Por: Redação OD
Para reforçar o patrulhamento da cidade durante os Jogos
Olímpicos, a secretaria de Segurança do Rio planeja mobilizar um efetivo extra
de cerca de 25 mil policiais civis, militares e bombeiros no Regime Adicional
de Serviço (RAS), a um custo de cerca de R$ 42 milhões. O dinheiro para pagar a
hora extra dos policiais virá de aporte de R$ 2,9 bilhões que o governo federal
prometeu repassar ao estado como forma de amenizar a grave crise financeira. Na
sexta-feira, o governador do Rio, Francisco Dornelles, decretou estado de
calamidade pública.
O RAS, conhecido também como
“bico oficial”, foi criado em julho de 2012, para remunerar policiais que
trabalhem nas suas horas de folga, melhorando o patrulhamento ostensivo. Em
março, com os constantes atrasos nos repasses, das 18 mil vagas oferecidas por
mês, apenas 360 estavam sendo efetivamente preenchidas. A Secretaria de
Segurança garantiu que a situação foi normalizada e os pagamentos
regularizados. — O que não temos garantidos hoje
são os recursos para pagar o RAS Olímpico, que vai por mais 25 mil policiais
nas ruas e custar cerca de R$ 42 milhões — afirmou uma fonte da Polícia Militar
ao GLOBO.
No início do ano, a Polícia
Militar revelou que apenas 2% das vagas que eram oferecidas aos policiais no
Regime Adicional de Serviço (RAS). A crise financeira no estado tem sido
responsabilizada pelo aumento dos índices de criminalidade no estado, levando o
governo à solicitar reforço das Forças Armadas para patrulhar ruas da cidade
durante as Olimpíadas, o que inicialmente não estava previsto. O município do
Rio deverá contar com cerca de dois mil a três mil homens das Forças Armadas
patrulhando vias expressas e outras áreas consideradas de risco.
A presença do Exército, da
Marinha e da Aeronáutica nas ruas deverá ser formalizada nos próximos dias, com
a assinatura de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pelo presidente interino
Michel Temer e pelo governador em exercício Francisco Dornelles. Os militares
das Forças Armadas devem sair de um contingente que inicialmente ficaria
exclusivamente nos quartéis, para ser empregado em situação de colapso das
forças de segurança do Rio.
GLO é um dispositivo
constitucional que delega às Forças Armadas poder de polícia em determinadas
regiões do país, desde que haja autorização do presidente da República. No Rio,
o dispositivo já foi usado durante as ocupações dos complexos da Penha, do
Alemão e da Maré. Uma vez assinada a GLO, a região passa ao comando das Forças
Armadas, e os crimes ali cometidos são julgados com base no Código Penal
Militar.
A operação de segurança para a
Olimpíada e a Paralimpíada, que deve contar com até 85 mil agentes, está sendo
considerada a maior e mais complexa da história do país. Serão 47 mil homens
das forças de segurança (integrantes das polícias Civil, Militar e Federal, da
Força Nacional e da Defesa Civil) e 38 mil das Forças Armadas.
FONTE: O Globo
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