sábado, 14 de abril de 2018

General do Exército Brasileiro foi escolhido para chefiar missão da ONU na República Democrática do Congo

General Elias Rodrigues Martins Filho durante palestra ao exército dos EUA, em 7 de outubro de 2015 (Foto: U.S. Army Photos by Dan O. Neal)
Por: Redação OD
O general de divisão do Exército Brasileiro Elias Rodrigues Martins Filho foi nomeado nesta sexta-feira (13) como novo comandante militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo, a MONUSCO. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Martins Filho substitui o sul-africano Derrick Mbuyiselo Mgwebi, que ocupou o cargo durante dois anos. Antes dele, outro brasileiro já chefiou a missão, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, no período entre 2013 e 2015. 


A MONUSCO reúne mais de 18 mil pessoas e recebe contribuições de mais de 30 países. Martins Filho foi nomeado após mais de 35 anos de carreira militar e deixa o cargo de subchefe do Escritório de Organismos Americanos do Ministério da Defesa do Brasil. Também já atuou como vice-conselheiro militar da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas (2001-2003) e oficial de Equipe da Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola em 1995 e 1996.
Fome e violência

A República Democrática do Congo, localizada na África Central, é rica em recursos naturais, mas enfrenta graves conflitos e a maior parte de sua população vive em situação de pobreza extrema. Segundo dados, ao longo de 2017, 1,7 milhão foram forçados a abandonar suas casas, de acordo com grupos de ajuda humanitária - que ressaltam que a República Democrática do Congo é um dos países mais afetados pelo chamado deslocamento em decorrência de conflitos (“conflict displacement”, na expressão em inglês). Uma grande guerra civil entre 1997 e 2003 ceifou milhões de vidas como resultado dos combates, de doenças ou da fome.Muitos outros países vizinhos foram atraídos para essa guerra civil, que ficou conhecida como a Grande Guerra da África. Depois que ela terminou, os conflitos não pararam, com grupos armados ainda espalhando violência. 


Em 2015, pessoas foram mortas em protestos contra mudanças na lei que opositores do governo afirmavam que serviriam para tornar mais fácil a permanência do Presidente Joseph Kabila no poder. A recusa dele em deixar o cargo após o fim do seu mandato também é apontada como ponto crucial para que as tensões e a violência permaneçam na área. A segunda gestão de Kabila – que seria, portanto, a gestão final – terminou oficialmente em dezembro de 2016, mas não foram realizadas eleições para decidir quem assumiria seu lugar. Um acordo político foi alcançado, o que significava que Kabila permaneceria até o final de 2017, contanto que trabalhasse em conjunto com outras pessoas. Mas as eleições foram remarcadas para o final de 2018.

*Com Informações do G1

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