Por: Redação OD
A nova espinha dorsal da Aviação de Transporte da Força Aérea
Brasileira (FAB) vai começar a ganhar forma no próximo ano. A Ala 11, no Rio de
Janeiro (RJ), receberá as duas primeiras unidades do KC-390, o maior avião
militar já desenvolvido e fabricado no Brasil. Enquanto dois
protótipos avançam na campanha de testes, a primeira aeronave de série já está
em produção na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
"É um
projeto importantíssimo e está em fase final de desenvolvimento. Nós já devemos
ter a aeronave operando em nossas organizações a partir de meados do ano que
vem", afirma o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo
Luiz Rossato. As 28 unidades
encomendadas deverão substituir a frota de C-130 Hércules, operada pela FAB
desde 1964. Os novos aviões cumprirão missões como operar em pequenas pistas na
Amazônia, lançar paraquedistas, reabastecer outras aeronaves em voo, pousar na
Antártica e lançar carga em pleno voo, dentre outras.
O compartimento
de carga do KC-390 tem 18,54 metros de comprimento, 3,45 de largura e 2,95 de
altura. Maior que uma quadra de vôlei (18,00 metros de comprimento), o espaço é
suficiente para acomodar equipamentos de grandes dimensões, além de blindados,
peças de artilharia, armamentos e até aeronaves semidesmontadas. O blindado
Guarani, por exemplo, cabe dentro do compartimento de carga do KC-390. Também podem ser
levados 80 soldados equipados ou 64 paraquedistas em uma configuração de
transporte de tropa ou 74 macas mais uma equipe médica em uma configuração de
evacuação aeromédica. O peso máximo para cargas é de 23 toneladas, havendo
ainda a possibilidade de levar 26 toneladas caso o peso seja concentrado no
centro de gravidade da aeronave.
Com 23 toneladas
de carga a bordo, o KC-390 pode voar até 2.730 km de distância. Se a carga for
de 14 toneladas, o alcance sobe para 4.914 km, o suficiente para sair de Manaus
(AM) e ir até a Cidade do México ou Santiago, no Chile. Sem carga, em voo de
traslado, é possível percorrer até 5.958 km de distância. Esses números são
alcançados porque os tanques da aeronave podem levar 23,2 toneladas de
combustível, além de o avião também poder ser reabastecido em voo. O KC-390 tem
ainda os equipamentos necessários para transferir parte do combustível para
outros aviões e helicópteros, podendo realizar duas operações de
reabastecimento em voo ao mesmo tempo.
Um KC-390 poderá reabastecer, inclusive,
outro KC-390, ampliando a autonomia do segundo. Outros “clientes” deverão ser
os caças F-39 Gripen NG, F-5EM e A-1M. A autonomia
também pode ser usada para missões de busca, com horas de voo dedicadas a
localização de uma embarcação naufragada, por exemplo. Para essa missão, além
de contar com postos de observação, o KC-390 é equipado com o radar Gabbiano
T20. No modo de acompanhamento de alvos, o equipamento pode rastrear mais de
200 embarcações simultaneamente, podendo ainda ser usado no combate a
atividades ilegais, como pesca predatória e pirataria.
É possível também
utilizar o radar para identificar manchas de óleo ou realizar o mapeamento de
áreas terrestres. "O KC-390
será a espinha dorsal da aviação de transporte da Força Aérea Brasileira. Da
Amazônia à Antártica, a frota de 28 aeronaves terá um papel fundamental para os
mais diversos projetos do Estado brasileiro, da pesquisa científica à
manutenção da soberania", explica o Comandante da Aeronáutica. "A
importância do KC-390 se explica não só pela capacidade de exportação e geração
de riquezas, mas a criação de 8.500 empregos”, completa o Tenente-Brigadeiro
Rossato.
FONTE: CECOMSAER
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