sexta-feira, 29 de abril de 2016

O Brasil precisa do submarino de propulsão nuclear para defender a riqueza do pré-sal

Por Redação OD
No início deste mês  o segundo submarino brasileiro teve uma de suas seções concluídas. O projeto faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha, e é um dos quatro submarinos convencionais diesel-elétrico previstos, além do futuro submarino brasileiro com propulsão nuclear. Três unidades convencionais estão em construção, além da infraestrutura industrial para construção e manutenção. “O Prosub faz parte de um amplo Programa estratégico do Estado brasileiro, que teve início em dezembro de 2008, com a assinatura de um acordo firmado entre os governos do Brasil e da França. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2013, o Prosub prevê a construção de: uma complexa estrutura industrial, no Município de Itaguaí-RJ; quatro submarinos convencionais (S-BR); e um submarino com propulsão nuclear (SN-BR)”, esclarece o contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha.

Em resposta às questões encaminhadas pelo Clube de Engenharia, o contra-almirante Viana Rocha informa, ainda, que a infraestrutura industrial e de apoio aos submarinos consiste no projeto e na construção de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), inaugurada em março de 2013. São dois Estaleiros, sendo um de Construção e outro de Manutenção, uma Base Naval, que abrigará a estrutura de Comando e Controle de Submarinos, um Centro de Instrução e Adestramento de suas tripulações, além de um Complexo Radiológico. 
“Esse programa”, afirma o diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, “envolto em um grande processo de capacitação nacional, por intermédio de uma significativa transferência de tecnologia e expressiva nacionalização de equipamentos, reveste-se de grande importância para o País, pois habilitará profissionais brasileiros a projetar e construir um dos mais complexos meios navais já idealizados pelo ser humano – o submarino com propulsão nuclear – e permitirá que a qualificação obtida, em uma tecnologia sensível que apenas cinco países no mundo detêm (China, EUA, França, Inglaterra e Rússia), possa ser utilizada em vários outros setores da indústria nacional.
Expressiva nacionalização
A capacitação adquirida no processo de construção do SN-BR representará uma vitória da tecnologia nacional, promovendo um vigoroso arrasto tecnológico que não se restringirá, exclusivamente, ao setor militar”. Sob o ponto de vista da Estratégia Naval, os submarinos com propulsão nuclear dispõem de elevada mobilidade. São fundamentais para a defesa distante das águas oceânicas (águas profundas).

Por possuírem fonte virtualmente inesgotável de energia e poderem desenvolver altas velocidades, por tempo ilimitado, cobrindo rapidamente áreas geográficas consideráveis, são empregados segundo uma estratégia de movimento. Em face dessas características, podem chegar a qualquer lugar em pouco tempo, o que, na equação do oponente, significa poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo. O submarino nuclear é simplesmente o “senhor dos mares”. 
O Mar Territorial, nossa Zona Econômica Exclusiva e Plataforma Continental, que juntas constituem a “Amazônia Azul”, cobrem cerca de 4,4 milhões de quilômetros quadrados de superfície marítima. A simples existência de um submarino nuclear é suficiente para produzir boa parte dos efeitos desejados com sua posse. É para estar, a tempo e a hora, presente em qualquer ponto dessa vastidão oceânica, que se necessita de um submarino nuclear. Mais ainda, os interesses do Brasil, no mar, não terminam nos limites da chamada “Amazônia Azul”. Eles se estendem a qualquer lugar onde um navio navegue sob nossa bandeira, cuja proteção é dever inalienável do Estado Brasileiro.


Marco significativo 
Dentro do cronograma do Prosusb um dos marcos mais significativos de sua execução é o desenvolvimento dos S-BR no Brasil, que teve início com a construção de uma Seção de Qualificação, comprovando que os engenheiros, técnicos e operários, que passaram por treinamento na França, absorveram os conhecimentos e desenvolveram a tecnologia necessária a esta atividade. O cronograma completo do Programa está passando por análise para a adequação ao orçamento disponível, o que indica um consequente impacto nos prazos de conclusão dos trabalhos. 
A completa execução está prevista para 2025, podendo se estender até 2027, em função do seu ineditismo no que se refere à parte nuclear, que está sendo totalmente desenvolvida por técnicos e engenheiros brasileiros capacitados. Quanto à construção dos submarinos, cabe mencionar: S-BR1 – foi concluída a fabricação, na Nuclep, de todas as seções do Casco Resistente, as quais já foram transferidas para a UFEM para execução das etapas subsequentes da construção. Na UFEM, a fabricação das estruturas não resistentes, suportes e tubulações estão com um avanço físico de 80%, enquanto que a etapa de pré-acabamento do submarino tem um avanço físico de 15%. O lançamento do primeiro S-BR, o Submarino “Riachuelo”, está previsto para 2018.

S-BR2 – A fabricação das seções do Casco Resistente alcançou um avanço físico de 55%. Na UFEM, a fabricação das estruturas não resistentes foi iniciada, tendo um avanço físico de 20%. S-BR3 – Iniciada em janeiro de 2015 a fabricação do Casco Resistente, na NUCLEP, que tem um avanço físico de 10%.  SN-BR – Sua construção tem previsão de início para 2017 e sua conclusão para 2027, encontrando-se na fase de concepção o Projeto Básico.
FONTE: OM - Clube de Engenharia / Defesa Nacional

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