Por Thomas E. Ricks
Neste artigo o CWO2 Keith do Corpo de Fuzileiros Navais Americanos (U.S. Marine Corps) diz algumas verdades difíceis de serem ouvidas sobre a qualidade do apoio aéreo a partir de helicópteros e dos jatos dos Fuzileiros Navais no Afeganistão. Fiquei muito impressionado quanto a sua sinceridade. Este exemplo de falar a verdade independente de qualquer coisa satisfaz a minha definição de integridade: Não que a gente não possa fazer nada quanto a isso, mas temos que nos dar conta e fazer ajustes, pois nossos pilotos e aeronaves estão muito aquém na comparação com os do Exército ou os da Força Aérea.
Notei algum tempo atrás, quando voei com algumas Unidades do Exército. Nós usamos aeronaves do Exército para alguns treinamentos, juntamente com Fuzileiros Navais, antes do Dia D da operação. As diferenças eram muito perceptíveis e mesmo os nossos próprios Controladores Aéreos Aproximados diziam isso. Os caras do Exército pousavam exatamente nas coordenadas que você dava a eles, com dispersão muito limitada entre as aeronaves - o que lhes permitia manter a integridade das frações. Quando estavam aproximando, pareciam não perder muita velocidade para realizar o pouso. Já os pilotos do Corpo de Fuzileiros tentavam várias técnicas de aproximação para o ponto marcado sem sucesso e em seguida acenavam com a mão. Mais cedo ou mais tarde, pousavam no meio de um brownout, provavelmente algumas centenas de metros fora do alvo com a dispersão de cerca de meio quilômetro entre aeronaves.
Felizmente, os caras do Exército e da Força Aérea pousavam exatamente onde você queria, para pegar vítimas. Temos a sorte de tê-los! Já ouvi um monte de desculpas sobre o porquê disso e aqui estão os dois mais plausíveis: Eles têm aeronaves superiores e com melhores capacidades de manobra; e os pilotos são pilotos, ao passo que nossos pilotos ficam aquartelados e obtêm cerca de um décimo das horas de voo que eles têm.
Como a maioria de vocês, eu amo o Corpo de Fuzileiros e me dói dizer isso, mas eu acho que estamos perseguindo o caminho errado. Nós não precisamos criar uma capacidade nova; as outras Forças já a tem nas aeronaves e nos pilotos que eles usam. Precisamos desta capacidade para quando eles não estiverem lá! Você simplesmente não pode fazer caber um CH-46 ou CH-53 e definitivamente não é um V-22 nos locais onde essas aeronaves precisam pousar e decolar.
FONTE: Revista Pegasus (CIAvEx), Traduzido pelo Major da Arma de Infantaria Diniz, da DDP, Texto publicado originalmente na ForeignPolicy.com
O Autor Thomas E. Ricks trabalhou no Washington Post de 2000 a 2008, realizando a cobertura dos militares americanos. Pode ser contatado pelo e-mail:ricksblogcomment@gmail.com.
Siga-o no Twitter: @TOMRICKS1Imagem e descrição do autor: ForeignPolicy.com. Tradução livre.
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