Por: Anderson Gabino
Sábado dia 6 de agosto de 2016 um dia para ficar na história, o 3° Sargento Felipe Almeida Wu, do Programa de Atletas de Alto Rendimento do Exército Brasileiro, é o primeiro militar do
Exército a subir ao pódio Olímpico, no primeiro dia dos Jogos Rio 2016. Ele conquistou a medalha de prata no tiro
esportivo, na prova de pistola 10 metros, noventa e seis anos depois que outro militar do Exército, o Tenente Paraense, ter realizado feito igual durantes os Jogos da Antuérpia 1920.
O Sargento Wu, realizou um total de 60 disparos durante a prova e falou que esta medalha pode ajudar a impulsionar o esporte brasileiro. "Espero que esse título faça
mais pessoas se interessarem pelo esporte", disse o Sargento. Sobre
representar a Instituição, Wu afirma que não pretende parar por aqui.
"Quero continuar representando o Exército Brasileiro. É um orgulho fazer
parte do Programa de Atletas de Alto Rendimento", finalizou o medalhista
Olímpico.
A História de Guilherme Paraense, o Precursor!!!
Nascido em Belém do Pará em 25 de junho de 1884, entrou para a carreira
militar ingressando na Escola Militar da Praia Vermelha, sendo promovido à
Aspirante Oficial em 1912. Chegou ao posto de Tenente-Coronel em 1941,
transferindo-se logo em seguida para a reserva. Quando da inauguração do Revólver
Clube na Lagoa Rodrigo de Freitas, em 15 de maio 1914, o então Aspirante Paraense
foi convidado pelo presidente do clube Major Bernardo de Oliveira para exercer
o cargo de 2º Secretário. O Tenente Paraense era uma pessoa simples, tranquilo,
sem vaidades, de baixa estatura, porém de forte compleição física. Seu modo de
empunhar a arma, com o braço direito encolhido e trancado, seguia o modelo
preconizado pelos manuais militares da época, mas que o tornou famoso.
Colt original utilizado pelo Tenente Paraense, durante os Jogos da Antuérpia 1920. |
Foi um emérito atirador de armas curtas, destacando-se em dois grandes
eventos internacionais. Em 1920, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, ganhou duas
medalhas olímpicas: medalha de ouro na prova de revólver, com 274 pontos, e a
medalha de bronze, por equipe, na prova de pistola livre. Na época das
Olimpíadas contava com 36 anos. Conquistou a primeira colocação competindo com
um revólver Colt emprestado pela equipe norte-americana. No seu regresso das
Olimpíadas, foi homenageado pelo Presidente da República Epitácio Pessoa no
salão de honra do Fluminense, juntamente com Afrânio Costa, recebendo uma placa
de prata da Liga de Defesa Nacional, sendo na ocasião saudado pelo famoso
escritor Coelho Neto.
Os atiradores Afrânio Costa, Guilherme Paraense e Edú Chaves |
Em 1922, durante os Jogos Atléticos Sul-Americanos, organizados em
comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro,
Paraense conquistou a medalha de ouro na prova de revólver, com a equipe
brasileira sagrando-se campeã do torneio. A equipe era composta pelos
atiradores Tenente Paraense, Tenente Ferraz e Afrânio Costa, venceu os
campeonatos brasileiros de 1913, 1914, 1915, 1918, 1922 e 1927 e foi campeão
carioca de revólver em 1927. Apesar dos dois feitos internacionais, resolveu
abandonar o esporte no início da década de 30 e não desejou concorrer às
Olimpíadas de 1932 e 1936.
A delegação de atletas do Brasil em Antuérpia, na primeira participação do país em Jogos Olímpicos |
Sempre que era convidado, comparecia às festas do tiro no Fluminense,
permanecendo ao lado de Afrânio Costa, seu amigo e companheiro de gloriosa
jornada, vestindo terno e exibindo uma longa e respeitável barba branca. Em 05/05/1989, o
Exército Brasileiro, por intermédio do então Ministro do Exército – General de
Exército Leônidas Pires Gonçalves, também atirador, e deu o nome do excelente e
moderno conjunto de estandes de tiro da Academia Militar de Agulhas Negras
(AMAN), de "Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense",
homenageando o grande atirador militar - primeira medalha de ouro olímpica do
Brasil. Faleceu em 18 de abril de 1968 no Rio de Janeiro, aos 83 anos.
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