Militares do 1º e do 2º
Batalhões de Aviação do Exército e do 1º Batalhão de Forças Especiais fizeram
hoje (6) uma demonstração do treinamento que feito há duas semanas na zona
oeste do Rio de Janeiro, em que estão foram praticados desembarques de emergência
para atuação das forças especiais nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Chamada de Operação Pão de
Açúcar, a iniciativa busca reconhecer pontos estratégicos da cidade, ambientar
os militares de outros estados e simular abordagens que poderiam ser adotadas
caso haja ameaças na cidade.
O comandante do 1º
Batalhão de Aviação do Exército, tenente-coronel José Antônio Sadzjian Júnior,
explicou que os exercícios são feitos anualmente, mas foram transferidos para o
Rio de Janeiro por causa dos jogos. "Realizamos exercícios
que anualmente fazemos de capacitação da tripulação, no ambiente operacional em
que vão acontecer os Jogos Olímpicos. Com vistas a uma familiarização de todos
os tripulantes", afirmou.
O exercício contou com 14
helicópteros da Aviação do Exército e 160 militares lotados na cidade de
Taubaté, no interior de São Paulo, que sedia os batalhões. Participaram também
da operação militares do 1º Batalhão de Forças Especiais, de Goiânia, do 26º
Batalhão de Infantaria Paraquedista e da Companhia de Precursores
Paraquedistas, que praticaram ações incursão e retirada das tropas. As abordagens praticadas
poderiam ser feitas inclusive em locais de competição dos jogos, como o Parque
Olímpico da Barra ou o Estádio do Maracanã, caso fossem detectadas ameaças à segurança
das pessoas.
"É justamente essa a
finalidade. Estamos treinando a infiltração de tropa em locais não preparados
[para pousos e decolagens]. Poderia ser qualquer uma das estruturas
estratégicas que comentamos, pontos chaves do Rio de Janeiro, e qualquer local
de competição em uma eventual ocorrência que exigisse uma pronta resposta e a
colocação de uma tropa em tempo rápido", explicou.
Entre as
táticas de infiltração treinadas estão a descida rápida, o rapel, o pouso de
assalto e o tiro embarcado. Durante os jogos, 47 helicópteros do Exército
estarão no Rio de Janeiro para dar suporte às forças de segurança. Em
questão de poucos minutos, os 12 soldados de cada grupo que demonstrou o
treinamento desembarcavam de rapel ou no chão, e se posicionavam ao redor do
helicóptero, acompanhados de um cão treinado da raça Belga Mallinois.
Comandante
da 1ª Companhia de Forças Especiais, o capitão Guilherme Colombo destacou que a
experiência acumulada desde os Jogos Pan-Americanos gerou “uma expertise
consagrada”. Ele explicou que há uma comunicação constante com órgãos de outros
países na avaliação de possíveis ameaças. “Nosso principal objetivo é a
prevenção a atentados, mas, caso seja necessário, o gerenciamento da crise”.
Cães treinados
Os cães
usados pelas equipes das forças especiais são treinados desde o nascimento e
chegam a ter uma carga horária diária de duas a três horas. De uma linhagem
pertencente às Forças Armadas, os animais passam por um processo de seleção que
identifica “seu temperamento”, como a aptidão para farejar. A aposentadoria
costuma ocorrer aos 8 anos de idade e, em geral, os cães passam a viver com seu
último adestrador.
"Ele
agrega à equipe duas habilidades. A capacidade de faro ao explosivo, que
possibilita a localização de um eventual artefato que esteja na cena. E também
a capacidade de ataque. Ele é utilizado para neutralizar uma eventual ameaça
que se encontre lá", conta o capitão Colombo. Veterinário
do Batalhão de Forças Especiais, o tenente Fábio Toledo Ribas disse que os cães
passam por inspeções diárias, e têm quantidades e horários de alimentação bem
controlados. Na infiltração de rapel, o cão desce amarrado ao militar que o
acompanha e é desamarrado no chão, sem desobedecer ao adestrador: "Para
ele isso é uma diversão. Não é nem o trabalho. É gratificante pra
ele".
FONTE : Por Vinícius Lisboa Agência Brasil/ FOTS: Tânia Rêgo e 5BIL