domingo, 27 de agosto de 2017

Submarinos Nucleares: O trunfo Francês perante as ameças navais


Por: Redação OD

Quarto pais a fazer parte do clube de potências nucleares hoje mostra todo seu poderio debaixo da água, com quatro submarinos de fabricação e design nacional. O silencioso arsenal nuclear francês foi analisado por Kyle Mizokami, especialista em defesa e segurança nacional, da revista National Interest. A França realizou seu primeiro teste nuclear (o chamado Gerboise Bleue) em 13 de fevereiro de 1960, tornando-se assim a quarta potência nuclear. O teste fora realizado no âmbito do programa atômico iniciado em 1955, que não foi bem-sucedido em seu início. 

"A primeira tentativa de construir um submarino nuclear, o Q 244, não deu certo, porque os engenheiros franceses não foram capazes de reduzir suficientemente o tamanho do reator nuclear. O submarino foi cancelado em 1959, explicou Mizokami. O projeto seguinte foi coroado de êxito e dele surgiu a primeira classe de submarinos nucleares franceses: Le Redoutable. Foi o início do poderio militar francês no mar."

A primeira classe: Le Redoutable


A primeira classe era composta de cinco submarinos, retirados a partir de 2008: Le Redoutable, Le Foudroyand, L'Indomptable, Le Tonnant e L'Inflexible, construídos nos estaleiros de Cherborg entre 1971 e 1980. Inicialmente, a classe Le Redoutable foi equipada com mísseis franceses M1, de dois estágios, com uma ogiva nuclear de 500 quilotons de potência e com o alcance de dois mil e quinhentos quilômetros, o que era suficiente para "atingir Moscou a partir do golfo da Biscaia", ao norte da Espanha, lê-se no atrigo.

Os submarinos da classe Le Redoutable estavam equipados com quatro tubos de torpedos de 533 milímetros com sistema de autodefesa e eram capazes de lançar mísseis de cruzeiro antinavio SM 39 Exocet. Le Foudroyant transportava mísseis M2, uma atualização dos M1, com um alcance de 2.962 mil quilômetros.


Os submarinos L'Indomptable e Le Tonnant, também da classe Le Redoutable, lançavam tanto M2 como os novos M20, com o mesmo alcance de 2.962 quilômetros, mas "com uma cabeça termonuclear gigante de um megaton", indicou Mizokami. O último submarino da primeira classe, L’Inflexible, foi equipado com misseis balísticos M4 com um alcance de 2.981 mil quilômetros, o suficiente para alcançar Kazan, cidade russa nas margens do rio Volga.
Na época do maior esplendor do arsenal atômico francês, 87% de suas forças nucleares eram constituídas por submarinos. Essa frota, a Força Oceânica Estratégia (FOST na sigla em francês), tinha sua base em Ile Longue, em Brest, "e seus submarinos costumavam patrulhar as costas francesas e portuguesas, três submarinos tinham que estar na água em todos os momentos e um quarto tinha que estar pronto para isso", disse o autor.

A segunda classe: Le Triomphant


Construídos entre 1986 e 2010 e, portanto, preparados para enfrentar o período pós-Guerra Fria, os submarinos da classe Le Triomphant começaram sendo construídos em 1986. O primeiro deles, Le Triomphant, entrou na frota francesa em 1997. O segundo desta classe, Le Téméraire, entrou em 1999. O terceiro submarino, Le Vigilant, não viu a luz do dia até 2004 e o quarto e último, Le Terrible, foi construído apenas em 2010.
"Os submarinos da classe Le Triomphant são maiores que os da geração anterior e usam o mesmo reator nuclear que o porta-aviões Charles de Gaulle, o K-15. Os quatro submarinos desta classe estão armados com mísseis de médio alcance M4B, a combustível sólido e com um alcance de seis mil quilômetros."

O último submarino, Le Terrible, está equipado com mísseis M51, idênticos ao M4B, mas com um alcance um pouco mais longo, disse o especialista. "Cada ogiva nuclear é capaz de manobrar independente durante a descida", comentou ele.

"Provavelmente, com o surgimento do poder militar de outras potências, faz com que continue a impulsionar Paris a se manter sendo uma potência nuclear durante as próximas décadas", disse Mizokami, acrescentando que "sendo tão pequeno como é hoje, o arsenal nuclear da França não se destina a ganhar uma guerra, mas a não perdê-la".

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