Por: Redação OD
O
1º Pelotão Especial de Fronteira (1º PEF) é um exemplo do
amálgama que o Exército Brasileiro cultua desde Guararapes, quando
brasileiros de diferentes etnias se uniram em prol da Nação. Nossos
brasileiros de etnia indígena atuam lado a lado com a Força
Terrestre, na defesa da Pátria, missão constitucional do Exército
e fundamental para manter a soberania do Brasil. Conhecedores da
selva, converteram-se no combatente ideal para uma região com as
peculiaridades da Amazônia, com uma extensa fronteira externa e
dificuldades logísticas exacerbadas.
Atualmente,
são 12 militares da etnia Tiriós no 1º PEF, organização militar
localizada no Parque do Tumucumaque, sem acesso por rios ou estradas.
A área abriga cerca de dois mil índios e 50 militares do Exército
Brasileiro e da Força Aérea Brasileira (FAB). Tiriós está a cerca
de 10 km da fronteira com o Suriname (com quem faz divisa), dista 594
km de Macapá (AP) e 940 km de Belém (PA). Seus moradores têm como
dialeto o Tiryió e vivem do plantio, colheita, pesca e caça.
Como
o Exército chegou à região
O
Marechal Cândido
Mariano Rondon,
Patrono da Arma de Comunicações, é descendente das etnias Bororó,
Terena e Guará. Como desbravador da fronteira oeste brasileira e da
Amazônia, no final da década de 1920, em viagem de inspeção,
estabeleceu o primeiro contato com os índios Tiriós. Dez anos
depois, a Comissão Brasileira Demarcadora de Limites, chefiada
por Brás
Dias de Aguiar,
encontrou os índios Tiriós nas margens do Rio Paru do Oeste. A
partir da segunda metade da década de 1940, começou uma série de
contatos com garimpeiros e mineradores. De 1959 a 1969, iniciou-se a
chamada “fase missionária”, com a implantação do trinômio
FAB-Missão-Índio, que aumentou o contato com os índios,
principalmente com a assistência provida pela FAB.
Em
1985, uma expedição composta de um grupo de militares do 2º
Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS) recebeu a missão de ir à
fronteira do Brasil com o Suriname, na região próxima da aldeia dos
Tiriós, tendo, então, implantado um destacamento. Em 2002,
iniciou-se a construção das instalações do Pelotão Especial de
Fronteira e, no ano seguinte, sua ocupação propriamente dita,
nascendo o 1º PEF. Na
Comunidade Indígena Missão Nova, a atividade missionária junto aos
índios prossegue, tendo, ainda entre eles, a presença do
Frei Paulo,
que atua na área desde abril de 1969, antes da criação do 1º PEF.
Para ele a situação por lá melhorou bastante com a chegada do
Exército. “Eu sou testemunha de coisas negativas que vieram de
fora, a gente pensava que era invasão. Eram coisas que a gente não
podia resolver. E quando chegou o Exército, as coisas melhoraram”,
explicou. Ele se refere à vinda de drogas pela fronteira e de
garimpeiros, sem que pudessem impedir. Ele explica ainda que, “depois
que o Exército fez as primeiras prisões de garimpeiros, as coisas
se modificaram”.
Visita
do Governador do Estado do Pará, um reconhecimento ao PEF
Nos
dias 20 e 21 de outubro, o Governador do Estado do Pará, Simão
Jatene,
esteve em visita ao 1º PEF, em Tiriós, ao Destacamento de Controle
do Espaço Aéreo (DTCEA) e a uma comunidade indígena da etnia
Tiriós. Na
ocasião, o Governador foi recebido em uma solenidade militar no PEF,
onde destacou a importância da integração entre o militar e o
paraense indígena que habita a região, “criando cooperação
técnica e de toda ordem, para facilitar o cumprimento de uma missão
tão importante para todos nós, paraenses, e para todos nós,
brasileiros”, salientou.
Em seguida acompanhou uma apresentação
do comandante do 2º BIS, organização militar responsável pelo
pelotão. Na sequência, conheceu a estrutura do pelotão e do DTCEA. Na
continuação de suas atividades, o Governador visitou a comunidade
indígena Missão Nova, onde teve encontros com lideranças locais,
dentre eles o Cacique Shimetu
Tadeu Tiriyó e
o Frei Paulo.
O objetivo foi tratar de assuntos de interesse para o desenvolvimento
social do índio paraense, que habita a região de Tiriós,
oportunidade que propiciou um diálogo de cooperação mútua e de
amizade.
FONTE: Agência Verde Oliva e CMN
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