Por: Redação OD
A
apreensão dos policiais militares do Batalhão de Ações com Cães
(BAC) na comunidade Rocinha, na última terça-feira dia 03/10, teve um
significado especial para a Corporação, ao atingir a marca de 300
fuzis apreendidos só neste ano de 2017. Trata-se de um número
expressivo, que superou a quantidade dessas armas apreendidas no
mesmo período do ano passado, mas extremamente preocupante. A
marca revela a insuperável capacidade de trabalho da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro, que, mesmo sem ser a sua missão
prioritária e enfrentando um período de grande dificuldade, não
tem medido esforços para reduzir o número de armamentos em
circulação.
E deve servir também como tema de reflexão: é
aceitável que um número tão grande dessas armas de uso restrito,
quase todas fabricadas no Hemisfério Norte, esteja na mão de
criminosos? O Comando da Corporação, assim como as demais
forças de segurança do estado, tem defendido uma articulação
maior entre organismos nacionais e internacionais para conter o
tráfico internacional de armas. Seja ampliando e melhorando o
monitoramento das fronteiras do país, seja adotando uma metodologia
de investigação mais eficiente para identificar e prender os
traficantes de armas que atuam no Brasil e em outros países.
Ao
observarmos a estatística, atualizada diariamente pela Coordenadoria
de Inteligência da Polícia Militar, é possível identificar as
áreas mais conflagradas da região metropolitana. As unidades que
mais apreenderam fuzis nesse período ou são de operações
especiais ou são batalhões convencionais localizados nas regiões
do Complexo da Pedreira, Complexo do Alemão e na Zona Oeste.
Na
lista das armas apreendidas, algumas armas raras.
Na
relação dos 300 fuzis apreendidos pela Polícia Militar até a
noite do dia 3 de outubro deste ano, há algumas armas exóticas para
o mercado brasileiro. Embora raros, esses modelos de fuzis podem ser
municiados com calibres convencionais como 5,56 mm ou 7,62 mm. De acordo
com especialistas, a arma mais exótica nesta relação é um FS2000
calibre 5,56 mm, fabricado pela empresa belga FN Herstal, considerado um
dos fuzis mais modernos do mundo. O exemplar foi recuperado por
policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE),
numa operação realizada na manhã do dia 4 de maio deste ano no
Complexo do Alemão.
Há também na relação de fuzis apreendidos
três exemplares do austríaco Steyr AUG, também de calibre
5,56 mm. Tanto o FS2000 quanto o Steyr AUG tem configuração
“bullpup”, na qual a empunhadura e o gatilho ficam à frente do
carregador. Essa configuração permite diminuir o comprimento da
arma sem ter que diminuir o comprimento do cano. Uma arma
convencional do mesmo tamanho obrigatoriamente usa um cano mais
curto, o que afeta a precisão e alcance do disparo.
Outros
fuzis pouco conhecidos apreendidos pela PM e catalogados pela
Coordenadoria de Inteligência da Corporação:
- VZ .58 – fabricado na República Tcheca, calibre 7,62 X 39 mm (dispara a mesma munição do AK 47);
- T65 – fabricado em Taiwan, calibre 5,56 mm (suspeita-se que tenha sido extraviado do Exército do Paraguai);
- HK33 – fabricado na Alemanha, calibre 5,56 mm;
- FAP – versão de cano pesado do FAL fabricado na Bélgica, calibre 7,62 mm;
- MD 97 – fabricado pela brasileira Imbel (foram recuperados três exemplares provavelmente levados no assalto ao Centro de Treinamento Tático da Cia Brasileira de Cartuchos (CBC). Neste assalto, ocorrido em 2009, foram levados 22 fuzis da empresa);
- AR 15 – fabricação americana, versão calibre 7,62 mm (dispara a mesma munição do AK 47).
FONTE: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
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