domingo, 24 de junho de 2018

Super Tucano em teste do programa conhecido como OA-X da Força Aérea dos EUA, sofre acidente no Novo México


Por: Redação OD

Uma aeronave A-29 Super Tucano, de fabricação nacional mas produzido nos Estados Unidos sob licença pela empresa Sierra Nevada Co, caiu na última sexta feira dia 22 de junho, quando a mesma realizava um exercício de ataque leve conduzido pela Força Aérea dos EUA em seu campo de provas do Novo México. Os dois pilotos conseguiram se ejetar, e segundo um comunicado à imprensa da base de Holloman, um dele se feriu levemente e foi medicado, enquanto sobre o outro ainda não há detalhes de seu estado de saúde. O A-29 Super Tucano, está participando da fase final de uma avaliação para o fornecimento de aviões leves, em missões de ataque a solo e reconhecimento. Inicialmente, USAF pretende adquirir 15 unidades, para depois expandir a número que pode chegar à até 120 unidades.

A aeronave vencedora, irá substituir nada mais, nada menos que o famoso A-10 Warthog (Javali), um modelo a jato, o qual é conhecido por estar sempre fortemente armado e pela sua robusta blindagem e que faz prate do serviço ativo das USAF desde os idos de 1977. Hoje a procura dos americanos, está por opções de aeronaves mais econômicas para estes tipos de missões, já que um A-10 tem sua hora-voo em cerca de US$ 17 mil (R$ 64 mil), a depender da configuração, o valor cai para US$ 1.500 (R$ 5.600) com o modelo brasileiro. Em janeiro, o brasileiro Super Tucano e o americano AT-6B Wolverine derrotaram outros cinco concorrentes e passaram para a fase final de testes, onde que para se poder participar da disputa, a Embraer teve de apresentar o avião com sua parceira americana, a Sierra Nevada. O modelo foi montado na fábrica da brasileira em Jacksonville, na Flórida.


O programa, conhecido como OA-X, pode abrir de vez o mercado militar americano para a empresa. Ela que já vendeu 26 Super Tucano à Força Aérea dos EUA, que foram repassados a países aliados dos EUA como o Afeganistão, onde o caça faz operações de contra-insurgência contra o Talibã. O Super Tucano é reconhecido por especialistas como o melhor modelo do mundo no nicho. O primeiro lote vendido aos EUA, em 2014, saiu por US$ 21,4 milhões (R$ 81 milhões) a unidade. Mas em compras militares o valor inclui todo o pacote de logística envolvido, então não pode ser considerado um preço de prateleira. Na negociação de compra da Embraer pela Boeing, a fabricante americana inicialmente desejava adquirir também a divisão militar da empresa brasileira.

Com a resistência do governo do Brasil, que tem poder de veto por possuir uma ação preferencial na ex-estatal, foi elaborado um complexo plano de criação de uma terceira empresa que irá ficar com a linha de aviação regional da Embraer (objeto do desejo central da Boeing), que não possui modelos deste nicho de mercado em seu portfólio e viu a rival Airbus adquirir algo assim da canadense Bombardier em 2017. O Super Tucano continua, caso o negócio acabe sendo fechado, sendo fabricado pela Embraer nacional. Os americanos da Boeing, contudo, acenam com mais facilidades de acesso ao mercado militar dos EUA caso a negociação venha a ser fechada. Embora não se saibam ainda as causas da queda, ela naturalmente é má notícia para a campanha da Embraer.

*Com informações do jornal Folha de São Paulo 

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