Por: João Challela Júnior
O
Exército Brasileiro (EB), para atender à missão constitucional,
deve ser um instrumento dissuasório à disposição da Nação
Brasileira, o que requer organização, equipamento e adestramento,
visando obter resultados decisivos nas operações militares e nas
demais atividades das quais participa ativamente. O combate moderno e
a ampliação da capacidade institucional de proteção ao Estado
Brasileiro, preconizada na Estratégia Nacional de Defesa, impõem ao
Exército Brasileiro a execução de um Processo de Transformação,
por intermédio dos Projetos Estratégicos do Exército (PEE).
Com
o intuito de manter a permanente capacidade operacional e contribuir
com a Base Industrial de Defesa (BID), o EB busca preencher as
lacunas de capacidade, por meio da obtenção e modernização de
seus sistemas e materiais de emprego militar. Nesse sentido, foi
estruturado o Projeto Estratégico do Exército de Obtenção da
Capacidade Operacional Plena (PEE OCOP). O projeto foi criado em 2012
e é o único Programa Estratégico que contempla todo o EB,
contribuindo, efetivamente, para a manutenção do estado de
prontidão da Força Terrestre (F Ter). Tem por escopo atender às
demandas de sistemas e materiais de emprego militar para dotação
das organizações militares, permitindo a atuação nas operações
no amplo espectro e, em particular, na proteção da sociedade.
Esse
Projeto tem como Autoridade Patrocinadora o Chefe do Estado-Maior do
Exército, cabendo a gerência ao 4º Subchefe do Estado-Maior
do Exército. Entre seus benefícios, destacam-se a
contribuição para o estado de prontidão operacional, a adequada
capacidade dissuasória e o fortalecimento da BID. O OCOP está
estruturado em: Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha,
Projeto Combatente Brasileiro, Projeto Sistema de Material de
Engenharia e Ações Complementares. O Subprograma Sistema de
Artilharia de Campanha busca a reestruturação desse sistema, de
modo a permitir apoiar as operações conduzidas pela Força
Terrestre, mediante a aplicação de fogos adequados às
necessidades, de forma potente, precisa e oportuna. Ressaltam-se a
modernização de 32 (trinta e duas) Viaturas Blindadas de Combate
Obuseiro Autopropulsado (VBCOAP) M109 A5 + BR e aquisição do
Sistema Digitalizado de Artilharia de Campanha (SISDAC).
O
Projeto Combatente Brasileiro visa dotar o combatente individual de
equipamentos, armamentos e sistemas adequados à sua atuação nos
diversos ambientes operacionais - como, por exemplo, a Região
Amazônica - visualizados para condução de operações militares
pela Força Terrestre, possibilitando maximizar a letalidade
seletiva, a proteção individual e a consciência situacional. O
Projeto Sistema de Material de Engenharia tem por escopo a obtenção
de sistemas e materiais de emprego militar específicos de
Engenharia, tais como meios de abertura de brechas, transposição de
cursos d'água, equipamentos de purificação de água, geradores
etc., reduzindo o hiato tecnológico dos meios relacionados à
mobilidade, contra mobilidade e proteção. Salienta-se o emprego
desses meios no contexto de operações de apoio a calamidades,
sobressaindo-se a "mão amiga" da Força Terrestre na
proteção da sociedade.
As
Ações Complementares são processos que subsidiam a implementação
do programa, além de abrangerem atividades necessárias que não
demandem a estruturação de um subprograma/projeto para sua
execução, abarcando a aquisição de viaturas operacionais
especializadas (blindadas e não blindadas), meios de comunicações,
armamentos, equipamentos optrônicos, embarcações, material
aeroterrestre, saúde operativa, entre outros. Entre as principais
entregas já realizadas pelo Programa, realçam-se as seguintes:
equipamentos rádio, Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas
(SARP), Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) M113 BR
modernizadas, monóculos de visão noturna LORIS, fuzis IA2,
embarcações Guardian 25, portadas táticas, morteiros 81 mm,
mísseis IGLA, viaturas operacionais especializadas, paraquedas e
equipamentos de pontaria/levantamento de alvos.
Manter
as atuais e obter novas capacidades são fatores determinantes para a
adequada prontidão operacional da Força Terrestre e o atendimento
das demandas da sociedade brasileira. É nesse mister que o OCOP vem
atuando, de modo a contemplar todo o Exército com sistemas e
materiais de emprego militar, contribuindo decisivamente para a
geração de poder de combate e o fortalecimento da BID.
FONTE: EBlog
Nota da Redação: O Autor do artigo, o senhor João Challela Júnior é General de Brigada e atualmente esta à frente da 4ª Subchefia do Estado Maior do Exército (4ª SCh EME), em Brasília.
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