quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Secretário-geral da OTAN defende envio de missão militar ao Iraque sugerida pelos EUA para ajudar na reconstrução do país

Por: Redação OD
Os ministros da Defesa dos países membros da OTAN deverão aprovar, durante reunião do conselho nesta quarta-feira em Bruxelas, o projeto para enviar uma missão militar ao Iraque, que possa contribuir para a estabilização da situação de segurança e apoiar os esforços de reconstrução do país após a derrota e expulsão das forças do Daesh, no fim do ano passado. Não podemos deixar o Iraque agora”, justificou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, explicando que depois de terem ganho a guerra contra os jihadistas, onde eles chegaram a ocupar um terço do território, também “é preciso ganhar a paz”.

Numa conferência ministerial, o secretário-geral da OTAN manifestou a sua convicção de que, apesar das divisões e receios de alguns dos parceiros europeus relativamente ao envolvimento da aliança numa nova operação militar no Oriente Médio, os ministros deverão dar luz verde ao projeto, que poderá ser ativado oficialmente em Julho. A “sugestão” partiu do secretário norte-americano da Defesa, Jim Mattis, que no início deste ano solicitou formalmente que a OTAN considerasse a possibilidade de enviar uma missão de aconselhamento e treino das forças nacionais iraquianas, que nos últimos três anos combateram os militantes do Daesh na região.
“Não podemos deixar o Iraque agora”, justificou o secretário-geral da OTAN
O “pedido” dos Estados Unidos foi também subscrito pelo primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, que tem um encontro marcado com Stoltenberg esta semana sobre a Conferência de Segurança de Munique. Mas o pedido tem que partir do Governo iraquiano, pois é eles que precisam convidar os instrutores da OTAN a entrarem no país, e isso ainda dependerá do resultado das próximas eleições legislativas marcadas para Maio. Segundo o secretário-geral, a missão que a Aliança preparara para o Iraque, passa sobretudo pelo “desenvolvimento das capacidades locais”, e deverá de ser semelhante àquela que já está em curso no Afeganistão desde Novembro de 2009, lembrando que vários aliados reforçaram os seus meios nessa missão, que deverá crescer de 13 mil militares para cerca de 16 mil este ano.

Mas ao contrário do que aconteceu no Afeganistão, a OTAN não participou diretamente das operações de combate no Iraque, onde a iniciativa militar foi assumida por uma força de coalizão liderada pelos Estados Unidos. No entanto, a aliança integra esta coalizão anti-terrorismo que luta pela erradicação do Estado Islâmico. Stoltenberg não falou em números, mas disse que a missão deverá trabalhar em coordenação com as forças de coalizão internacional e da União Europeia no terreno, por exemplo nos aspectos técnicos de desenvolvimento de doutrinas e políticas de defesa em academias militares. Outras vertentes que a missão poderá assumir diz respeito a formação de pessoal da área médica, e/ou de especialistas em desativar material explosivo.

Novos comandos

No mesmo encontro, os ministros da Defesa devem também dar o seu aval ao projeto de modernização e adaptação da estrutura de comando da OTAN, pensado em garantir que a aliança tenha a flexibilidade necessária para responder a novos desafios e ameaças que contribuíram para “uma mudança dramática” do ambiente de segurança com a postura agressiva e expansionista da Russia, a guerra híbrida e a cibernética. O plano prevê o estabelecimento de dois novos comandos conjuntos, cujas localizações só serão discutidas nos próximos meses. Um abrangerá a Europa central, e será responsável pela movimentação de tropas em território europeu, isto é, pela gestão logística, mobilidade e reforço das forças da aliança na fronteira Leste. 

O outro é um novo comando marítimo para o Atlântico, que terá como missão assegurar a proteção das linhas de comunicação do Atlântico. Tendo em conta que, em tempos de crise, esse comando conjunto responderá à Segunda Esquadra dos EUA, o mais provável é que seja integrado na base naval de Norfolk. Mas por conta de sua situação geográfica, Portugal poderia (teoricamente) vir a acolher a nova estrutura. De resto, a OTAN prevê criar um novo centro de operações cibernético, e também novas estruturas específicas para enfrentar os desafios da guerra híbrida.

*Com Informações de Agência de Notícias Internacionais

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