Por: Redação OD
O
Exército Brasileiro autorizou polícias militares, civis, bombeiros
dos Estados e do Distrito Federal e agentes das polícias legislativa
do Congresso Nacional a comprarem, para uso particular, pistolas
calibre 9 mm, que até então eram restritas a agentes da Polícia
Federal e das Forças Armadas Brasileiras. A
autorização foi concedida pelo Comandante do Exército, General Villas Bôas, por meio de quatro portarias
publicadas na edição desta última quarta-feira (24/8), no Boletim interno
do Exército. Na última alteração da resolução, em dezembro
2012, os agentes das forças de segurança tinham o direito pessoal
de portar calibres 357, 40 e 45.
Agora, cada
agente tem autorização para adquirir até duas armas dos calibres
autorizados, incluindo o 9 mm, fabricadas na indústria nacional. Agentes
da Agência Brasileira de Inteligência e integrantes da
Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, que atuam
diretamente envolvidos no combate e repressão aos crimes de
contrabando e descaminho, também estão autorizados a portar o
calibre. A portaria entra em vigor a partir da data de publicação. Ela ainda determina que o Comando Logístico do Exército edite normas que regulem o controle das armas compradas pelos
policiais. Além do registro do armamento, o Colog terá de verificar
que, em caso de morte ou demissão do agente, as armas não continuem
mais sendo usadas. Estes calibres são de uso restrito de
profissionais de segurança pública e, por lei, não podem ser
adquiridos por outras pessoas.
Dotação em serviço continua proibida
As
Polícias Militares dos Estados continuam proibidas de usar os mesmos
calibres de uso pessoal durante ações de policiamento. Pela
legislação em vigor, as armas de dotação das PMs no país são
exclusivamente o revólver calibre 38 e a pistola 40.
"Decisão tática e operacional"
O
professor e pesquisador em segurança pública da Universidade
Católica de Brasília Nelson Gonçalves de Souza explica que a
decisão é de "natureza tática e operacional", e tem como
objetivo padronizar o armamento utilizado pelo exército e pelas
forças policiais. Assim, as forças armadas podem contribuir
fornecendo estoque de munição às polícias. "É possível que
haja uma capacidade de suprimento na medida que seja necessário,
como em operações integradas, a exemplo da que está acontecendo no
Rio de Janeiro. Hoje, as polícias têm dificuldades enormes para
comprar munições e os estoque estão reduzidos. Agora, as forças
armadas poderão ajudar", detalhou.
Ainda
segundo Gonçalves de Souza, as pistolas de calibre 9mm têm um poder
de transfixação muito maior do que as demais. O que significa
dizer, por exemplo, que um mesmo disparo poderia atingir duas
pessoas, transpassando a primeira antes de chegar à segunda. Apesar
disso, o docente minimizou a possibilidade de a decisão do exército
representar um risco maior para a sociedade e para os próprios
policiais. "A
arma representa um risco em qualquer circunstância se mal utilizada.
Quem tem responsabilidade não são elas, mas, sim, os indivíduos
por trás delas, que precisam ser adequadamente treinados. Uma arma
de alto calibre bem utilizada oferece muito menos risco que uma de
calibre menor mal utilizada", concluiu.
FONTE: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário