quarta-feira, 13 de junho de 2018

Detalhes do programa espacial brasileiro devem sair em julho, revela vice-presidente da empresa


Por: Redação OD

A Airbus Defence & Space, braço militar e de serviços aeroespaciais da multinacional francesa, acredita que os detalhes do novo programa espacial brasileiro serão conhecidos em meados de julho, o que possibilitará à empresa uma noção mais clara dos serviços que o governo terá de contratar. De olho nessas oportunidades, a companhia está promovendo, esta semana em Brasília, um simpósio para discutir com autoridades brasileiras as principais necessidades do país no campo de "observação da Terra", um dos principais serviços oferecidos pela área espacial da Airbus. Vice-presidente responsável pela América Latina, Stephen Roux disse a imprensa que apenas oficiais das Forças Armadas e poucos representantes civis do governo foram convidados para o "Earth Observation Day", que termina hoje na capital federal.

Imagem Ilustrativa
O objetivo do evento é apresentar as principais soluções da empresa no segmento de observação, onde o Brasil está relativamente atrasado. Prova disso é a vinda de um representante da Agência Espacial Peruana, que apresentou aos vizinhos brasileiros a capacidade de seu sistema. "Nesse campo particular da observação, o Peru mudou profundamente em 2016, quando nós lançamos o mais poderoso sistema de observação já construído na América Latina", disse Roux. O aparato, de altíssima resolução, permite visualizar, via satélite, objetos de até 70 centímetros. "É um 'benchmark' a ser apresentado para as instituições brasileiras", disse o executivo. Os serviços de observação têm uma série de funcionalidades, militares e civis. Podem ser usados no monitoramento de fronteiras, prevenção de desastres naturais, planejamento agrícola e gestão de recursos hídricos. As imagens podem ser captadas por meio de satélites próprios ou contratados de empresas como a Airbus. No caso brasileiro, o programa espacial e o lançamento recente do primeiro satélite geoestacionário atestam o objetivo de dar mais autonomia ao país nesse segmento. 

Há, no entanto, muito a ser feito. "Não sei se posso dizer que o Brasil está atrasado, mas sim que ainda há muito a fazer no campo da observação. Hoje percebemos que isso está mais claro na cabeça dos tomadores de decisão. Então, é o tempo certo para acompanharmos isso, trocar visões e entender o mercado", disse Roux. O executivo afirmou, no entanto, que a empresa não está em busca de aquisições no país e que a estratégia passa por parcerias que tornem a Airbus cada vez mais "nacional". "Nós não estamos buscando aquisições. Estamos, sim, atrás de parcerias. Por que? Porque nós queremos, assim como nossos colegas de helicópteros da Helibras, ser brasileiros", afirmou o vice-presidente. Apesar da crise e de interrupções de investimentos do governo, que acarretaram, por exemplo, no cancelamento da compra de uma aeronave militar, Roux reafirmou a confiança no Brasil. "Não vamos nos envolver na política do país. Queremos acompanhar a tendência e nos adaptar à situações, mas continuamos otimistas. Ainda acredito que haja necessidades na agricultura, controle de fronteiras. O calendário político está fora do nosso controle, mas queremos manter nossa presença", disse.

*Com informações do Jornal Valor Econômico

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