quinta-feira, 7 de julho de 2016

Aviões que invadirem espaço aéreo de arenas olímpicas podem ser abatidos, diz ministro da Defesa

O ministro da Defesa, Raul Jungmann - Pablo Jacob / Agência O Globo
Por: Redação OD
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira que qualquer aeronave não autorizada que invadir o espaço aéreo restrito das arenas olímpicas poderá ser abatida. A declaração foi feita durante a apresentação do plano de segurança das Forças Armadas para os Jogos, que reuniu ainda o ministro da Justiça, Alexandre Moraes; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante Ademir Sobrinho; e o Comandante Militar do Leste, general Fernando Azevedo, coordenador geral de Defesa de Área (CGDA). Segundo norma baixada este ano pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Aeronáutica, durante os Jogos serão ativadas zonas de exclusão, que dividirão em três níveis o espaço aéreo do estado.

A branca cobrirá um raio de 72 quilômetros a partir de qualquer arena esportiva (que estão concentradas nas regiões de Copacabana, Deodoro, Maracanã e Barra); a amarela, um raio de 27 quilômetros; e a vermelha, um raio de 7,2 quilômetros. Nas áreas branca e amarela, somente aeronaves autorizadas poderão voar. Na vermelha, os voos terão restrição máxima: somente poucas aeronaves oficiais ou ligadas ao evento terão autorização. É nessa última área que a Força Aérea Brasileira (FAB) poderá, como medida extrema, abater uma aeronave considerada hostil.

— Se qualquer aeronave não reconhecida entrar no espaço aéreo restrito, a Aeronáutica está autorizada a dar tiro de destruição. Nós não estamos aqui para brincadeira — disse o ministro da Defesa.
MEDIDA AFETARÁ VOOS NO SANTOS DUMONT
A ativação de zonas de exclusão afetará os voos no Aeroporto Santos Dumont. Suas operações serão paralisadas por quatro horas e meia (das 12h40 às 17h10), entre 8 e 18 de agosto, durante as competições de vela na Baía de Guanabara. O fechamento deverá impactar mais de 150 mil passageiros, tendo como base uma média de 104 voos cancelados por dia, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Jungmann também afirmou que, pela primeira vez na história da Olimpíada, o Brasil terá um comando internacional de inteligência, com a participação de 97 países, para atuar na prevenção de ataques terroristas e no monitoramento de possíveis ameaças. Durante a apresentação do plano de segurança da área de Defesa, o ministro ressaltou, no entanto, que nenhum desses países registrou qualquer ameaça potencial.
— Temos acesso ao cadastro (de terroristas) mais moderno do mundo, que é o dos Estados Unidos. O secretário de segurança interna dos Estados Unidos entrou em contato conosco e finalizamos convênio com a Polícia Federal para passagem de informações, on-line, de todas as pessoas que embarcarem em aeroportos para o Brasil. Estamos trabalhando com o que há de mais moderno no combate ao terrorismo. Todas as informações, trocando experiência de países como Estados Unidos, Israel, França e etc — afirmou Jungmann.
MINISTRO DIZ QUE TERRORISTA NÃO ESTÁ NO PAÍS
Ex-preso em Cuba, Deyab teria chegado ao Brasil há três semanas - Reprodução
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, reafirmou que não há qualquer indício de probabilidade de ataque terrorista no país. Segundo ele, também não há nenhuma indicação de que o terrorista sírio Jihad Ahmad Deyab, ex-presidiário de Guantánamo, em Cuba, tenha entrado no país. Ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmara que o governo brasileiro procura por Deyab em território nacional. Na semana passada, comunicados internos de empresas aéreas que operam na América do Sul, com alertas sobre a presença do sírio no país, vazaram para a imprensa.
— As autoridades uruguaias nos informaram que ele saiu do Uruguai. Elas perderam o rastreamento dele e pediram para analisarmos se ele estaria em território nacional, pois ele já tentou por duas vezes entrar no Brasil e foi interceptado. Mas não há nenhum indício de que ele esteja em território nacional — disse Moraes.
O general Fernando Azevedo reafirmou que as Forças Armadas vão atuar com policiamento ostensivo nas orlas da Zona Sul e Oeste. Além dessas áreas, o trabalho também será feito em vias especiais, como Linha Amarela, parte da Linha Vermelha e Avenida Brasil, além de ferrovias e do BRT Transolímpico. Pelo menos sete estações da SuperVia receberão reforço de militares do Exército no patrulhamento. Em todas as regiões, os militares poderão atuar com poder de polícia, ou seja: fazer prisões, revistas e investigações.
O esquema de segurança da Olimpíada terá, no total, 85 mil agentes. Só no Rio, serão 67 mil: 22 mil das Forças Armadas e 47 mil de corporações como Força Nacional, polícias Federal, Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros. O restante do contingente estará nas outras cinco cidades onde acontecerão partidas de futebol dos Jogos Olímpicos: São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Manaus.

— Vamos fazer o policiamento ostensivo das vias. Vamos atuar integrados à segurança pública, não substituindo, mas aliviando a Polícia Militar para as ocorrências do dia a dia — disse o general.
FONTE: O Globo

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