Por: Redação OD
A Marinha do Brasil, por intermédio com 9º Distrito Naval (9º DN), em apoio as forças de seguranças, enviou um pelotão de fuzileiros navais e um navio-patrulha para o Município de Humaitá (698 Km de Manaus), no Sul do Amazonas, onde desde a última sexta-feira (27),
acontecem ataques de grupos de garimpeiros contra órgãos ambientais
do Governo Federal. Na sexta, sedes e carros do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e
do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) foram incendiados em retaliação à operação Ouro Fino,
de combate ao garimpo ilegal de ouro no rio Madeira, que tem apoio da
Marinha, Exército e Força Nacional.
Não
houve feridos nos ataques. Em nota, o comando do 9º Distrito Naval
informou que o deslocamento dos militares busca “garantir a
segurança de seus militares e familiares, de suas instalações e de
seus meios em Humaitá”. “Na operação, a Agência Humaitá
atuou dentro das suas prerrogativas subsidiárias de inspeção
naval, com ações voltadas para a segurança da navegação,
salvaguarda da vida humana e prevenção da poluição hídrica”,
informou a Marinha. Além do ataque às estruturas dos órgãos
públicos, servidores foram ameaçados e buscaram abrigo em um
batalhão do Exército no município.
Local
seguro
De
acordo com o Ibama, os servidores estão bem e se encontram em local
seguro, fora do município. “Os danos materiais serão avaliados
assim que a região voltar à normalidade, o que deverá ser
garantido pelas forças de segurança pública. A Polícia Federal já
iniciou investigações para identificar os responsáveis pelos
atentados, que responderão pelos atos criminosos”, informou o
órgão, em nota. No sábado (28), ainda um barco do ICMBio foi
incendiado. Um prédio do Incra foi alvo e ficou parcialmente
queimado e duas casas de servidores do Ibama foram assaltadas. As
Polícias Federal e Rodoviária Federal, a Força Nacional e a PM
retomaram o controle da cidade ontem e cerca de 30 funcionários dos
órgãos ambientais foram levados escoltados para Porto Velho.
Para Luciano
Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, a ação de
fiscalização de garimpos na região vai continuar. “O objetivo
era apreender as balsas que estavam na Floresta Nacional de Humaitá,
uma unidade de conservação, onde o garimpo é ilegal. Eram 39. Oito
não conseguimos puxar, por um problema no rebocador, e optamos por
destruí-las”, disse. “Mas estávamos levando 31 delas, quando
garimpeiros atacaram o rebocador, ameaçaram a tripulação. Ficamos
com as balsas na nossa mão, à deriva dentro de uma área protegida,
podendo contaminar o rio com mercúrio. Por isso a decisão foi fazer
uma destruição cautelar”, explicou.
“Bandido
protestando”
Evaristo
classificou o ato como “a maior inversão de valores” que ele
disse ter visto ao longo de 40 anos como servidor público. “É o
bandido protestando pelo direito dele de continuar sendo bandido”,
disse. Para Ibama e ICMBio, em nota, “essa atividade ilegal é
altamente impactante e causa graves danos ao meio ambiente e à saúde
humana, além do risco à navegação. Normalmente associado a
diversos outros crimes como contrabando e sonegação fiscal, o
garimpo ilegal financia a grilagem de terras e contribuiu para o
aumento da violência no campo.
Este
cenário exige atuação firme das instituições públicas”. Ação
legalizada As balsas usadas no garimpo foram incendiadas pelos
servidores dos órgãos ambientais. A informação foi confirmada
pelo Ibama. Segundo o superintendente do órgão no Amazonas, José
Leland Barroso, a ação é legalizada pelo artigo 111, do decreto
6.514. Leland classificou o ataque a prédios e veículos de órgãos
no Sul do Estado como uma barbárie e um insulto ao Estado
brasileiro.
*Com Informações do site Portal Marcos Santos
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