quarta-feira, 27 de março de 2019

55% dos franceses querem um Presidente Militar devido ao terrorismo

Imagem via le Point France.

Por: Yam Wanders.

A incrível constatação da pesquisa que foi realizada em fevereiro de 2019 e somente agora divulgada acaba de causar um grande impacto moral e social na França e em toda a Europa nessa quarta feira, e, o mais incrível é que a pesquisa não foi efetuada por algum partido politico de direita, não foi feita por ONG`s consideradas "nacionalistas" ou por institutos de pesquisa estrangeiros, mas sim pela empresa de pesquisas "ODOXA", que é ligada a revista semanal "LePoint", um dos poucos que ainda goza de credibilidade e pratica a imparcialidade politica em suas publicações na França.


O comportamento do Presidente Emanuel Macron é um dos mais polêmicos de todos os Presidentes franceses, ora tentando agradar os militares usando uniformes regulamentares proibidos aos civis e ora fazendo vida social com elementos orinundos da criminalidade, poucos são os que na França e fora dela conseguem entender tais procedimentos de conduta.

Frente ao risco do terrorismo cada vez mais presente na forma não somente de atentados (seja com bombas ou com ataques de elementos ou grupos fortemente armados ou através da criminalidade crescente) praticamente 55% dos franceses querem medidas consideradas fortes e de exceção para aumentar a segurança da nação e do povo. Vale salientar que a criminalidade violenta cada vez mais intensa já é considerada como um "terrorismo assimétrico" de baixa intensidade.
Print de tela da materia analisada nesse artigo, publicada originalmente pelo Le Point. Link: https://www.lepoint.fr/societe/exclusif-en-cas-de-nouveaux-attentats-un-francais-sur-deux-serait-favorable-a-un-militaire-a-la-tete-du-pays-27-03-2019-2304025_23.php?fbclid=IwAR3IdPYB-9TuZVcINZWS6zigv_w00-xp_vCCESzVAdJc0Ah3qlQhz75kvLc

Entre os 44% que se opõem, a maioria não sabe deixar claro sobre sua posição. A pesquisa foi feita somente com adultos de idades variadas  de praticamente todas as classes sociais presentes em território metropolitano. Outra curiosidade da pesquisa foi que, inicialmente ela foi encomendada por um editor de livros, JC Lattès, que está publicando um romance de ficção  do jornalista Henri Vernet ( que escreve temas na linha "Tom Clancy"), que descreve um cenário fictício de uma situação aonde os militares acabam por "tomar o poder" na França apos um cenário de crise e quase guerra civil. No momento presente, essa pesquisa está servindo como embasamento para outras pesquisas realizadas em anos anteriores que já evidenciavam essa tendência politica na França e que também contestam as legitimidades do atual governo frente a diversas denuncias de possíveis manipulações eleitorais e até mesmo fraudes nas apurações quando da eleição dos dois últimos presidentes François Hollande e Macron.

Outro fato interessante é que essa pesquisa é de certa forma validada por outra pesquisa de outra entidade, o IFOP - Institut d'études opinion et marketing en France et à l'international, que em outubro de 2018 divulgou os resultados de uma pesquisa de 2017, que mostrava que 44% da população da França já era favorável a um governo militar para que assim fossem limitados problemas diversos da politica atual que vão desde a corrupção, incompetência e principalmente a segurança publica frente ao terrorismo islâmico e à criminalidade em geral, mesmo que para isso ocorram perdas na liberdade civil e pessoal . No caso da pesquisa da IFOP, essa incluiu os jovens à partir de 16 anos, e incrivelmente esses tomaram posições mais favoráveis à um possível governo militar do que os adultos de idade entre 30 e 40 anos!


De acordo com a pesquisa da empresa ODOXA, de seis franceses em 10 pensam que a França está em guerra real contra o terrorismo mas o governo não é competente para continuar a conduzir a situação, e dentro desse cenário; 54% consideram que as Forças Armadas são a instituição mais confiável na guerra contra o terrorismo islâmico e a criminalidade; 20% dão sua confiança para as Polícias, 20% para a Justiça 8% para a União Europeia e apenas 7% confiam no Governo atual do Presidente Macron e dos políticos em geral.

No aspecto politico, os entrevistados que se declararam partidários do LREM (partido politico do atual Presidente Macron), apenas 25% declararam de acordo com um governo de militares, e sem surpresas no lado oposto, 75% dos que declararam apoio à um eventual governo composto por militares são os que se declaram partidários do RN - Renouvelement National (ex-Front National) o partido de nacionalista de Marine Le Pen, e, esse apoio vem seguido de 58% dos integrantes do Partido Republicano. Entre o que se declararam apoiadores de partidos de esquerda, apenas 3% se declararam favoráveis a um governo composto de militares ou diretamente liderado por um Militar.

