VBTP EE-11 URUTU e VBR EE-9 CASCAVEL |
Por: Jolcemar Guterres dos Santos
A VBTP (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal) EE-11 Urutu e a VBR ( Viatura Blindada de Reconhecimento) EE-9 Cascavel, foram projetadas e entraram em produção na década de 70 pela empresa Engesa. A primeira, um veículo anfíbio, utilizado para transporte de pessoal, possuindo ainda outras aplicações no meio militar, como ambulância e oficina. A segunda, um veículo desenvolvido para missões de reconhecimento, inicialmente portando um canhão de 37 mm, e por fim evoluiu para uma torre produzida pela Engesa com um canhão 90 mm. Ambas viaturas, por terem chassi montado sobre rodas, possuem alto desempenho em terra e a VBTP EE-11 Urutu também alto desempenho em água. São equipadas com um sistema de tração total, ou seja, possibilidade de tração 6x4, 6x6 e bloqueio do diferencial traseiro, este montado com um sistema de boomerang(¹) e suspensão dianteira independente.
Este tipo de suspensão, tanto traseira como dianteira, permite a VBTP Urutu e a VBR Cascavel enfrentarem terrenos de difícil deslocamento, absorvendo os impactos e garantindo o desempenho exigido para estes tipos de viaturas. No que se refere ao motor, são equipadas com o motor da fabricante Mercedes Benz do Brasil, modelo OM 352 A, 6 cilindros em linha, diesel 4 tempos, injeção direta, turbo alimentado. Na VBTP Urutu localizado na dianteira, ao lado direito do motorista e na VBR Cascavel localizado na parte traseira da viatura. As viaturas, ao longo de sua fabricação, sofreram diversas alterações de séries e modelos. No ano de 2005, o Parque Regional de manutenção (PqRMnt/3) da 3ª Região Militar, recebeu viaturas da Família Urutu e Cascavel, para serem realizadas a sua manutenção e revitalização.
Área de manutenção do PqRMnt/3 das VBTP EE-11 e VBR EE-9 Foto: O autor
|
Naquele Parque, as viaturas foram totalmente desmontadas, sendo as carrocerias enviadas para uma empresa terceirizada a fim de ser realizado o jateamento e pintura e os demais conjuntos passaram por reparação no próprio PqRMnt/3. Em relação aos motores, alguns foram recuperados por completo, e constatou-se a necessidade de desenvolver um sistema, juntamente, com os já existentes nas viaturas, como manômetros e lâmpadas, ''indicadores de baixa pressão e alta temperatura no sistema de arrefecimento do motor''. Verificou-se, ainda, que os instrumentos indicadores das viaturas estavam localizados em local de difícil visibilidade por parte do motorista, e que, diante de uma pane, dependeria da ação do motorista para interromper o funcionamento do motor. Após
estudo preliminar do sistema de aceleração do motor, partiu-se para
execução do projeto propriamente dito, sendo instalado no sistema
de aceleração da bomba injetora um cilindro pneumático, com a
finalidade única de baixar a rotação do motor para marcha lenta,
assim que o motor apresentar sintomas de baixa pressão do óleo
lubrificante ou alta temperatura no sistema de arrefecimento.
Foi
substituído o tirante de acionamento da aceleração da bomba
injetora por um cilindro pneumático de ação dupla. Este
ligado por mangueiras a um solenóide que recebe o sinal elétrico de
dois sensores, um ligado ao sistema de lubrificação e o outro ao
sistema de arrefecimento do motor. Quando o motor, em funcionamento,
apresentar baixa pressão no sistema de lubrificação ou alta
temperatura no sistema de arrefecimento, o solenóide pneumático
recebe tensão de 12 volts proveniente daqueles sensores, acionando,
imediatamente, o cilindro pneumático que desacelera o motor, vindo
este a ficar em marcha lenta. Nessa situação, o motorista fica
impossibilitado de acelerar, o que permite a conferência dos
instrumentos de painel e a identificação do que ocorrera e, tão
logo possível, cortar motores para evitar um dano maior ao
equipamento. Dispositivos
eficientes como esse instalado nas VBTP EE-11 e VBR EE-9 são de
extrema importância para alertarem os operadores de blindados quanto
as panes nas viaturas. Desta forma, poderá se prevenir um gasto
elevado com a manutenção das viaturas em uso no Exército
Brasileiro.
Nota do autor:
(¹) É um componente ENGESA concebido com a finalidade de
equipar o veículo com 4 rodas motrizes traseiras por intermédio de
um só diferencial.
AÇO,
BOINA PRETA, BRASIL!
Jolcemar Guterres
dos Santos – 1º Sgt MB Monitor do CI Bld
Carlos
Alexandre Geovanini dos
Santos – Ten Cel
Comandante do CI Bld
Fonte: Centro de Instrução de Blindados
Nenhum comentário:
Postar um comentário