Aviões ficam próximos durante simulação de blitz no céu (Foto: Reprodução / EPTV) |
Por: Redação OD
Uma
distância de 50 metros separa um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) de um
jato executivo desconhecido. O espaço é menor que a largura de um campo de
futebol, ínfimo ao ser comparado aos 5,5 mil exigidos por segurança, e ambos
cortam o céu a 500 km/h. A
aparente sincronia chega ao fim quando o piloto do F-5 comunica ao outro
comandante, por meio de rádio, que a aeronave está sendo interceptada para
análise de dados. É uma blitz que pode terminar em ação extrema.
Para
se ter uma ideia da complexidade, 1,8 mil aviões percorrem diariamente os
trajetos entre as regiões de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF)
e Belo Horizonte (MG) e esse movimento aparentemente caótico entre as nuvens é
organizado de forma minuciosa.
Passo a passo da interceptação
Uma
sirene toca na base imediatamente após um avião não identificado surgir na área
monitorada por satélite. O caça da FAB é enviado ao local para rastreamento e
trabalho de contato visual, com objetivo de identificar a matrícula do jato
executivo, além de produzir fotos e filmagem dele. Na
sequência, a equipe em terra também rastreia informações como permissão para
voo e destino.
A
constatação de que o avião não tinha autorização para a viagem entre Cuiabá
(MT) e Brasília é feita por militares do Centro Integrado de Defesa Aérea e
Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), na capital federal. A
partir de então, a decisão do comandante da aeronave interceptada em não
colaborar com a equipe pode elevar a intensidade do policiamento que, em último
caso, prevê hipótese de abater a aeronave.
O major-brigadeiro Mário Luís da Silva Jordão. (Foto: Reprodução / EPTV) |
"Foi autorizado que o piloto chegue até o
extremo, que nós chamamos de medida de detenção, aonde ele pode executar um
tiro para que coloque essa aeronave no chão", explica o major-brigadeiro
Mário Luís da Silva Jordão. Segundo
ele, a medida extrema também só deve ser adotada caso não haja efeito para uma
ação de persuasão.
"São tiros que são dados na lateral, com munição que é visível para essa aeronave, informando a Defesa Aérea estar interceptando a aeronave, é importante que siga instruções. Nessa hora, se não cumpre, é classificada como hostil, já deu provas de que não quer colaborar", explica.
No
caso da simulação feita durante a reportagem, o comandante do jato executivo
decidiu seguir a recomendação para mudança de rota e pouso em Anápolis (GO). Em
seguida, após constatar o pouso do avião interceptado, o caça também é
orientado a descer ao solo para que dados oficiais da aeronave sejam avaliados
com detalhes.
Piloto de caça da FAB se prepara para fazer interceptação de aeronave nos ares (Foto: Reprodução / EPTV) |
"Como
nós não temos a possibilidade em voo de ver a documentação, então usamos a
modificação de rota e o pouso obrigatório para ver, in loco, se estas
documentações estão em dia", destaca o chefe do Centro de Operações
Aéreas, Décio Dias Gomes.
Ele
ressalta que a maioria dos casos está ligada à abordagem das aeronaves de
pequeno porte que não têm plano de voo comunicado. Por exemplo, aviões que
decolam de uma fazenda para outra. "Muitas vezes para evitar pagar tarifas.
Então, não podemos classificar que um tráfego aéreo desconhecido é um ilícito,
nem sempre é. Por isso, tomamos essas atitudes", reforça.
Segurança do espaço aéreo
O chefe do Centro de Operações Aéreas, Décio Dias Gomes (Foto: Reprodução / EPTV) |
Ao
mencionar que o trabalho visa combater transporte de drogas ou produtos ilegais
pelo espaço aéreo, Gomes explica detalhes sobre a cobertura de segurança do
espaço aéreo brasileiro. "O
nosso sistema de defesa é completo no sentido dos radares, nós temos por todo
país, não só pelas fronteiras, mas também no interior.
Uma aeronave que às vezes voa muito baixo, o radar não tem condições de visualizá-la. Por isso, normalmente nas áreas de fronteira, utilizamos a 'Eco 99', uma aeronave radar baseada em Anápolis que desloca para várias regiões do país para apoiar esse tipo de missão, porque ela tem uma visualização para baixo. Por isso, a visualização é melhorada", explica.
Uma aeronave que às vezes voa muito baixo, o radar não tem condições de visualizá-la. Por isso, normalmente nas áreas de fronteira, utilizamos a 'Eco 99', uma aeronave radar baseada em Anápolis que desloca para várias regiões do país para apoiar esse tipo de missão, porque ela tem uma visualização para baixo. Por isso, a visualização é melhorada", explica.
Profissionais atuam no Cindacta, no controle aéreo (Foto: Reprodução / EPTV) |
Caça F-5, da Força Aérea Brasileira em alerta 24h (Foto: Reprodução / EPTV) |
Imagem mostra monitoramento do espaço aéreo por satélite (Foto: Reprodução / EPTV) |
FONTE:
G1
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