quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Morte branca: A arte de camuflagem dos batedores e tanquistas russos


Por: Redação OD

A arte da camuflagem sempre foi um dos lados mais fortes do soldado russo. Durante décadas, os militares inventaram e aplicaram na prática muitas técnicas de escaramuças que os permitiram surpreender seus adversário. Os treinos pouco diferem do reide real contra a retaguarda do inimigo: assim como na guerra, os soldados não devem ser notados, movendo-se sem fazer barulho e usando efetivamente o terreno para ganhar vantagens. Nesta semana, batedores militares de reconhecimento da base militar russa de Gyumri deram início aos exercícios de inverno.

Técnica combinada


Uma das instruções mais abrangentes dos soldados continua sendo o Manual de 1985, publicado pela editora militar do Ministério da Defesa russo, Voenizdat. Segundo estas instruções, durante inverno, o qual é o período do ano mais difícil para camuflar as tropas pois o fundo da neve, por conte de sua homogeneidade da superfície, dificulta a camuflagemjá que na neve são bem visíveis os vestígios da atividade das tropas e objetos militares, em especial se observados do altoAo mesmo tempo, a neve é um material em livre acesso, e as nevadas ajudam a esconder objetos e vestígios. No inverno, a camuflagem principal utilizada é um roupão especial coberto de tinta de proteção branca. Em um campo cheio de neve, o soldado se torna invisível ao inimigo caso não haja vegetação ou buracos. Se a neve estiver um pouco derretida, o roupão é coberto por manchas escuras. Muitos dos roupões são produzidos em dupla face para dar a chance de o militar trocá-lo pelo avesso.

Faixas e snorkel de 'tromba'


Para disfarçar o rosto, oficiais de inteligência vestem máscaras de tecido com pequenas aberturas nas regiões dos olhos, nariz e boca. As máscaras podem vir com “snorkel” em forma de tromba, para que o ar condensado não seja liberado e percebido pelo inimigo. Além disso, o snorkel ajuda a conservar o calor. Quanto às armas, elas podem ser facilmente disfarçadas com faixas brancas do kit de primeiros socorros individual. Os batedores prestam atenção especial à neutralização do barulho. Por exemplo, durante a Grande Guerra pela Pátria (Segunda Guerra Mundial), os soldados antes de pisarem na neve jogavam casacos de pele pelo solo para abafar o barulho das pegadas sem deixar vestígio algum.

Rede e jornais


A coisa mais difícil é saber esconder os equipamentos militares por causa dos seus tamanhos e de suas formas geométricas. O manual ensina ser completamente proibido posicionar equipamentos e armas militares sem as camuflagens de inverno. Eles devem ser enterrados em buracos de terra para contrastar com a neve. A coisa mais difícil é esconder equipamento no período entre as estações de ano quando a cor branca não é predominante. Neste caso, todos os equipamentos são pintados em três cores. Com a chegada da neve, são repintados de branco.


Para lidar com formas geométricas diferentes, as partes sobressalentes normalmente são mais escuras, e as encurvadas são mais claras. Se for necessário usar em combate as reservas blindadas que não foram disfarçadas por falta de tempo, os soldados terão de dar um jeito de camuflá-las, como por exemplo, utilizar uma rede branca, já que ela esconde as formas dos equipamentos militares. Em fevereiro de 2017, tanquistas bielorrussos acordados por sirenes de ataque, e literalmente em meia-hora conseguiram "pintar" seus veículos militares na cor do inverno. Eles encontraram em algum lugar jornais velhos, molharam as folhas e cobriram o equipamento. O frio somente ajudou a fixar as folhas ao ferro dos equipamentos. Assim, mais uma vez os tanquistas provaram que a sagacidade dos soldados não tem limites.

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