Por: Redação OD
A
Airbus Defence & Space, braço militar e de serviços aeroespaciais
da multinacional francesa, acredita que os detalhes do novo programa
espacial brasileiro serão conhecidos em meados de julho, o que
possibilitará à empresa uma noção mais clara dos serviços que o
governo terá de contratar. De olho nessas oportunidades, a companhia
está promovendo, esta semana em Brasília, um simpósio para
discutir com autoridades brasileiras as principais necessidades do
país no campo de "observação da Terra", um dos
principais serviços oferecidos pela área espacial da Airbus.
Vice-presidente responsável pela América Latina, Stephen Roux disse
a imprensa que apenas oficiais das Forças Armadas e poucos
representantes civis do governo foram convidados para o "Earth
Observation Day", que termina hoje na capital federal.
Imagem Ilustrativa |
O
objetivo do evento é apresentar as principais soluções da empresa
no segmento de observação, onde o Brasil está relativamente
atrasado. Prova disso é a vinda de um representante da Agência
Espacial Peruana, que apresentou aos vizinhos brasileiros a
capacidade de seu sistema. "Nesse campo particular da
observação, o Peru mudou profundamente em 2016, quando nós
lançamos o mais poderoso sistema de observação já construído na
América Latina", disse Roux. O aparato, de altíssima
resolução, permite visualizar, via satélite, objetos de até 70
centímetros. "É um 'benchmark' a ser apresentado para as
instituições brasileiras", disse o executivo. Os serviços de
observação têm uma série de funcionalidades, militares e civis.
Podem ser usados no monitoramento de fronteiras, prevenção de
desastres naturais, planejamento agrícola e gestão de recursos
hídricos. As imagens podem ser captadas por meio de satélites
próprios ou contratados de empresas como a Airbus. No
caso brasileiro, o programa espacial e o lançamento recente do
primeiro satélite geoestacionário atestam o objetivo de dar mais
autonomia ao país nesse segmento.
Há, no entanto, muito a ser
feito. "Não sei se posso dizer que o Brasil está atrasado, mas
sim que ainda há muito a fazer no campo da observação. Hoje
percebemos que isso está mais claro na cabeça dos tomadores de
decisão. Então, é o tempo certo para acompanharmos isso, trocar
visões e entender o mercado", disse Roux. O executivo afirmou,
no entanto, que a empresa não está em busca de aquisições no país
e que a estratégia passa por parcerias que tornem a Airbus cada vez
mais "nacional". "Nós não estamos buscando
aquisições. Estamos, sim, atrás de parcerias. Por que? Porque nós
queremos, assim como nossos colegas de helicópteros da Helibras, ser
brasileiros", afirmou o vice-presidente. Apesar da crise e de
interrupções de investimentos do governo, que acarretaram, por
exemplo, no cancelamento da compra de uma aeronave militar, Roux
reafirmou a confiança no Brasil. "Não vamos nos envolver na
política do país. Queremos acompanhar a tendência e nos adaptar à
situações, mas continuamos otimistas. Ainda acredito que haja
necessidades na agricultura, controle de fronteiras. O calendário
político está fora do nosso controle, mas queremos manter nossa
presença", disse.
*Com informações do Jornal Valor Econômico
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