Por: Cap Castilhos Almeida
O
Exército Brasileiro, atendendo às demandas da sua Doutrina Militar
Terrestre (DMT), tem buscado o aprimoramento de suas capacidades de
apoio a órgãos governamentais. Em 2017, apenas no segundo semestre,
a Força Terrestre foi empregada em 17 operações subsidiárias de ajuda
humanitária – de acordo com a Divisão de Coordenação Civil e
Militar do Comando de Operações Terrestres. Para
atender ao novo panorama de emprego das tropas brasileiras, devem ser
exploradas as ferramentas disponíveis. A VBTP MR 6x6 Guarani é a
mais nova e moderna viatura em operação nas unidades do Exército e
possui diversos meios úteis à condução de operações de ajuda
humanitária, todavia devem ser buscados implementos e agregados
tecnológicos que potencializem essas capacidades.
LWS da empresa RAFAEL |
Apesar
de contar com um moderno sistema de detecção e extinção de
incêndio e proteção QBN para a tropa, a VBTP MR 6x6 Guarani
poderia contar com máscaras individuais para tropa e tripulação,
desta maneira seria possível abrir o compartimento em ambiente
contaminado por fumaça ou outros gases e realizar posterior
descontaminação. Algumas viaturas utilizadas por outros países
contam com essa opção, a exemplo do Stryker M1126,
que é empregado pelo Exército do Estados Unidos da América. No
complexo e multifacetado cenário de emprego de tropas em ajuda
humanitária, há sempre a constante preocupação com a segurança
dos militares que prestam o apoio. Neste contexto, visando dar
condições para que a tropa cumpra melhor sua missão, seria
prudente estudar a adoção de armamentos não-letais para as
viaturas empregadas em ajuda humanitária. Soluções como o sistema
não-letal remotamente controlado da empresa RAFAEL (apresentado na EUROSAT de 2012) possuem as possibilidades de
lançar feixe de luz para busca ou ofuscar perturbadores da ordem,
disparar munições de elastômero, lançar granadas, espargir gás,
além de possuir alto-falantes.
Os
recentes episódios de emprego de tropas em episódios de ajuda
humanitária têm ocorrido em situações de total calamidade e
carência básica absoluta da população. Por vezes, faz-se
necessário que nesses locais exista uma rede elétrica mínima para
suprir outros meios, como, por exemplo, uma unidade de atendimento
médico ou ferramentas de resgate. Dessa forma, o emprego de Viaturas
que possuam a capacidade de gerar energia externa é fundamental.
Nesse contexto, a 17-kW APU
é uma estação geradora de energia auxiliar desenvolvida pela
empresa Jenoptik – instalada em diversas unidades das famílias
Leopard 2, Puma e Boxer do Exército Alemão – para emprego em
viaturas militares. Fácil de ser instalada, dispondo de tomadas
militares padrão OTAN, desenvolvida no conceito modular e leve, esta
ferramenta pode ser rapidamente incorporada a qualquer viatura
blindada, inclusive na VBTP-MR Guarani.
Stryker M1 126 com implemento para remoção de obstáculos |
O
ambiente operacional em uma operação de ajuda humanitária é o
retrato do caos. Ruas destruídas, infraestruturas básicas em
ruínas, etc. Um dos problemas a ser enfrentado é a mobilidade nas
vias degradadas. Os meios blindados das forças armadas são,
regularmente, utilizados para a desobstrução e limpeza de vias de
acesso, a fim de permitir a passagem de comboios, tropas, ambulâncias
e outras viaturas. Para melhor atender essa demanda seria essencial a
instalação de implementos nas viaturas. A Engenharia
Brasileira já possui experiência nesse tipo de operação em função
de sua atuação no território nacional e em missões de paz como a
Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
(MINUSTAH). O mercado internacional dispõe de diversos implementos
que podem ser adaptados às VBTP-MR do Brasil.
Fonte: A Forja (Centro de Instrução de Blindados)
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