Por: Redação OD
Submarino
do tipo “Fleet Type”, o CEARÁ foi construído pelo Estaleiro
Naval de Boston, Estados Unidos da América do Norte, cuja quilha foi
batida em 8 de fevereiro de 1944, sendo lançado ao mar em 15 de
dezembro de 1944. Sua madrinha foi a Sra. W.E.Lang Jr., esposa do
Tenente W.E.Lang Jr. Foi comissionado na Marinha Norte Americana em
4 de março de 1946. Recebeu o nome de USS AMBERJACK (SS-522), o
mesmo nome do seu antecessor, o primeiro AMBERJACK (SS-219) que
afundou ou avariou cerca de 40 000 toneladas de navios inimigos antes
de desaparecer em sua terceira e última patrulha de guerra, no dia
22 de março de 1943. Seu primeiro Comandante foi o
Capitão-de-Fragata W.B.Parham.
Em
1946, o AMBERJACK foi transformado em um submarino do tipo Guppy II
de formato atual, pelo projeto do Estaleiro Naval de Portsmouth.
Desde o seu comissionamento na marinha norte americana, até 1959,
esteve baseado na Base Naval de Key West, Flórida, participando
intensamente de exercícios anti - submarinos levados a efeito pela
Esquadra do Atlântico. A partir de 1959 esteve baseado em
Charleston, S.C., retornando à Key West em 1970. Integrou a Sexta
Esquadra Americana em 1972, operando até abril de 1973, em águas do
Mar Mediterrâneo.
No
dia 17 de outubro de 1973, em cerimônia militar na Base Naval de Key
West, Flórida, o USS AMBERJACK (SS-522) foi vendido e transferido
para a Marinha do Brasil, pelo preço de US$ 153 000,00 (cento e
cinqüenta e três mil dólares americanos), recebendo o nome de
CEARÁ (S-14), sendo passada a sua Mostra de Armamento e incorporado
à Esquadra, no mesmo dia, por meio do Aviso Ministerial nº 0895 de
25 de setembro de 1973 do Ministro da Marinha, Almirante - Esquadra
Adalberto de Barros Nunes. A primeiro navio da da Marinha do Brasil a
ostentar o nome CEARÁ, foi um Monitor encouraçado construído pelo
Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, na Ilha das Cobras, tendo sido
lançado ao mar em 23 de março de 1868, participando ativamente da
Guerra do Paraguai.
O
segundo foi um Navio de Apoio a Submarinos construído nos estaleiros
da Fiat San Giorgio em La Spezzia, Itália, em 1915, tendo sido
incorporado ao serviço ativo da Armada em 25 de abril de 1917. O
terceiro foi um Dique Flutuante, de construção norte americana,
ARD 14, transferido para a marinha brasileira e que teve seu nome
alterado, posteriormente para AFONSO PENA, por meio do Aviso
Ministerial nº 0876 de 20 de setembro de 1973. Suas principais
características eram: 1835 t de deslocamento normal; 1979 t de
deslocamento máximo; 2406 t de deslocamento submerso; 92 m de
comprimento total; 8,5 m de boca máxima; e 5,6 m de calado máximo.
Seu
armamento era constituído por seis tubos lança torpedos de 21
polegadas MK 34, Mod. 10, situados à vante e 4 tubos lança torpedos
de 21 polegadas MK 35, Mod. 10; e vinte e nove torpedos , sendo
vinte e três MK 14 ou MK 23 e seis MK 37, Mod. 3. Sua propulsão era
diesel elétrica, com três motores diesel Fairbanks Morse com
potência total de 4800 HP, o que permitia desenvolver a velocidade
máxima na superfície de 15 nós e 5400 HP em baterias, o que
permitia desenvolver uma velocidade máxima de 13 nós quando
submerso. Seu casco reforçado permitia uma imersão até a
profundidade máxima de 412 pés ou 124 metros. Com uma capacidade
máxima de 376 toneladas de óleo diesel em seus tanques, seu raio de
ação, na velocidade de 13,6 nós, era de 7665 milhas náuticas, com
os três motores na linha.
Em
sua viagem inaugural, após os reparos necessários no Estaleiro
Naval da Philadelphia, o navio cumpriu a seguinte derrota, com
destino ao Brasil: partiu no dia 29 de julho de 1974 da Philadelphia
(EUA), com escalas em Porto Rico (EUA), La Guaira (Venezuela), Port
of Spain (Trinidad), Fortaleza, Salvador e chegando ao Rio de Janeiro
no dia no dia 29 de agosto de 1974. Em sua chegada a Fortaleza,
primeiro porto brasileiro e capital do estado do Ceará, no dia 17 de
agosto de 1974, o submarino CEARÁ foi escoltado por mais de uma
centena de velas coloridas de jangadas e barcos, um helicóptero
civil e dois aviões à jato da FAB, sendo recebido no cais pelas
mais altas autoridades do estado e da cidade, além de militares da
Marinha e pela população.
Antes
da atracação, quatro nadadores do Clube Náutico Atlético Cearense
nadaram até o navio e entregaram uma mensagem de boas vindas. No
porto, foram entregues ao Comandante do submarino, um pavilhão
nacional pela esposa do Governador César Cals e uma bandeira do
estado do Ceará pela esposa do Prefeito Vicente Fialho. O navio
docou para manutenção e reparos gerais em 26 de maio de 1978,
desdocando em 11 de fevereiro de 1980, voltando a navegar somente em
fevereiro de 1982. Durante o seu período no serviço ativo da
marinha, o submarino CEARÁ navegou 76 405 milhas, perfazendo um
total de 562,5 dias de mar e 5537 horas e 48 minutos em imersão. Sua tripulação era composta por 8 Oficiais, 5 Suboficiais, 16 Sargentos, 22 Cabos e 23 Marinheiros.
Neste
período, realizou inúmeros exercícios de lançamento de torpedos,
guerra anti-submarino, patrulha e adestramento de futuros oficiais e
praças da especialidade de submarino.
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Destaca-se a sua participação em exercícios com a marinha inglesa em 1975, ocasião em que tornou-se o primeiro submarino brasileiro a aportar na Ilha da Ascensão.
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Em 1975 recebeu o primeiro Prêmio Torpedex em 1982, como o submarino que mais se destacou nos exercícios de lançamento de torpedos, tendo sido o recordista em dias de mar da esquadra neste ano.
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Em fevereiro de 1983, participou do afundamento do ex CT PARÁ, ao lançar-lhe um torpedo MK 14, que o levou para o fundo.
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Em 1983 recebeu o Troféu Eficiência.
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Participou das operações Fraterno V, Oceanex 83, Tropicalex II, e CAFCIS 83.
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Em 1985 tornou a receber o Prêmio Torpedex.
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Em 26 de agosto de 1982, o submarino, quando navegava a 3 nós, imerso na cota de 180 pés, ao largo do Cabo Frio, colidiu de proa com objeto submarino, avariando a roda de proa entre os tubos de torpedos superiores e inferiores, impedindo a abertura das comportas de todos os tubos de vante.
FONTE: Diretoria
do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha/Departamento
de História Marítima
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