quinta-feira, 6 de abril de 2017

Os pioneiros brasileiros do Inverno Antártico.

Foto dos pioneiros da invernada antártica brasileira na Estação Comandante Ferraz. Autor desconhecido.
Imagem via Ministério da Defesa.
Por: Yam Wanders.

Na imagem: Contra-Almirante José H. Elkfury, comandante do 1o grupo de
Fuzileiros Navais que permaneceram na 1a invernanda Antártica em 1986.
O mês de abril marca o começo do "Inverno Antártico", o período no qual as temperaturas começam a decrescer intensamente, os dias começam a ficar mais curtos e a noite polar toma praticamente 23h de todo um dia normal devido a latitude extrema do Continente Antártico. E nesse período extremo, um grupo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil efetuou um dos grandes pioneirismos e prova de coragem ao permanecerem no isolamento em uma das regiões mais perigosas do planeta, a Antártica.



O ano era 1982 e o Brasil já tinha demonstrado sua capacidade de deslocamento e operacionalidade na região com a presença de dois navios; o Noc Barão de Teffé MB) e com o Noc Prof. W.Besnard (USP). Então em 1983 o governo argentino ofereceu um convite para que um oficial  permanecesse junto a estação argentina "General Belgrano ll", em uma comissão completa, para uma missão de observação com o intuito de  desenvolver uma doutrina de treinamentos para os futuros membros de tripulações e as operações logísticas da futura estação brasileira no Continente Antártico.


Uma das primeiras imagens da Estação Antártica Comdte Ferraz em meados de 1983/1985. Imagem via MD.
Mesmo com a construção da Estação Comandante Ferraz-EACF concluída em 1984, ainda nenhuma ocupação da mesma fora efetuada de maneira ininterrupta pelo pessoal brasileiro, somente ocupações durante o curto verão local e mesmo assim por apenas uma média de 30 dias, quando da chegada das comissões da Operação Antártica. Mas em abril de 1986, durante a Operação Antártica IV, um grupo de 12  Fuzileiros Navais liderados pelo então Cmdte José Henrique Elkfury (hoje Contra-Almirante-FN) iniciou a primeira ocupação invernal em isolamento quase total na Estação Antártica Cmdte Ferraz, tendo na época apenas o rádio de HF (ondas curtas) para comunicação radio-telefônica com o Brasil e com outras estações de nações amigas. Foi um feito histórico para o cenário científico/militar e em especial para a nossa Marinha do Brasil, que provou a capacidade da projeção naval brasileira em locais distantes e inóspitos do planeta, e, no caso da Antártica, um dos mais inóspitos e perigosos.



O futuro do Programa Antártico Brasileiro.


O Programa Antártico Brasileiro sofreu um duro contratempo com a ocorrência do incêndio que destruiu 70% das instalações da EACF na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, porém apesar do acidente, o PROANTAR já concluiu estudos diversos e a construção de uma nova estação foi iniciada em dezembro de 2016 e tem sua conclusão prevista para março de 2018.  Após uma das mais complexas operações no Continente Antártico, com a Operação Antártica, foram retirados todos os escombros e demais resíduos provenientes do incêndio e levados de volta ao brasil para o devido tratamento e descarte, colaborando assim para a preservação ambiental do local.

As obras estão seguindo o cronograma previsto, respeitando os prazos. Até março de 2018, a nova estação será inaugurada, afirma o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Andrei Polejack. 
Ao custo de US$ 99,6 milhões, a nova base está sendo construída pela empresa estatal Corporação Chinesa de Importações e Exportações Eletrônicas (Ceiec, na sigla em inglês), vencedora da licitação.

"Todo o custo da obra, desde a infraestrutura à logística, é financiado pela Marinha do Brasil e pelo Ministério da Defesa. O MCTIC financia as pesquisas e os cientistas mantidos na base."*

*Fonte: Ministério da Defesa.




Imagem cortesia CLIP RBS TV (RBS TV - Rio Grande do Sul/Brasil).








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