sexta-feira, 31 de março de 2017

Simulação mostra como os caças da FAB podem abater aviões desconhecidos, vejam o vídeo exclusivo da blitz

Aviões ficam próximos durante simulação de blitz no céu (Foto: Reprodução / EPTV)
Por: Redação OD

Uma distância de 50 metros separa um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) de um jato executivo desconhecido. O espaço é menor que a largura de um campo de futebol, ínfimo ao ser comparado aos 5,5 mil exigidos por segurança, e ambos cortam o céu a 500 km/h. A aparente sincronia chega ao fim quando o piloto do F-5 comunica ao outro comandante, por meio de rádio, que a aeronave está sendo interceptada para análise de dados. É uma blitz que pode terminar em ação extrema.

Para se ter uma ideia da complexidade, 1,8 mil aviões percorrem diariamente os trajetos entre as regiões de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) e esse movimento aparentemente caótico entre as nuvens é organizado de forma minuciosa. 


Passo a passo da interceptação

Uma sirene toca na base imediatamente após um avião não identificado surgir na área monitorada por satélite. O caça da FAB é enviado ao local para rastreamento e trabalho de contato visual, com objetivo de identificar a matrícula do jato executivo, além de produzir fotos e filmagem dele. Na sequência, a equipe em terra também rastreia informações como permissão para voo e destino.

A constatação de que o avião não tinha autorização para a viagem entre Cuiabá (MT) e Brasília é feita por militares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), na capital federal. A partir de então, a decisão do comandante da aeronave interceptada em não colaborar com a equipe pode elevar a intensidade do policiamento que, em último caso, prevê hipótese de abater a aeronave.

O major-brigadeiro Mário Luís da Silva Jordão. (Foto: Reprodução / EPTV)
"Foi autorizado que o piloto chegue até o extremo, que nós chamamos de medida de detenção, aonde ele pode executar um tiro para que coloque essa aeronave no chão", explica o major-brigadeiro Mário Luís da Silva Jordão. Segundo ele, a medida extrema também só deve ser adotada caso não haja efeito para uma ação de persuasão. 

"São tiros que são dados na lateral, com munição que é visível para essa aeronave, informando a Defesa Aérea estar interceptando a aeronave, é importante que siga instruções. Nessa hora, se não cumpre, é classificada como hostil, já deu provas de que não quer colaborar", explica.

No caso da simulação feita durante a reportagem, o comandante do jato executivo decidiu seguir a recomendação para mudança de rota e pouso em Anápolis (GO). Em seguida, após constatar o pouso do avião interceptado, o caça também é orientado a descer ao solo para que dados oficiais da aeronave sejam avaliados com detalhes. 

Piloto de caça da FAB se prepara para fazer interceptação de aeronave nos ares (Foto: Reprodução / EPTV)
"Como nós não temos a possibilidade em voo de ver a documentação, então usamos a modificação de rota e o pouso obrigatório para ver, in loco, se estas documentações estão em dia", destaca o chefe do Centro de Operações Aéreas, Décio Dias Gomes.

Ele ressalta que a maioria dos casos está ligada à abordagem das aeronaves de pequeno porte que não têm plano de voo comunicado. Por exemplo, aviões que decolam de uma fazenda para outra. "Muitas vezes para evitar pagar tarifas. Então, não podemos classificar que um tráfego aéreo desconhecido é um ilícito, nem sempre é. Por isso, tomamos essas atitudes", reforça.

Segurança do espaço aéreo

O chefe do Centro de Operações Aéreas, Décio Dias Gomes (Foto: Reprodução / EPTV)
Ao mencionar que o trabalho visa combater transporte de drogas ou produtos ilegais pelo espaço aéreo, Gomes explica detalhes sobre a cobertura de segurança do espaço aéreo brasileiro. "O nosso sistema de defesa é completo no sentido dos radares, nós temos por todo país, não só pelas fronteiras, mas também no interior. 

Uma aeronave que às vezes voa muito baixo, o radar não tem condições de visualizá-la. Por isso, normalmente nas áreas de fronteira, utilizamos a 'Eco 99', uma aeronave radar baseada em Anápolis que desloca para várias regiões do país para apoiar esse tipo de missão, porque ela tem uma visualização para baixo. Por isso, a visualização é melhorada", explica.



Profissionais atuam no Cindacta, no controle aéreo (Foto: Reprodução / EPTV)

Caça F-5, da Força Aérea Brasileira em alerta 24h (Foto: Reprodução / EPTV)

Imagem mostra monitoramento do espaço aéreo por satélite (Foto: Reprodução / EPTV)



FONTE: G1

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