Por: Redação OD
A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou, na manhã desta quinta-feira
(14/07), o planejamento para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, em
entrevista coletiva realizada no Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA), no Rio de Janeiro. Foram detalhadas as ações de gerenciamento do fluxo
de tráfego aéreo, defesa aérea e missões em terra, como a recepção aos chefes
de Estado, abordagem a aeronaves que realizaram pouso obrigatório e, também,
defesa biológica, química, radiológica e nuclear. Mais de 15 mil militares da
FAB e 80 aeronaves estão envolvidos nessas atividades.
O Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar
Carlos Vuyk de Aquino destacou a importância do papel da sociedade na
consecução dos objetivos ligados à segurança e defesa. “É fundamental
colocarmos para a sociedade o nosso planejamento. Devemos ter em mente que não
são só as Forças Armadas bem equipadas e bem treinadas que provêm a segurança,
mas precisamos também de uma sociedade bem informada a respeito do que
fazemos”, afirmou o Tenente-Brigadeiro Aquino.
O espaço aéreo terá regras especiais durante o período dos jogos, com
restrições para sobrevoo na cidade do Rio de Janeiro. Serão ativadas
três áreas de restrição: áreas branca, vermelha e amarela, com diferentes
proibições de voo. Voos de ultraleves, saltos de paraquedas, voos de parapente
e de aeronaves remotamente pilotadas (RPA), por exemplo, são algumas das
categorias que serão afetadas pelas medidas de restrição durante os jogos. Nas
cinco áreas vermelhas, cada uma com 7,4 quilômetros de raio, estabelecidas
sobre os complexos esportivos, só poderão voar aeronaves que possuam
autorização expressa do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMBADRA).
As medidas de restrição no espaço aéreo estão disponíveis no Guia Prático de
Consulta sobre as Alterações do Espaço Aéreo para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos, e foram divulgados à comunidade aeronáutica em documento técnico
publicado em 15 de dezembro de 2015. Segundo o Comandante do COMDABRA,
Major-Brigadeiro do Ar Mário Luis da Silva Jordão, as proibições ocorrem
em função da necessidade de prover segurança. “É importante ressaltar que todo
procedimento de segurança gera regras, e essas regras podem gerar algum tipo de
desconforto e restrição. Não há dúvidas de que temos que dar toda a atenção à
segurança. Essas áreas foram delimitadas em reuniões exaustivas, de modo que a
aviação geral e regular tivesse condições de operar durante os jogos”,
esclareceu o Major-Brigadeiro Jordão.
Mesmo com as restrições na circulação aérea e
o aumento do tráfego aéreo decorrente do fluxo de delegações, autoridades e
Chefes de Estado, turistas e profissionais da imprensa do mundo todo, as ações
da Força Aérea foram planejadas para causar mínimo impacto às ações da aviação
civil e à rotina do passageiro. A expectativa é que ocorram 270 mil embarques e desembarques
na cidade do Rio de Janeiro durante quatro dias de pico, no início das
Olimpíadas. Somente para o dia 22 de agosto, um dia após o final dos Jogos
Olímpicos, são estimados 405 mil passageiros nos dez aeroportos envolvidos no
esquema especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Para garantir a fluidez do tráfego aéreo e solucionar rapidamente
qualquer situação que possa afetar a regularidade das operações aéreas como,
por exemplo, problemas meteorológicos, será ativada, no Centro de Gerenciamento
da Navegação Aérea (CGNA), no Rio de Janeiro, a Sala Master de Comando e
Controle. A Sala Master reúne, em um ambiente voltado à coordenação de ações e
tomada conjunta de decisões, 24 horas por dia, representantes de ministérios,
secretarias, agências governamentais, empresas aéreas e todas as demais
organizações envolvidas direta ou indiretamente na estrutura do transporte
aéreo do Brasil.
A Sala Master funcionará de 20 de julho a 24 de setembro.
Segundo o chefe do CGNA, Coronel Aviador Luiz Roberto Barbosa Medeiros, a Sala
Master contará com o Sistema de Gerenciamento de Voos Olímpicos e Paralímpicos
(SVOP), um software desenvolvido especialmente para as Olimpíadas. Dentre as
ações de preparação, o Programa de Simulação de Movimentos Aéreos (PROSIMA)
teve uma edição especial para o treinamento dos controladores de tráfego aéreo
para o treinamento dos controladores de tráfego aéreo para os Jogos Olímpicos,
com ênfase na fraseologia em língua inglesa e na simulação de aumento do
tráfego aéreo e de ameaças.
Em terra, militares da Infantaria da Aeronáutica
estão prontos para manter a segurança das bases aéreas e demais instalações da
FAB e, ainda, atuar como batedores em comboios de autoridades. No caso de
aeronaves que tenham sido interceptadas pela defesa aérea e forçadas a pousar,
grupos com treinamento especial farão a abordagem em solo na Base Aérea de
Santa Cruz (BASC). As ações de segurança em solo são coordenadas pelo Terceiro
Comando Aéreo Regional (III COMAR). “Realizaremos na Base Aérea do Galeão todos
os serviços que acontecem em um voo internacional ao chegar em um aeroporto no
Brasil. Temos a capacidade de receber três chefes de Estado a cada 20 minutos”,
explicou o Comandante do III COMAR, Major-Brigadeiro do Ar José Euclides da
Silva Gonçalves. Assista, no vídeo abaixo, aos principais momentos da coletiva:
FONTE: CECOMSAER
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