Por: Redação OD
Na manhã desta
quarta-feira (10/05), foi realizada, na Catedral Metropolitana da Arquidiocese
de São Sebastião do Rio de Janeiro, Missa em Ação de Graças pelos 208 anos da
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e homenagem aos policiais
militares vitimados em serviço. A celebração, fora presidida pelo Arcebispo do
Rio, Dom Orani João Tempesta, contou com a participação do Comandante-Geral,
Coronel PM Wolney Dias, policiais militares de diversas Unidades, familiares e
membros da comunidade religiosa e também haverá a apresentação da Banda de
Músicos da PMERJ.
História da PMERJ
A Guarda
Policial da Província Fluminense
Com a criação do Município Neutro da
Corte (atual área do município do Rio de Janeiro) por meio do Ato Adicional de
12 de agosto de 1834, foi criada, em 14 de abril do ano seguinte, na província,
outra força policial denominada Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro,
por meio da lei provincial nº 16, promulgada pelo então presidente Dr. Joaquim
José Rodrigues Torres com sede na cidade de Niterói (então capital fluminense),
responsável pela área atual do interior e da baixada do atual Estado do Rio de
Janeiro, que recebeu a alcunha de “Treme-Terra”, uma alusão a força e a coragem
demonstrada pelos membros daquela Corporação.
Seu primeiro comandante foi o Capitão
João Nepomuceno Castrioto. Por diversas vezes encontrou-se em combate
lado-a-lado com sua co-irmã do Município da Corte, com a qual, anos mais tarde,
viria formar a atual PMERJ, como nas Revoltas Liberais de 1842, quando combateu
nas províncias de Minas Gerais e São Paulo e contenção de revoltas de escravos
entre outras insurreições armadas Brasil afora.
A Guerra do Paraguai
Outro fato histórico que teve
participação importante da Polícia Militar fluminense foi o conflito iniciado
em 1865 contra o Paraguai. O Brasil formou com Uruguai e a Argentina a chamada
Tríplice Aliança. Na época, como o país não dispunha de
um contingente militar suficiente para combater os cerca de 80 mil soldados
paraguaios, o governo imperial se viu forçado, então, a criar os chamados
“Corpos de Voluntários da Pátria”. Em 10 de julho daquele ano, partiram 510
oficiais e praças do Quartel dos Barbonos da Corte, local onde hoje está o
situado Quartel General da Polícia Militar. A este grupo foi dado o nome de
“31º Corpo de Voluntários da Pátria”.
Neste contexto surge a mascote da
Corporação: o cão Bruto. Este animal era um cão de rua, que certo dia adentrou
no Quartel dos Barbonos e virou mascote da tropa. Quando toda a Infantaria do
Corpo seguiu para a Guerra do Paraguai, Bruto seguiu a tropa e embarcou junto
com eles. Participou ativamente dos combates, e apesar de ferido, retornou com
a tropa. Morreu no Rio de Janeiro, envenenado. As praças da Corporação mandaram
empalhar o seu corpo que está em exposição no Museu da Corporação, no Centro do
Rio de Janeiro. A parte da polícia que cuidava da
então província do Rio de Janeiro, a exemplo do que aconteceu na Corte, também
enviou contingente de 510 homens à Guerra do Paraguai, sob a designação de “12º
Corpo de Voluntários da Pátria”, sob o comando do Tenente-Coronel João José de
Brito, a qual partiu para o teatro de operações em 18 de fevereiro de 1865.
Os
feitos heroicos deste corpo de voluntários chegaram ao ponto de o governo
argentino ter criado uma medalha em sua homenagem, cuja utilização foi
permitida pelo aviso nº 542 do Exército brasileiro, em 4 de abril de 1867.
Inobstante isto, o 12º CVP foi dizimado na guerra, sendo os seus sobreviventes
empregados – juntamente com integrantes de outros Corpos de Voluntários – para
compor o 44º CVP. Este Corpo de Voluntários, sob o Comando do então Major
Floriano Peixoto, em heroica carga, capturou uma bateria de canhões inimigos. A participação dos CVPs foi de grande
importância em todas as batalhas das quais tomou parte: Tuiuti, Curupaiti,
Humaitá, Estero Bellaco, Estabelecimento, Surubií, Lomas Valentinas, Itapiru, Angostura
Avaí e Cerro Corá.
A República
Durante a proclamação da República,
em 15 de novembro de 1889, a PMERJ foi a única Corporação policial a se fazer
presente naquele momento, com suas tropas estacionadas no Campo de Santana,
onde ficava a residência do monarca Dom Pedro II. Naquele momento histórico,
assumiu a chefia do governo fluminense Francisco Vítor da Fonseca e Silva,
então comandante do Corpo Policial da Província, sendo o primeiro governante
republicano do estado do Rio. Nas décadas seguintes, a PMERJ viu-se envolvida, seja por ser a força policial
da capital federal ou de um dos principais estados brasileiros, nos diversos
aos conflitos políticos e sociais estaduais que apareceram pelo país, onde foi
empregada, sozinha ou como corpo auxiliar do Exército. Nesse contexto entram as
Revoltas da Armada e da Vacina, as Revoluções de 1930, constitucionalista de
1932, entre outros movimentos.
