Por: Redação OD
O evento realizado pela Marinha do Brasil, na última terça feira (20) de integração das partes dos Submarinos Classe Riachuelo, ganhou destaque no caderno de economia do jornal francês Le
Monde que
chegou às bancas na tarde desta quinta-feira (22). Com o título " Le Brésil, vitrine internationale de Naval Group", a matéria fala do lançamento do submarino nuclear
realizado junto com a empresa francesa Naval Group. O
jornal explica que o projeto é uma herança da visita do
ex-presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil em 2009.
Na época,
todo mundo só falava dos caças Rafale, e que o Brasil deveria
comprar os caças franceses, e acabaram esquecendo dos demais contratos
assinados entre os dois países durante a passagem do chefe de
Estado, explica. "Dez anos depois, o Brasil não
comprou nenhum caça Rafale. Em compensação, um canteiro naval novinho
foi construído em Itaguaí, no Rio de Janeiro, com o apoio dos
franceses do Naval Group", analisa Le
Monde. O
contrato gigantesco, estimado em cerca de € 6,5 bilhões em 2008,
teve um pouco de atraso, mas sobreviveu à recessão que atingiu o
Brasil, mesmo se a crise obrigou o país a abandonar vários outros
projetos, comenta o jornal.
Por essa razão, o submarino deve ser
visto como uma "conquista a ser celebrada", conforme
declarou o presidente brasileiro Michel Temer, citado pelo jornal.
O chefe de Estado foi até Itaguaí esta semana para lançar
simbolicamente, com grande pompa e "inúmeros ministros e
deputados", o processo de fabricação desse primeiro submarino
brasileiro, que deve entrar no mar no final deste ano. Esse
primeiro equipamento é um modelo da classe Scorpène, de propulsão clássica.
Mas as expectativas são principalmente em torno de um outro
submarino, que deve sair da mesma fábrica: o primeiro
modelo de propulsão nuclear fabricado no Brasil.
Odebrecht
faz parte da parceria, apesar dos escândalos
O jornal lembra,
no entanto, que o programa para a construção desse equipamento faz
parte de um projeto assinado entre a empresa francesa e o grupo
Odebrecht. O jornal explica que mesmo se a construtora brasileira
está atolada em um vasto
escândalo de corrupção, até agora os contratos dos submarinos
não foram envolvidos nas denúncias de suborno. Os
franceses contam muito com os brasileiros nesse projeto pois,
segundo Le
Monde,
enquanto se espera um crescimento da potência de países como Índia
ou Austrália no setor, o Brasil constitui a principal base
industrial da Naval Group fora da França. Até porque, comenta o
presidente do grupo francês, o construtor naval não pode depender
apenas das encomendas feitas pelo Estado francês.
Por
essa razão a empresa multiplica as exportações, lista Le
Monde. A
Naval Group já vendeu 14 submarinos Scorpène para Malásia, Chile,
Índia e Brasil. China, Coreia do Sul, Turquia, Holanda e Alemanha
também estariam interessados no projeto, comenta o jornal. Porém,
explica a reportagem, esses países não se contentam mais em comprar
submarinos prontos. Todos querem ter acesso à tecnologia de
fabricação dos equipamentos. A fábrica de submarinos brasileira,
aliás, representa a maior transferência de tecnologia já realizada
pela Naval Group. O periódico lembra
ainda que atualmente apenas Estados Unidos, China, Rússia, Reino
Unido e França são capazes de construir submarinos nucleares.
*Com
Informações de Agências de Notícias Internacionais
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