terça-feira, 3 de julho de 2018

Arqueólogos da agência de Defesa POW/MIA Accounting Agency (DPAA), encontram piloto desaparecido há 75 anos

Mergulhador militar francês nadando sobre destroços do avião norte-americano P-47 Thunderbolt, perto da ilha de Córsega.
Por: Redação OD

Repousando no leito do mar, à uma profundidade de 18 metros e diante de um dos mais belos visuais da Córsega, uma equipe de arqueólogos americanos (especialistas em busca de desaparecidos), auxiliados pela Marinha francesa, buscam os restos mortais de um piloto norte-americano que caiu no mar desta região durante a Segunda Guerra Mundial, no cumprimento da promessa em levar de volta para casa, todos os seus militares. "É uma questão de honra para o governo americano: não deixamos ninguém para trás, mesmo os que tombaram no campo de batalha. É uma promessa que cumpriremos, inclusive hoje, 75 anos depois", explica Simon Hankinson, cônsul-geral dos Estados Unidos em Marselha, e que acompanha de perto as buscas a partir do Pluton, navio-base dos mergulhadores da marinha francesa. 

Funcionário da DPAA analisando destroços do avião norte-americano
P-47 Thunderbolt a bordo do navio francês FS Pluton M622.
Diante da costa oriental da ilha da Córsega, ao sul de Bastia, dez mergulhadores franceses e dez americanos exploram desde o último dia 25 de até esta terça (03) o fundo do Mediterrâneo, na busca de restos que permitam identificar o piloto de um caça P-47 Thunderbolt que caiu no mar em 1944. A 30 metros de distância dali, repousa outro P-47, mas seu piloto conseguiu sair da aeronave. "Estes projetos de recuperação levam anos", explicou Dan Friedman, tenente da Marinha americana, responsável por esta missão de busca para a agência americana de Defesa POW/MIA Accounting Agency (DPAA), agência esta do Departamento de Defesa americano, a qual foi encarregada de encontrar os corpos de 83.000 militares americanos prisioneiros de guerra ou tombado nos combates desde a Segunda Guerra Mundial; 27.500 estariam no Mediterrâneo, e dos quais 8.000 poderiam, segundo estimativas, ser encontrados, e assim 'Fechar um capítulo da história', finaliza o tenente.

Mergulhador francês olhando para os destroços do
avião norte-americano P-47 Thunderbolt, perto da ilha de Córsega.
Debaixo d'água, mergulhadores franceses tentavam recuperar, na segunda-feira, com a ajuda de uma máquina aspiradora, os sedimentos em volta do aparelho, delimitado minuciosamente por seus colegas americanos. "Aplicamos os mesmos métodos em que é feita a arqueologia em terra, é preciso sermos muito minuciosos e precisos para não deixarmos passar nenhum osso ou detalhe", explica o comandante do Pluton. Colocados em uma caixa metálica que flutua na superfície, estes sedimentos são depois transferidos a algumas dúzias de frascos que depois são revisados por especialistas americanos. "Separamos as provas potenciais que submetemos a uma limpeza profunda para ver se há um número de série", explica Ezra Swanson, um engenheiro do exército americano de 30 anos, enquanto busca com suas mãos em meio a pequenos pedaços metálicos.

Todos esses elementos vão ser enviados mais tarde a dois laboratórios da DPAA, situados no Havaí e Nebraska, para serem submetidos a testes de DNA. "É como uma investigação policial, são provas, não podemos revelá-las enquanto o caso não estiver resolvido", aponta Peter Bojakowski, arqueólogo submarino da DPAA, que confia em que o piloto será identificado "tendo em conta a quantidade de provas encontradas".Entre os elementos levados até agora à superfície, há "um fragmento da placa pessoal de identificação do piloto, solas de borracha, seu relógio e ossos", detalha o comandante do Pluton. Estas descobertas serão decisivas. "Quando são descobertos os restos de alguém que morreu há 75 anos, é avassalador para a família (...), mas permite fechar um capítulo da história", aponta o cônsul. Os restos do piloto serão enterrados, como desejar sua família, ou no cemitério nacional de Arlington, em Virgínia, ou em um dos cemitérios americanos na França.








*Com informações da agência de notícia AFP, Fotos: BORIS HORVAT

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