Fora dos temas da pesquisa, não foi surpresa a constante declaração de diversos entrevistados que declararam o desejo e o apoio ao General De Villiers, ex comandante-em-chefe das Forças Armadas que pediu demissão após divergências com o Presidente Macron logo nos primeiros meses do governo, demissão essa que até hoje é motivo de grandes polêmicas entre civis e militares, fomentando até mesmo teorias de conspirações diversas que envolvem desde intimidações governamentais até mesmo a preparação de uma eventual preparação para uma transição para esse hipotético governo militar em um futuro próximo.

O cenário atual da segurança na França

A França atualmente é um dos países da Europa que mais tem problemas com o terrorismo islâmico e de movimentos da esquerda radical, existindo também o aumento da criminalidade generalizada de uma forma nunca antes vista na história moderna. 
Essa situação não é nova e vem desde os anos 60, quando a França reprimiu os movimento de independência da Argélia e de outras de suas ex-colônias pelo mundo afora, como também foi o caso da Indochina (hoje Vietnã) e do apoio inicial para Israel com o fornecimento de armas diversas durante os preparativos da Guerra dos Seis Dias. Porém o que antes eram ataques que visavam representações governamentais  e alvos simbólicos, hoje se tornou uma verdadeira "caça aos civis", já que salvo raríssimas excesões, todas as vitimas são civis em atividades corriqueiras do dia a dia, que não representam ameaças à qualquer "luta politica" que seja, dentro ou fora da Europa.
No cenário do terrorismo, o mais preocupante são as denuncias de ONG's e até mesmo dos sindicatos e associações de Policias que denunciam uma manipulação das mídias e até mesmo do próprio governo na situação, onde ocorrências de atentados e/ou tentativas desses são censuradas dos noticiários, e, quando não conseguem esconder os fatos, esses são minimizados e relativizados ao máximo para o conhecimento publico. E com a abrangência da internet em todos os níveis sociais, hoje fica praticamente quase impossível esconder fatos e ocorrências do publico em geral o que justifica a desconfiança no governo e nas grandes mídias.


Um dos grandes exemplos de "manipulação" de fatos envolvendo atos de terrorismo aconteceu ano passado e acabou por ocasionar o pedido de demissão do antigo ministro do interior Gérard Colombe, quando de uma grande operação de busca e captura de terroristas islâmicos em uma das maiores mesquitas da região norte da França, aonde foram empregados mais de 200 policiais de corpos de elite da Policia Nacional e auxiliares, culminando com a prisão de 700 suspeitos de colaboração com a rede terrorista em questão. Quando o Então Ministro Gerard Colombe resolveu manifestar o sucesso da operação parabenizando os policiais através de uma mensagem em seu Twitter, o Ministro acabou por divulgar os números da ocorrência, que inclusive apreendeu grande quantidade de armas, drogas, explosivos, material de propaganda do terrorismo islâmico e documentos falsos. Algumas horas depois o Ministro apagou as mensagens de parabenização aos policias e foi "convencido" a desmentir o fato junto à mídia, o que não convenceu a opinião publica, causou revolta nos sindicatos de policias e culminou com o pedido de demissão do Ministro  Colombe uma semana apos os fatos.

Saiba mais em: 

200 Policiais de elite em ação anti-terrorismo na França


Imagem não oficial de membros da BRI da Police Nationale da França, unidade que participou da ação de hoje em Grand-Synthe. Foto de Michel Stoupak.
Criminalidade já é considerada "terrorismo assimétrico" pelos franceses

De acordo com analistas independentes, jornalistas especializados e até mesmo os sindicatos de policia, entre outros; ocorrem pelo menos duas grandes tentativas de atentados de grande porte contra alvos considerados de extrema gravidade (pontos turísticos e instalações industriais sensíveis) todos os meses na França. E essas tentativas de atentados terroristas são sempre cometidas por indivíduos que já são fichados pelas Policias por outros crimes graves (inclusive a ligação e atividade com grupos terroristas) e mesmo assim continuam em liberdade na França e até mesmo gozando de proteção de ONG's de ativistas "anti-racismo" e/ou de apoio humanitário para refugiados!
Outra situação evidente na França é que a população hoje considera que a criminalidade generalizada de grupos de delinquentes juvenis ou não, também podem e devem ser consideradas uma forma de terrorismo islâmico apoiado por movimentos de esquerda radical. O que mais corrobora essa constatação é que praticamente mais de 90% dos criminosos ão de origem subsaariana com fundamentação islâmica e seus alvos são sempre a população francesa nativa ou outras nacionalidades de minorias pouco organizadas como os asiáticos e afrodescendentes oriundos das ex-colônias que participam na fé cristã.

Com informações via Le Point, ODOXA e grandes midias:

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