quarta-feira, 2 de maio de 2018

Atentado que matou 10 jornalistas é condenado pela ONU mas segue ignorado pelas grandes mídias

Imagem do momento pós explosão que vitimou 10 jornalistas que cobrem o conflito no Afeganistão. Foto de Mohamad Safa via AFP- Agence France Press.
Por: Yam Wanders.

Na manhã do dia 30 de abril, ocorreu mais um dos muitos atentados efetuados por terroristas islâmicos ligados ao ISIS. Até o momento são confirmados 41 mortos, sendo 10 jornalistas, que inicialmente eram 8 entre as vítimas fatais, mas dois morreram mesmo após hospitalizados devido aos ferimentos, e 45 feridos graves, entre estes, crianças e socorristas que chegaram no momento da 2a explosão que vitimou os jornalistas nesse ataque em Kabul.
Mesmo com o apoio da ONU e com a divulgação da tradicional AFP - Agence France Press, que perdeu nesse atentado o seu chefe de fotografia no Afeganistão, o conhecido fotojornalista "Shah Marai", não ocorreu praticamente nenhuma menção do fato nas grandes mídias européias, justamente aquelas que mais deslocam jornalistas em zonas de conflitos e que ainda serve de modelo para o trabalho de livre imprensa pelo mundo.



Um fato tal é vergonhoso, ainda mais em uma época em que os valores do jornalismo imparcial e apolítico são cada vez mais colocados "em xeque" com evidências de envolvimentos escusos das grandes mídias com políticos de todas as vertentes, envolvimentos com movimentos ditos "sociais" e a grande polêmica da luta contra as consideradas "fake news", quando na realidade fica óbvio que muitos veículos apenas querem o monopólio das "fake news" como suas verdades exclusivas fabricadas de acordo com o interesse político/econômico do momento.

A agenda da grande mídia européia atualmente se resume a enaltecer um presidente bem apessoado como líder de popularidade mundial, expor o drama dos imigrantes ilegais alegados refugiados como causa humanitária de responsabilidade do cidadão europeu e que os riscos do  terrorismo islâmico na Europa não passam de teorias de conspiração de fundo racista.

A imagem é impactante, mas que sirva de alerta para os riscos da profissão em zonas de conflito e que as autoridades se sensibilizem do apoio necessário para o trabalho jornalistico nessas situações. Foto de Mohamad Safa via AFP- Agence France Press.

Apesar de pouco conhecido do público, muitos jornalistas que vão a campo ainda o fazem por conta e risco, trabalhando como free-lancers ou jornalistas independentes, sendo alvo não só dos riscos em potenciais dos locais que arriscam trabalhar (como o caso de zonas de conflitos) como são em alguns casos tratados de maneira hostil e  até mesmo criminalizados como "espiões" por forças de segurança de nações de pouco esclarecimento social. 
Que esse triste acontecimento não caia no esquecimento, certamente não será o último ataque de muitos outros que já vitimaram jornalistas pelo mundo, mas que não passe em branco justamente pelos colegas de profissão, pois salvo raras exceções, não sabemos o dia de amanhã, poderia ter sido qualquer um lá, eu, você colega jornalista que está lendo essa matéria, ou qualquer outro caro colega nosso. Em um mundo cada vez mais repleto de ameaças assimétricas e inesperadas, nossa mobilização faz toda a diferença. 

Abaixo, a nota oficial da UNAMA - UNITED NATIONS ASSISTANCE MISSION IN AFGHANISTAN.


Link da nota oficial



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