Por: Redação OD
O Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, conhecido como PARA-SAR, realizou, em 24 de novembro, a formatura do Curso de Comandos da Força Aérea (CCFA), que visa capacitar os militares para atuarem em Operações Especiais. Durante três meses, os alunos participaram de atividades nos mais variados ambientes operacionais do País: selva, mar, montanha, área urbana e rural. As instruções exigiram não só a capacidade física, mas também a psicológica dos alunos. “Existem
militares bem preparados fisicamente, mas que, ao longo do curso,
acabam desistindo devido aos fatores emocionais.
Nós trabalhamos
muito com os atributos afetivos, como resiliência, persistência e
comprometimento, necessários para o cumprimento de nossas missões,
geralmente realizadas em ambientes hostis, inóspitos e que
envolvem elevado grau de periculosidade”, ressaltou o Coordenador do
CCFA, Major de Infantaria Antonio Luiz Moura Junior. O
candidato à vaga é submetido a uma rigorosa seleção. O aluno
Evilásio Fernando Barros se preparou durante quatro meses para estar
em melhores condições de realizar o curso.
“A marcha com mochila
pesada é a que eu imaginava ter mais dificuldade, então treinei
bastante para isso e também as demais áreas, tendo em vista que
todas as atividades do curso são bem cansativas e com grau elevado
de exigência. Pretendo fazer parte do Destacamento Operacional do
EAS e poder cumprir as ações de Força Aérea atribuídas ao
Esquadrão”, disse.
Realizado
de dois em dois anos pela FAB, o curso inclui oficiais e graduados do
PARA-SAR e das Unidades de Infantaria de todo o país. Os futuros
comandos estarão aptos a comporem os destacamentos operacionais do
PARA-SAR, visando ao cumprimento das ações de Força Aérea
previstas na missão daquele Esquadrão. “O
curso ocorre desde 1994 e é considerado a porta de ingresso no
PARA-SAR, sendo uma oportunidade na qual os militares de outras
unidades da FAB são testados e selecionados para prosseguirem nas
demais especializações do Esquadrão, recebendo o título de
Pastor. Com a conclusão do curso, o militar torna-se apto a cumprir
ações de Força Aérea de Reconhecimento Especial, Ação Direta e
Contraterrorismo, bem como terá os requisitos para ser capacitado em
Guia Aéreo Avançado (GAA).
Os Comandos de Força Aérea têm como
ideal "viver como poucos e ir além dos demais", em prol do
cumprimento da missão atribuída ao Esquadrão. "Nossa lida,
vossa vida”, comentou o Comandante do PARA-SAR, Tenente-Coronel de
Infantaria Anderson de Oliveira Schiavo, Pastor 145. O
aluno Bruno Pinheiro Negromonte pretende se especializar cada vez
mais na área de operações especiais. “Para mim, concluir o curso
é ver portas abertas de oportunidades na minha carreira, como o
ingresso no PARA-SAR, além de poder realizar outros cursos
especializados nessa área”, destacou.
Fases
Nivelamento
Tático: nesta fase, realizada ainda em Pirassununga (SP), os
instruendos possuem pouco tempo de descanso e passam por diversas
avaliações, como técnicas aquáticas e defesa pessoal. Também são
levados a conhecerem seus próprios limites em longas marchas a pé
conjugadas com instruções de navegação terrestre. A rotina é
estressante e realizada sob condições de relevante desgaste físico
e mental;
Consolidação:
realizada em Campo Grande (MS), o objetivo é consolidar os atributos
adquiridos na primeira fase, estimulando o raciocínio estratégico
do aluno em situações não convencionais, semelhantes ao que as
Operações Especiais exigem. Durante essa fase são transmitidos
conhecimentos na área de armamento, explosivos, tiro tático,
planejamento de missões especiais, operações de inteligência e de
apoio à informação;
Técnica:
realizada no Rio de Janeiro (RJ), é a fase em que os alunos aprendem
métodos de infiltração no mar, de adaptação ao ambiente e de
operação em relevo de montanha. Também são treinados em áreas
edificadas, pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais
(BOPE-RJ), e nas técnicas e táticas de contraterrorismo, com o
Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Tonelero),
da Marinha do Brasil;
Operações:
desenvolvida em Manaus (AM), essa fase é composta pelo módulo de
adaptação e operações na selva, ministrado pelo Esquadrão Harpia
(7º/8º GAV);
Conclusiva:
realizada em Campo Grande (MS), promove o módulo final com
instruções de combate rural e rastreamento com o Batalhão de
Operações Policiais Especiais (BOPE-MS) e aplicação das técnicas
de fuga e evasão, simulando o abandono de uma área hostil.
Processo
Seletivo
O
processo seletivo do Curso de Comandos de Força Aérea (CCFA 2017)
durou 3 dias e foi realizado na Academia da Força Aérea (AFA), em
Pirassununga (SP). Contando com a presença de 37 candidatos, incluiu
testes de aptidão física e de conhecimentos práticos. O primeiro
foi composto por flexão de braços na barra fixa, abdominal, flexão
e extensão de braços, subida na corda vertical, corrida de 8 km,
marcha a pé de 16 Km, natação, nado submersão e flutuação. Já
os testes de conhecimentos práticos avaliaram o desempenho dos
candidatos em patrulhas, nós e amarrações, orientação,
armamento, comunicações, primeiros socorros, explosivos e
demolições. No final dessa fase de nivelamento, apenas 25 militares
se tornaram aptos a prosseguir no curso.
FONTE: CECOMSAER
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