domingo, 11 de junho de 2017

Marinha do Brasil realiza na Escola Naval cerimônia alusiva aos 152 anos da Batalha Naval do Riachuelo


Por: Anderson Gabino
Com intuito de relembrar os feitos do Almirante Barroso onde a sua celebre frase “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!", à qual ecoa e se faz mais forte do que nunca nos dias atuais, foi realizada no dia 09 de junho cerimônia em comemoração ao 152º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, Data Magna da Marinha do Brasil, e de entrega de medalhas da Ordem do Mérito Naval, o evento fora presidido pelo Comandante de Operações Navais, o Almirante de Esquadra Sergio Roberto Fernandes dos Santos, e contou com a presença de ilustres convidados Civis e Militares.


Essa condecoração se destina a agraciar autoridades, instituições civis e militares, brasileiros ou estrangeiros, que tenham prestado relevantes serviços no sentido de divulgar ou fortalecer as tradições da Marinha do Brasil, honrando seus feitos ou realçando seus vultos históricos. Foram agraciados Oficiais Generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, assim como Oficiais das três forças e de forças auxiliares como também personalidades civis. Com um cenário perfeito e exuberante, a Escola Naval foi o local ideal aos agraciados, onde muitos dos mesmos um dia ali estiveram como aspirantes, e hoje retornam como homenageados. Ao término da entrega das comendas, foi realizado um desfile em continência ao Comandante de Operações Navais.

O que foi a Batalha Naval do Riachuelo

A Batalha Naval do Riachuelo, é  sem dúvida a maior e o mais importante conflito da Marinha imperial brasileira durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). A vitória travada mudou o destino da guerra e, em consequência, o destino do Brasil, na busca da hegemonia militar e política do Brasil Imperial no cone sul. A Marinha imperial brasileira, na época, era oceânica e não muito própria para navegar nos rios estreitos do cone sul, nossa armada possuía muitos navios de grande porte. Já o Paraguai possuía navios de pequeno porte, apropriados para os meios fluviais, levando vantagem de mobilidade sobre os navios da Marinha Imperial Brasileira.


O controle dos rios, na época era fundamental pois daria a possibilidade de invasão do Paraguai. Aos 11 de junho de 1865 o Brasil estava com alguns de seus melhores navios como a Fragata Amazonas, a Corveta Parnaíba e as Canhoneiras Mearim, Araguari e Iguatemi entre outros navios grandes em um rio estreito, com bancos de areia e calha de navegação pouco profunda. O Paraguai atacou com poucos navios e algumas chatas, todos bem pequenos em relação aos navios Imperiais, e com vantagem conseguiu tomar navios brasileiros nas primeiras horas. Por serem grandes os nossos não atingem com eficácia o alvo.


Os tiros dos canhões passavam por cima das pequenas embarcações oponentes, enquanto que os tiros paraguaios acertavam com facilidade os grandes alvos brasileiros. A batalha chega a uma fase crítica e indecisa. Almirante Barroso determina aos navios brasileiros para jogarem a proa contra o casco dos navios e as chatas paraguaias, no intuito de abaloar e tentar sair daquela zona de desconforto. A fragata Amazonas vendo que os navios paraguaios não tiveram reação, repetiu a operação conseguindo afundar outros navios e a manobra se mostrou eficaz. A esquadra paraguaia que até então estava em vantagem, ver o jogo virar contra e perde 4 embarcações e 4 chatas.


O restante da esquadra paraguaia é surpreendida pela manobra e começa a bater em retirada rio acima, fustigada pelos canhões e elas se distanciam. A batalha está terminada, com vitória da esquadra comandada pelo Almirante Barroso. Os paraguaios perdem seus melhores navios, e a flotilha brasileira continua atuante por ter apenas sofrido algumas poucas avarias. Com a “retomada” dos rios, os brasileiros passam a controlar o transporte de tropas, o abastecimento de mantimentos e armamento, como também alcançaram outros pontos do Paraguai por vias fluviais.


A vitória foi decisiva para a Tríplice Aliança que passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia platina até a fronteira com o Paraguai, garantindo todo o apoio logístico às forças de terra e bloqueando qualquer ajuda ou contato de López com o exterior. A partir daí foram construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, navios menores, mais apropriados para aquelas águas, resultando na derrota total do Paraguai na guerra. Ficaram famosas na História Militar Brasileira as mensagens transmitidas às embarcações brasileiras pelo Almirante Barroso, através da sinalização de bandeiras:


"O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever! (..) Sustentar o fogo, que a vitória é nossa!"

Referência bibliografia: Revista Eletrônica do Clube Naval (Issn 0102-0382 • ano 123 • Nº 374 • ABR/MAI/JUN • 2015)





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