quinta-feira, 9 de junho de 2016

Força Aérea Brasileira estuda possibilidade de transferir a Base Aérea de Florianópolis para Canoas no Rio Grande do Sul



Por: Redação OD

A FAB (Força Aérea Brasileira) cogita a possibilidade de transferir a Base Aérea de Florianópolis para Canoas (RS). Os estudos estão sendo feitos pelo Ministério da Defesa, mas ainda não existe nenhuma determinação oficial ou data para o início da mudança, segundo a própria FAB. Diante da possível saída, lideranças políticas de Santa Catarina tentam impedir junto ao ministério que a transferência seja feita para o Rio Grande do Sul. Em maio, a Base Aérea completou 75 anos de instalação no bairro Tapera, no Sul da Ilha. O espaço militar abriga apenas o Esquadrão Phoenix de aviões, porque em 1982 os helicópteros do 2º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação foram transferidos para Campo Grande (MS).

Para evitar uma nova transferência políticos recorreram ao ministro da Defesa, Raul Jungmann. Um encontro foi realizado na semana passada e outro está para ser agendado pelo ministério, com o senador Dário Berger (PMDB) e o deputado federal Mário Mariani (PMDB). De acordo com o tenente­ coronel da reserva da Aeronáutica e vereador da Capital pelo PDT, Waldyvio da Costa Paixão Júnior, a transferência da Base Aérea seria realizada em duas etapas: primeiro seria levado o Esquadrão Phoenix e depois seria deslocada a parte administrativa da unidade. “A maior perda para a cidade seria econômica, porque deixarão de ser gastos aqui mais de R$ 130 milhões/ano, referente aos salários dos quase 1 mil militares que servem na Capital”, disse reserva.


Por meio de nota, a FAB informou que os estudos da Aeronáutica visam a adequação das estruturas às necessidades operacionais e ao cumprimento da missão constitucional. “Neste contexto, é natural que algumas unidades sejam remanejadas, para tal, considera­-se fatores operacionais, econômicos e humanos. Cabe ressaltar que todas as medidas de reestruturação são fomentadas para o aperfeiçoamento da Força”, diz trecho da nota. A FAB esclarece ainda que a Base Aérea de Florianópolis e as unidades nela sediadas não serão fechadas e que nenhuma transferência de esquadrão e aeronaves foi determinada. Mas garante que existem estudos sobre o assunto. Controle aéreo e auxílio durante enchentes

A Base Aérea sedia ainda o DTCEA­FL (Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis), setor responsável pelo controle das aeronaves que chegam, saem ou apenas cruzam o céu. O local conta uma equipe especializada para a produção e divulgação de informações meteorológicas e aeronáuticas. Militares da Base Aérea desempenharam importante papel no socorro às vítimas das enchentes que atingiram o Estado em 1980, em 2008 e 2011. O espaço para implantação de um campo de aviação foi indicado pelos pilotos franceses Saint­Exupéry, Guillamet e Hermoz durante os voos transatlânticos pela capital catarinense, após a criação, em 1923, da Aéropostale, linha aérea francesa para a América Latina. A Base Aérea de Florianópolis foi ativada em 22 de maio de 1941. A unidade pertencia ao Centro de Aviação Naval, criado em 10 de maio de 1923.


Moradores reclamam da falta de trânsito livre Morador há mais de 16 anos do entorno da Base Aérea, Augusto Almeida, 76, afirma que se houver a transferência do espaço militar para o Rio Grande do Sul a comunidade terá melhorias de mobilidade. “Hoje só pode passar ali com passe. Eu tenho e renovei esse ano, mas é cada vez mais difícil conseguir a autorização”, contou. De acordo com Almeida, a comunidade se manifestou na semana passada pedindo pelo direito de ir e vir. “Quem passa pela Base economiza no percurso, mas muitos não podem passar e pegam o trânsito pelo Rio Tavares, que é bem trancado”, disse. “Economizo uns 20 minutos no trânsito porque tenho autorização”, completou Rudinei Fernando, 28.


O direito de ir e vir é a única reclamação dos moradores sobre a Base Aérea. Alguns lembram que muitos militares trabalham no local e há a possibilidade de redução desse efetivo. “Tem bastante militar na Tapera. Não sei ainda ao certo se haverá essa mudança, porque essa história é antiga. Mas, fora a questão da mobilidade, a presença da Base Aérea e de seus militares não interfere em nada”, afirmou o autônomo Ricardo Gomes, 44. O cozinheiro Eduardo Alves Gomes, 40, é filho de militar e adverte que a mudança para Canoas não irá minimizar os problemas de acesso e permissões. “A área é da Marinha, e o acesso continuará a ser restrito. Não mudará nada. As pessoas reclamam das dificuldades de acesso, mas fora os horários de pico, andar pelo trajeto normal é mais rápido do que pela base”, disse.

FONTE: ndonline.com.br

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