Em 1942, com o estado de guerra entre
o Brasil e a Alemanha, o governo brasileiro se prepara para enviar à Europa uma
Divisão de Infantaria Expedicionária. No afã de recompletar seus quadros, o
Exército recebe praças graduados da PMDF para recompletar suas unidades que
estavam com efetivo de paz (somente 1/3 do efetivo). Entre os policiais
militares que são transferidos para a FEB, está o 3º Sargento Max Wolff Filho,
que vem a falecer em combate na Itália, já como 2º Sargento. Em 1960, a capital do país foi
transferida para Brasília e a cidade do Rio de Janeiro, antigo Distrito
Federal, passou a ter o nome de estado da Guanabara. A instituição, que naquela
cidade era denominada Polícia Militar do Distrito Federal, passou a ser chamada
Polícia Militar do Estado da Guanabara (PMEG).
Fusão dos Estados do Rio e da Guanabara
No restante do estado, a corporação
ganhou o nome de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro já no ano de 1920,
porém com o acrônimo PMRJ. Em 1974, o Governo Federal decide reunir os dois
estados através da Lei Complementar nº 20, que determinava a fusão do Rio de
Janeiro e da Guanabara em 15 de março de 1975. Ainda segundo essa lei, a nova
unidade da federação receberia o nome de Estado do Rio de Janeiro e,
consequentemente, fundir-se-iam as duas Corporações policiais-militares. Surgiu
então a corporação assim como a conhecemos hoje, com seu Quartel-General no
antigo Quartel dos Barbonos, no Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 1980, assume o comando
da Corporação o coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, oficial culto e
professo defensor dos Direitos Humanos. Ele esboça a primeira tentativa de
mudança dos paradigmas operacionais da `Polícia Militar, buscando conduzi-la
para uma visão mais democrática, apagando a formação de força repressora com
que fora caracterizada ao longo de dois governos de exceção: o “Estado Novo” e
os “Anos de Chumbo”. Graças aos esforços do coronel Cerqueira, doutrinas e
programas que hoje são corriqueiros, como o PROERD e a filosofia de
Policiamento Comunitário, tornam-se lugar presente na PMERJ e espalham-se para
outras Polícias Militares.
Em toda sua história, a PMERJ já teve seis
diferentes nomes na área do antigo Estado do Rio de Janeiro:
Guarda Policial da Província do Rio
de Janeiro – 1835
Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro – 1844
Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro – 1865
Força Militar do Estado do Rio de Janeiro – 1889
Força Pública do Estado do Rio de Janeiro – 1920
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – 1947
Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro – 1844
Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro – 1865
Força Militar do Estado do Rio de Janeiro – 1889
Força Pública do Estado do Rio de Janeiro – 1920
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – 1947
E doze diferentes nomes na área da atual capital
fluminense:
Divisão Militar da Guarda Real de
Polícia – 1809
Corpo de Guardas Municipais Permanentes – 1831
Corpo Municipal Permanente da Corte – 1842
Corpo Policial da Corte – 1858
Corpo Militar de Polícia da Corte – 1866
Corpo Militar de Polícia do Município Neutro – 1889
Regimento Policial da Capital Federal – 1890
Brigada Policial da Capital Federal – 1890
Força Policial do Distrito Federal – 1905
Brigada Policial do Distrito Federal – 1911
Polícia Militar do Distrito Federal – 1920
Polícia Militar do Estado da Guanabara – 1960
Corpo de Guardas Municipais Permanentes – 1831
Corpo Municipal Permanente da Corte – 1842
Corpo Policial da Corte – 1858
Corpo Militar de Polícia da Corte – 1866
Corpo Militar de Polícia do Município Neutro – 1889
Regimento Policial da Capital Federal – 1890
Brigada Policial da Capital Federal – 1890
Força Policial do Distrito Federal – 1905
Brigada Policial do Distrito Federal – 1911
Polícia Militar do Distrito Federal – 1920
Polícia Militar do Estado da Guanabara – 1960
Hoje a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro tem mais de 43500 homens
espalhados pelo estado em 41 Batalhões que fazem o policiamento ostensivo
ordinário e outras unidades operacionais especiais sob 9 Comandos
Intermediários (Cmdo Itrm), além de outras unidades médico-hospitalares,
educacionais e administrativas. Cabe destacar o papel desempenhado
por militares da PMERJ, ao longo da década de 1990 e neste início de século
XXI, em operações sob as ordens das Nações Unidas, em cooperação com o Exército
Brasileiro em Angola, Moçambique, Timor-Leste, Sudão e no Haiti, em forças de
estabilização e de paz.
FONTE: PMERJ
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