Por: Redação OD
Tropas
com milhares de homens desembarcaram na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro,
para os Jogos Rio 2016. Junto com elas, cerca de 80 militares do segmento
feminino atuam nas mais diversas funções: 35% delas cuidam da parte
administrativa, enquanto 65% são da área de saúde. Todas tiveram a rotina de
trabalho adaptada para a missão. Elas têm as mais diferentes histórias, mas, em
comum, está o orgulho por participar de um evento tão grandioso. A 3º Sargento Nathiele
Resende Santos era
voluntária para trabalhar para o Comitê Rio 2016 e estava no recrutamento um
pouco antes de ingressar no Exército: “Eu queria muito poder participar dos
Jogos, pois é um evento único”. A Sargento já havia desistido da seleção,
quando descobriu que poderia vir como militar. “Assim que surgiu a
possibilidade, eu logo me voluntariei. Fiquei muito feliz com a oportunidade”.
Mais do que uma boa experiência,
o orgulho de colaborar com um evento tão grandioso e ter a responsabilidade de
participar da segurança animou a 3º Sargento Mariana Monteiro do Nascimento. “Eu sou carioca, mas faz três anos que
deixei o Cidade. Quando estava vindo para a missão e entrei no Rio de Janeiro
fiquei muito emocionada. Não só por voltar, mas porque eu estava vindo pra
ajudar em um trabalho internacional na minha Terra.” A tropa que guarnece a região da
Barra da Tijuca veio de São Paulo e do Paraná e, junto, veio toda a
infraestrutura para a manutenção do pessoal no terreno. Longe dos quarteis e de
suas casas, as mulheres da tropa, assim como os homens, tiveram que se adaptar
à nova rotina. Eles deixaram de ter hora para iniciar e finalizar o expediente,
abriram mão dos finais de semana e passaram a morar no trabalho.
Para enfrentar a rotina exaustiva
pela qual passariam, os militares submeteram-se a treinamentos operacionais e
psicológicos, como conta a 3º Sargento Ana
Paula da Silva Siqueira: “Já chegamos aqui sabendo como seria.
Tudo foi estudado e preparado. O mais complicado foi adaptar-se ao dia a dia.
Eu achei que a operação seria até mais difícil do que realmente está sendo”. Para a 3º Sargento Catia
da Silva Cherem Franca, não é a primeira vez que ela participa
de uma missão importante como essa. A militar atuou durante as atividades no
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, assim como outros combatentes que a
acompanham. Para ela, a experiência anterior ajudou a tratar as missões
operacionais com mais naturalidade e sem medo: “Quando eu entrei no Exército,
já sabia que seria empregada em situações adversas. Fui treinada para isso. No
começo assustou, mas, hoje, vejo que o medo nos ajuda a manter os pés no chão e
a não achar que podemos tudo”.
As auxiliares de saúde saem às
ruas para as patrulhas a pé e motorizadas. Além de atuarem como técnicas em
enfermagem, elas são revistadoras femininas. A 3º Sargento Siqueira conta sobre
a sua rotina: “Ainda não precisei revistar ninguém, mas sempre faço
atendimento, principalmente, dos estrangeiros que passam mal”. O trabalho nas
ruas têm forte ligação com a população e a interação é muito positiva: “As mulheres
chamam mais a atenção, porém, o olhar é de admiração. Muitas pessoas ficam
surpresas ao me ver, pedem para tirar foto e perguntam sobre o meu trabalho”. Assim como a 3º Sargento Siqueira
precisou adaptar-se às atividades da tropa, os combatentes também precisaram
ajustar-se à convivência com as mulheres. “Não há diferença entre trabalhar com
homens ou mulheres. O tratamento é igual quanto à cobrança de postura e
quantidade de missões, contudo, elas são mais sensíveis."
A saudade dos familiares é uma
queixa recorrente entre os militares envolvidos nas missões dos Jogos. A 3º
Sargento Ana Karina de Oliveira tem dois filhos que estão com a mãe
dela em Lorena, interior de São Paulo. Além de administrar as atividades
diárias, a Sargento precisa dar atenção aos filhos: “Eu converso com eles todos
os dias. Eles ficam tristes, mas procuro não dramatizar. Falo que estou
trabalhando, que estou feliz e que é para eles terem orgulho da mãe, que está
em uma missão internacional”. Para driblar os obstáculos, nas
horas vagas elas procuram, além de falar com os familiares, ir à academia e
cuidar do visual. A 3º Sargento Bianca Cardoso da Rosa trouxe de Caçapava, interior de São
Paulo, todo tipo de produto para não descuidar do visual: “Eu tenho o kit de
manicure, de maquiagem, de depilação e de cuidados com o cabelo. Essas coisas
me ajudam a manter a vaidade e o clima de normalidade da vida. Quando estamos
arrumadas, o moral se eleva”.
A 3º Sargento Nathiele trabalha
na primeira seção e cuida da parte de pessoal do 6º Batalhão de Infantaria Leve
(6º BIL). Segundo ela, as preocupações no Rio de Janeiro para manter a tropa
motivada são constantes. “Fomos orientados a trazer livros e filmes. O
militares do Rio recebem os familiares e nós procuramos dar folgas para o nosso
pessoal”. Apesar das adversidades, todas as
militares contam sobre a realização que sentem pelo que fazem: “Quando a gente
vê aquela tropa de 30 homens nos respeitando, reconhecendo nosso trabalho, é
muito gratificante”, disse a 3º Sargento Catia. Todas levarão consigo pontos
positivos que serão úteis para o seu trabalho.
A 3º Sargento Maria levará com
ela a preocupação exaustiva com a segurança. Já a 3º Sargento Ana Karina levará
a experiência de ter participado do planejamento logístico e do transporte do
6º BIL, de São Paulo para o Rio de Janeiro. Para a 3º Sargento Mariana,
participar dos Jogos mudará o jeito de ver as outras pessoas: “A gente aprende
a confiar a nossa vida na mão do companheiro e o outro também deixa a vida dele
em nossas mãos. Eu posso não estar enxergando quem está na minha retaguarda,
mas o outro está vendo por mim. Você aprende a ter mais confiança na pessoa que
trabalha com você. Estou aprendendo a ter mais confiança no ser humano”.
FONTE: CCOMSEX
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