segunda-feira, 5 de março de 2018

Comandante da Marinha defende a continuidade de um militar no Ministério da Defesa

Por: Redação OD
O comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, defende que o governo deixe o Ministério da Defesa sob chefia de um militar. Na última semana, após nomear o general Silva e Luna como ministro interino, Temer afirmou que, em breve, recolocará um civil no posto. Desde sua criação em 1999, o ministério era comandado por civis. "Um militar, como qualquer outro profissional escolhido pelo presidente da República, pode sim chefiar o Ministério da Defesa. Anteriormente, profissionais de outras carreiras de Estado já exerceram esse cargo, e não há qualquer razão para que um militar não possa exercê-lo. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, o atual ministro da Defesa é um fuzileiro naval de carreira", disse o Almirante, e aproveitando para destacar que para o governo, ou para qualquer outra pasta, pode-se optar por um político ou um técnico, e que, desta vez, Temer indicou um técnico. E minimizou as críticas à indicação de um militar para o comando do Ministério da Defesa. "Em um Estado democrático de direito, nada mais natural do que haver opiniões divergentes quanto às ações políticas dos nossos governantes", afirmou o almirante.
Ele negou que haja desentendimento entre as três Forças sobre quem deve chefiar a Defesa: "As Forças Armadas vivem um ambiente de extrema cooperação e, em atuação conjunta, buscam cumprir as missões a nós atribuídas. Não há a mínima restrição à indicação de um general para o cargo de ministro da Defesa, até porque essa escolha é prerrogativa do presidente. Adicionalmente, no caso em questão, o general Silva e Luna conta com larga experiência no cargo de secretário-geral do Ministério, e se desincumbe de suas funções de maneira competente e equilibrada".

Apesar das indicações de que Temer quer indicar um civil para ficar até o fim do governo no Ministério da Defesa, oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica estão se movimentando para garantir a permanência do general Joaquim Silva e Luna no comando da pasta. O presidente decidiu colocar um civil no comando da Defesa depois da repercussão negativa da nomeação de um general para o cargo idealizado para um civil, e também por causa de relatos de descontentamento na Marinha e na Aeronáutica pela subordinação a um oficial do Exército.Segundo um oficial, os militares "estão dando a alma" para ajudar o governo Temer e, por isso, acreditam que não merecem tratamento "de segunda linha". 

Ao traduzir o pensamento do grupo que representa, este oficial diz que tirar Silva e Luna do comando da Defesa só porque ele é um militar seria discriminação às avessas. Esta discriminação contra um militar é inaceitável. A pressão é para que ele (Silva e Luna) fique. E a pressão vem das três forças - afirma o oficial, negando que haja ciúmes de comandantes da Marinha e Aeronáutica, pelo fato de Luna ser do Exército. Militares das três Forças têm defendido a permanência de Silva e Luna. Os militares são chamados para matar mosquito (da dengue), fazer campanha de vacinação, construir estradas e pontes. São chamados para muitas coisas. Mas não servem para ser ministro da Defesa ? E de outras áreas, pode ? - indaga um outro oficial de alta patente.

*Com Informações do Jornal O Globo

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