embarcações de assalto e helicópteros, além de
equipes de desativação de artefatos explosivos (DAE), que contam com cães de
faro e equipamento tecnológico.
Todas essas equipes estarão integradas por um
Centro de Coordenação embarcado, para um exercício de retomada e libertação de reféns. “O objetivo deste exercício é treinar
a pronta resposta das equipes envolvidas na proteção e segurança da população
durante a Olimpíada, como as tentativas de negociação, supostamente, foram
infrutíferas, os militares irão invadir a embarcação”, explicou o Capitão de
Mar e Guerra José Augusto Ferreira, chefe do Estado Maior do Grupo Tarefa
Marítimo, responsável pela segurança na orla.
No momento em que se chega à
conclusão de que a negociação não vai ser bem-sucedida, o ato contínuo é a
invasão, o sucesso de uma retomada de uma embarcação está ligado à quantidade
de ações que conseguimos tomar, seja pelo ar, pelo mar ou por debaixo d’água.
Neste caso, fizemos a retomada pela superfície. Após a autorização da torre de controle do
Aeroporto Santos Dumont (que, numa situação real, teria sido fechado diante da
situação de emergência), dois helicópteros chegaram ao local.
Um UH-12 do
esquadrão HU-1 fazia a cobertura aérea do perímetro e tirando um pouco da
atenção dos terroristas para que a outra aeronave um UH-15 do esquadrão HU-2
pudesse chegar sorrateiramente pelo lado oposto e assim realizar um assalto
aéreo de COMANF´s (Comandos Anfíbios, do Corpo de Fuzileiros Navais): ao mesmo
tempo uma outra infiltração ocorria simultaneamente a equipe do UH-15, por meio
de botes táticos onde se encontravam os GRUMEC´s (Mergulhadores de Combate da
Marinha do Brasil) que entraram na barca, para garantir a segurança dos
passageiros.
Neste caso, dois supostos passageiros entraram em pânico e se
jogaram ao mar. Uma “ambulancha” do Corpo de Bombeiros estava pronta para dar
apoio, mas os civis acabaram atingidos pelos terroristas. Segundo o CMG Jose Augusto, o balanço
do treinamento foi “extremamente positivo”: Foi um exercício complexo, que
envolveu a coordenação de diversas equipes: aérea, de negociação, de
salvamento, de interdição, além do apoio de órgãos de segurança pública e do
Corpo de Bombeiros.
Se a Marinha for chamada para responder a esse tipo de
acontecimento, estamos prontos. Nestas operações, sempre há vítimas. Quando
iniciamos uma ação como esta, temos a certeza de que vamos retomar a
embarcação, mas o sucesso maior é que isso seja feito com o número mínimo de
vítimas disse o CMG José Augusto. Com a retomada da embarcação pelos
comandos especiais e a neutralização dos terroristas, duas EDVM (Embarcações de Desembarque de Viaturas e
Materiais) atracaram aos lados da Barca para a retirada dos passageiros que
foram levados em segurança para terra.
Entenda por este breve resumo, o desenrolar da operação:
- Ás 13h00, o Centro de Controle da
CCR Barcas informou o sequestro da Barca Neves V.
- Essa Barca desatracou do Terminal da
Praça XV com destino a Niterói. - Informações iniciais dão conta de 200 pessoas
a bordo.
- Ás 13h10, os navios e embarcações do
Grupo-Tarefa Marítimo interceptaram a Barca, que rumava para a concentração da
competição de vela.
- Ás 13h15, foi estabelecido o
perímetro de segurança.
- Sabemos que os sequestradores são
cidadãos da Bugolávia (mais de 5), falam inglês e reivindicam a independência
da região.
- Ás 13h30, os sequestradores exigiram
a presença da imprensa, para divulgação da sua causa.
- Ás 14h10, enquanto a Equipe de
Negociadores do Comando de Defessa Setorial Copacabana negociava a libertação
dos reféns, os sequestradores exigiram que os jornalistas embarcassem na Barca
Neves V, ameaçando matar reféns, caso a exigência não fosse cumprida.
- Às 14h18, dois reféns foram mortos e
lançados ao mar.
- Dois passageiros, em pânico se
jogaram ao mar, mas foram alvejados pelos terroristas e morreram.
- Às 14h20, as negociações foram
encerradas.
- Às 14h25, as aeronaves e
embarcações, transportando as Forças Especiais da Marinha, partiram para a Cena
de Açäo, para a retomada da Barca Neves
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