sexta-feira, 8 de abril de 2016

EUA se unem a parceiros latino-americanos na Feira Internacional Aérea e Espacial do Chile

O bombardeiro B-52 Stratofortress da Força Aérea dos EUA foi a atração mais popular da FIDAE 2016. A aeronave integrou o conjunto de 146 aviões de combate, comerciais e de treinamento militar em exibição. [Foto: FIDAE/Comunicação e Ministério da Defesa do Chile]

Por Carolina Contreras


O caça F-22 Raptors e o bombardeio B-52A da Força Aérea dos EUA (USAF) encantaram a multidão ao sobrevoar Santiago, no Chile, durante a 19ª Feira Internacional de Ar e Espaço do Chile (FIDAE), realizada de 29 de março a 3 de abril. O evento foi organizado pela Força Aérea Chilena (FACh) e contou com a participação de 146 aviões de combate, comerciais e de treinamento militar de 60 países. A FIDAE é considerada a maior feira comercial do gênero na América Latina, e sua 19ª edição foi realizada nas instalações da 2ª Brigada Aérea Pudahuel da FACh, cobrindo uma área de 9.508 metros quadrados.

A feira multisetorial exibiu inovações e avanços tecnológicos em aviação, incluindo manutenção de aeronaves, equipamentos de serviços aeroportuários, tecnologia espacial, segurança interior e defesa. Este ano, a FIDAE reuniu 572 exibidores de 46 países. É a primeira vez que a feira inclui delegações do México, Tailândia, Nova Zelândia, Panamá e El Salvador. “A [FIDAE] tornou-se um local de passagem obrigatório para todas as empresas do mundo aeronáutico. Para ter presença na América Latina, elas sabem que precisam passar por aqui”, disse o Coronel da Força Aérea Fernando Silva, diretor executivo da FIDAE, em entrevista coletiva em 29 de março.
Os primeiros quatro dias do evento tiveram um forte componente comercial, voltado ao público consumidor e autoridades militares e governamentais de vários países interessados em conhecer as inovações, atualizar sua tecnologia e investir. Nos dois últimos dias, a FIDAE abriu as portas à comunidade com exibições aéreas para famílias e amigos. No total, 110.000 pessoas visitaram a exposição. No contexto da feira, “houve uma série de interações, financeiras e tecnológicas, que permitirão o desenvolvimento do setor não apenas no Chile, mas no mundo inteiro”, disse à imprensa o ministro da Defesa do Chile, José Antonio Gómez, durante sua visita ao local. “Estamos satisfeitos porque acreditamos que esta feira significou uma grande contribuição, não apenas para a defesa mas também em termos civis”, diz o Coronel da Força Aérea Fernando Silva.
A Feira Internacional Aérea e Espacial do Chile (FIDAE), realizada entre 19 de março e 3 de abril em Santiago, reuniu 572 exibidores de 46 países. [Foto: FIDAE/Comunicação]


Atrações e inovações
Os EUA tiveram uma das presenças mais destacadas da FIDAE. A delegação, liderada pela Secretária da Força Aérea dos EUA Deborah Lee James, contou com 65 oficiais da USAF. O estande dos EUA exibiu produtos de mais de 95 empresas. A USAF teve duas exibições estáticas de aeronaves, como o Hércules C-130, o Globemaster C-17 e o MQ-1B Predator. A equipe de paraquedismo “Wings of Blue” (Asas de Azul) da USAF também fez exibições, e unidades da Guarda Nacional do Texas conduziram atividades no marco do programa de cooperação com o Chile.
O F-22 Raptor executou exercícios de precisão aérea para mostrar as capacidades desse bimotor de quinta geração para um piloto em combates ar-ar e ar-terra. O F-22 foi desenhado com tecnologia de invisibilidade (stealth), que dificulta sua detecção por radar. A outra atração altamente esperada foi um sobrevoo em 2 de abril do B-52 Stratofortress, um bombardeiro estratégico subsônico de longo alcance, com oito motores de reação, que desde 1954 já foi usado para dissuasão nuclear na Guerra Fria, no Vietnã, na Tempestade no Deserto e na Guerra contra o Terror no Afeganistão e no Iraque. Além de sobrevoar Santiago, a gigantesca aeronave mostrou sua capacidade de reabastecimento durante o voo com um F-5 Tigre III pertencente à Força Aérea do Chile.
Os Estados Unidos tiveram uma forte presença na Feira Internacional Aérea e Espacial (FIDAE) no Chile, com uma delegação liderada pela secretária da Força Aérea dos EUA (USAF), Deborah Lee James, e mais de 65 oficiais da USAF. O estande dos EUA reuniu mais de 95 exibidores. [Foto: Carolina Contreras]
Durante os shows aéreos, o público também curtiu as performances do KT-1, um avião de treinamento básico da Força Aérea Chilena, além do Airbus 350 e de esquadrões de acrobacia aérea de países sul-americanos: a Esquadrilha de Alta Acrobacia “Halcones” (Falcões) da FACh; a Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira; e a equipe civil argentino “Hangar del Cielo” (Hangar do Céu). Os grupos “Wings of Blue” da USAF, o Esquadrão de Boinas Azuis da FACh e a equipe “Juliet Skydivers Chile”, formada somente por mulheres. As atividades culturais incluíram bandas das Forças Armadas, uma feira de tecnologia para tornar a ciência acessível a crianças e adolescentes e uma exibição exclusiva do filme “El Vuelo del Manutara” (O Voo de Manutara), que conta a façanha mundial da FACh ao realizar o primeiro voo à Ilha de Páscoa, há 65 anos. O voo durou cerca de 20 horas e conseguiu fazer a conexão entre a ilha e o continente.
A feira deste ano foi a primeira no mundo a permitir voos de drone em um espaço aéreo restrito. Também contou com a Conferência Latino-Americana de Sistemas Remotamente Tripulados, que abordou as aplicações dos RPAs/UAVs (drones) e as perspectivas dessa tecnologia para os próximos anos. A FIDAE remonta a 1980, quando a Força Aérea Chilena comemorou 50 anos de existência. Para marcar a data, os oficiais criaram a Feira Internacional do Ar (FIDA), uma exibição comercial que buscava se tornar uma plataforma de negócios no país e na região. Em 1990, o setor espacial juntou-se à feira, que ficou conhecida como FIDAE.

Após 36 anos, o desafio continua. “É um grande compromisso de desenvolvimento pelo qual temos trabalhado há muitos anos para consolidar nosso lugar como a primeira feira de ar e espaço das Américas”, afirmou o Comandante-em-Chefe da Força Aérea do Chile, Tenente Brigadeiro do Ar Jorge Robles, durante entrevista aos jornalistas credenciados.
FONTE: Revista Diálogo Américas