sexta-feira, 27 de outubro de 2017

1º Pelotão Especial de Fronteira: Militares e Índios formam um só exército do povo brasileiro, na defesa do País.


Por: Redação OD

O 1º Pelotão Especial de Fronteira (1º PEF) é um exemplo do amálgama que o Exército Brasileiro cultua desde Guararapes, quando brasileiros de diferentes etnias se uniram em prol da Nação. Nossos brasileiros de etnia indígena atuam lado a lado com a Força Terrestre, na defesa da Pátria, missão constitucional do Exército e fundamental para manter a soberania do Brasil. Conhecedores da selva, converteram-se no combatente ideal para uma região com as peculiaridades da Amazônia, com uma extensa fronteira externa e dificuldades logísticas exacerbadas.


Atualmente, são 12 militares da etnia Tiriós no 1º PEF, organização militar localizada no Parque do Tumucumaque, sem acesso por rios ou estradas. A área abriga cerca de dois mil índios e 50 militares do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira (FAB). Tiriós está a cerca de 10 km da fronteira com o Suriname (com quem faz divisa), dista 594 km de Macapá (AP) e 940 km de Belém (PA). Seus moradores têm como dialeto o Tiryió e vivem do plantio, colheita, pesca e caça.

Como o Exército chegou à região


O Marechal Cândido Mariano Rondon, Patrono da Arma de Comunicações, é descendente das etnias Bororó, Terena e Guará. Como desbravador da fronteira oeste brasileira e da Amazônia, no final da década de 1920, em viagem de inspeção, estabeleceu o primeiro contato com os índios Tiriós. Dez anos depois, a Comissão Brasileira Demarcadora de Limites, chefiada por Brás Dias de Aguiar, encontrou os índios Tiriós nas margens do Rio Paru do Oeste. A partir da segunda metade da década de 1940, começou uma série de contatos com garimpeiros e mineradores. De 1959 a 1969, iniciou-se a chamada “fase missionária”, com a implantação do trinômio FAB-Missão-Índio, que aumentou o contato com os índios, principalmente com a assistência provida pela FAB.


Em 1985, uma expedição composta de um grupo de militares do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS) recebeu a missão de ir à fronteira do Brasil com o Suriname, na região próxima da aldeia dos Tiriós, tendo, então, implantado um destacamento. Em 2002, iniciou-se a construção das instalações do Pelotão Especial de Fronteira e, no ano seguinte, sua ocupação propriamente dita, nascendo o 1º PEF. Na Comunidade Indígena Missão Nova, a atividade missionária junto aos índios prossegue, tendo, ainda entre eles, a presença do Frei Paulo, que atua na área desde abril de 1969, antes da criação do 1º PEF. Para ele a situação por lá melhorou bastante com a chegada do Exército. “Eu sou testemunha de coisas negativas que vieram de fora, a gente pensava que era invasão. Eram coisas que a gente não podia resolver. E quando chegou o Exército, as coisas melhoraram”, explicou. Ele se refere à vinda de drogas pela fronteira e de garimpeiros, sem que pudessem impedir. Ele explica ainda que, “depois que o Exército fez as primeiras prisões de garimpeiros, as coisas se modificaram”.

Visita do Governador do Estado do Pará, um reconhecimento ao PEF


Nos dias 20 e 21 de outubro, o Governador do Estado do Pará, Simão Jatene, esteve em visita ao 1º PEF, em Tiriós, ao Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e a uma comunidade indígena da etnia Tiriós. Na ocasião, o Governador foi recebido em uma solenidade militar no PEF, onde destacou a importância da integração entre o militar e o paraense indígena que habita a região, “criando cooperação técnica e de toda ordem, para facilitar o cumprimento de uma missão tão importante para todos nós, paraenses, e para todos nós, brasileiros”, salientou. 


Em seguida acompanhou uma apresentação do comandante do 2º BIS, organização militar responsável pelo pelotão. Na sequência, conheceu a estrutura do pelotão e do DTCEA. Na continuação de suas atividades, o Governador visitou a comunidade indígena Missão Nova, onde teve encontros com lideranças locais, dentre eles o Cacique Shimetu Tadeu Tiriyó e o Frei Paulo. O objetivo foi tratar de assuntos de interesse para o desenvolvimento social do índio paraense, que habita a região de Tiriós, oportunidade que propiciou um diálogo de cooperação mútua e de amizade.






FONTE: Agência Verde Oliva e CMN

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