Por Rredação OD
Em tom de desabafo, o comandante
militar da Amazônia, General Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, fez críticas ao governo
federal e ao Ministério da Justiça, alegando falta de estrutura e recurso para
realizar operações nas fronteiras. O desabafo ocorreu durante uma coletiva
nesta quinta-feira (7) sobre a 'Operação Traíra', no 61º Batalhão de Infantaria
de Selva (61º BIS), em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Ao G1, o Ministério da Justiça
rebateu alegando que o governo federal já adotou diversas ações para melhorar
as condições das unidades da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal
nas regiões de fronteira em todo o Brasil. A Justiça informou ainda que a
Polícia Federal realiza em média cerca de 40 operações especiais por ano.
"Essas unidades têm prioridade na utilização
dos recursos, seja para reforma ou ampliação das instalações, seja para a
construção de novos prédios e moradias para policiais em locais de difícil
lotação. O Ministério da Justiça, através da PF e PRF, tem também priorizado a
lotação dos novos policiais nas regiões de fronteira". Durante seu
pronunciamento sobre a operação, realizada nas regiões de fronteira com
Bolívia, Peru e Colômbia, em Rondônia (RO) e também no Acre (AC), o comandante
fez críticas sobre a forma como o governo federal "olha" para a
Amazônia.
"Não consegui que o governo federal olhasse para a
nossa Amazônia com outros olhos. Falta estrutura e recurso, não só para as
Forças Armadas, mas também para as polícias e Corpo de Bombeiros. O desejo é que
os órgãos de segurança, juntamente com o Ministério da Justiça sejam mais
efetivos e eficazes no combate aos crimes transfronteiriços", destacou
Theóphilo.
Operação
Traíra
O Exército Brasileiro deu início, na segunda-feira (4),
à Operação Traíra, que tem como objetivo combater os crimes nas regiões de
fronteira com Bolívia, Peru e Colômbia, em Rondônia (RO)
e também no Acre (AC). De acordo com o Exército, aproximadamente dois mil
militares estão participando da ação, que também conta com o apoio das Polícias
Federal e Militar, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A operação está sendo coordenada
pelo Comando Militar da Amazônia (CMA), com participação efetiva do 61º
Batalhão de Infantaria de Selva (61º BIS), de Cruzeiro do Sul (AC); 4º BIS, de
Rio Branco; e 17ª Brigada de Porto Velho. Militares bolivianos e peruanos
também foram convidados e estão atuando como observadores nas regiões
fronteiriças.
A Operaçã Traíra conta com a participação de militares de RO, AC e de países como Bolívia e Peru. (Foto: Junior Freitas/G1) |
FONTE: G1