Photo by DEVIN J. ANDREWS/U.S. MARINE CORPS via NATO. |
Por: Yam Wanders.
Essa pequena matéria tem também a intenção de homenagear o aniversàrio de 243 anos do U.S. Marine Corps, uma Força irmã de nosso estimado Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. A irmandade sempre se faz presente à cada operação UNITAS Amphibious entre outras, e certamente essa excelente relação tende a ser cada ves mais incrementada com os futuros acordos de cooperação militar com os USA nos proximos anos.
Aos nossos Amigos e colegas do U.S. Marine Corps, nosso Adsumus ao vosso Semper Fidelis! Parabéns!
U.S. Mariners em ação no TRIDENT JUNCTURE 2018.
Durante todo o curso e até mesmo antes do exercício Trident Juncture 2018, os U.S. Mariners se destacaram positivamente no evento, mesmo não representando o grosso do contingente militar dos Estados Unidos nas operações que se desenrolaram na Noruega do o dia 25 de outubro até o seu término no dia 7 de novembro.
Os U.S. Mariners são uma força expedicionária por natureza, e justamente pelo seu engajamento em operações a nível global, o exercício de deslocamento e emprego em regiões de caracterìsticas extremas é e sempre será uma prioridade em seus treinamentos, continuamente se antecipando aos possíveis teatros de operações, e, mantendo o poder de dissuasão em regiões crìticas, com possibilidades de conflitos.
Photo by DEVIN J. ANDREWS/U.S. MARINE CORPS via NATO. |
A grande problemática do cenário do último decênio foi marcado pela prioridade de operações em regiões semi-áridas e desérticas do Oriente Médio, e tambèm nos útimos anos na Ásia devido às tensões com a Coréia do Norte.
Houve também a situação da presença na Geórgia e Ucrânia, mas que são regiões com características ainda longe do árduo frio glacial do extremo norte montanhoso da Europa.
Com isso a organização do exercício Trident Juncture 2018 vem ao encontro não só da atuação na dissuasão política contra a Rússia e aliados dessa, mas também para reciclar e aperfeiçoar as capacidades operacionais gerais em ambiênte extremo de condições glaciais característicos da região.
A tomada de Keflavik na Islândia
Photo By: Lance Cpl. Brennon Taylor
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Em seu deslocamento para a Noruega, 100 militares do US Marines do 24th Marine Expeditionary Unit efeturam um desembarque aéreo no aeroporto de Keflavík, aonde foi simulada a tomada das instalações e efetuada a securização dos arredores com a colaboração da Polícia da Islândia atuando como "força de colaboradores civis". No total participaram da operação 2000 Mariners.
O assalto aéreo foi efetuado com aeronaves MV-22 Osprey e CH-53 Sea Stallion a partir do navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, do qual também foram lançados veículos de desembarque de tropas tipo Hovercraft e blindados anfibios do tipo AAV-P7/A1, também conhecido como “LVTP 7"
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Photo by DEVIN J. ANDREWS/U.S. MARINE CORPS via NATO. |
A U.S. Navy apoiou a operação com a participação de dois aviões P-8A Poseidon que foram deslocados da base de Sogonela na Itália. Essas aeronaves tem uma importância vital no exclarecimento da região marítima antes de qualquer operação anfìbia para alertar e até mesmo neutralizar eventuais ameaças de submarinos inimigos.
A tomada total do aeroporto com o estabelecimento de uma zona de segurança ao redor das instalações não durou mais que 3 horas incluindo outras ações complementares de exclarecimento ampliado da região do entorno do aeroporto.
Photo by DEVIN J. ANDREWS/U.S. MARINE CORPS via NATO.
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Exercício em montanha “Northen Screen”
Photo By: Cpl. Ashley McLaughlin
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No dia 25 de outubro os Mariners da “Marine Rotational Force 19.1" praticaram uma ação conjunta com diversos grupamentos do Exército Norueguês, efetuando exercícios de controle e orientação ao apoio aéreo aproximado ( conducted close air support drills, a orientação de ataques aéreos com orientação de controladores/observadores em posições avançadas no solo) em Setermoen, em uma região montanhosa e considerada de dífícil acesso e permanência devido ao frio glacial e fortes ventos.
Esse exercício menor foi denominado “Northen Screen” e ocorreu dentro da abrangência do exercício Trident Juncture, e, no cenário, treinaram as tropas dos U.S. Mariners em todo tipo de táticas de guerra em montanha e gelo, que é um dos objetivos genéricos para o aperfeiçoamento dos Mariners no exercício Trident Juncture 2018.
Photo By: Cpl. Ashley McLaughlin
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O U.S. Marine Corps possui sua pròpria aviação de ataque, e por isso pode agir com grande autonomia quando em coordenação prévia com as demais forças envolvidas em operações de ataque ao solo, principalmente quando do apoio à operações tìpicas dos desembarques anfìbios e seu avanço no terreno, entre outras.
Photo By: Capt. Scott Feran |
Desembarque nas praias da Noruega
Photo by Sgt. Bethanie Sahms 2nd Marine Logistics Group |
Entre outras atividades, o 24th MEU -Marine Expeditionary Unit efetuou um segundo assalto anfíbio no dia 29 de outubro em Alvünd, no litoral da Noruega, operação essa já no âmbito do exercício Trident Juncture 2018.
Nessa fase do exercício, o 24th MEU já opera ações em conjunto com os parceiros da NATO/OTAN recebendo apoio operacional tático e interagindo com tropas que fazem o papel de “forças inimigas” que se opõe ao desembarque.
O desembarque exercitou a capacidade de tomada de uma cabeça de praia /posição litorânea em ambiênte de frio extremo e neve parcial na região, que proporciona características diferenciadas de dificuldades no litoral norueguês , que é predominantemente rochoso e com poucas praias de angulação adequada aos desembarques anfíbios.
Photo by Sgt. Bethanie Sahms 2nd Marine Logistics Group |
Nessa operação também ocorreu o emprego de um assalto aéreo em apoio ao desembarque anfíbio, o que torna muito mais complexa a atividade de cobertura mútua para as tropas que tomam as posições no ataque e na sua projeção com direção ao interior do terreno.
Foram empregados na operação; o 2nd Landing Batalion e o 2nd Marine Division com um total de 700 militares, utilizando 12 veículos anfíbios tipo LVTP 7, seis LAV (Light armored vehicle) e 21 veículos HMMVW ( Hunvee).
Photo by Sgt. Bethanie Sahms 2nd Marine Logistics Group |
Outra particularidade do exercício foi que as “forças inimigas” que fizeram oposição ao desembarque e incursão do terreno estiveram bem espalhadas e fortemente abrigadas de forma bem camuflada, efetuando ataques surpresas que obrigavam os Mariners a tomarem decisões diferentes das planificadas nos briefings e assimexercitar suas capacidades de autonomias em decisões sob pressão de fogo inimigo.
Photo by Sgt. Bethanie Sahms 2nd Marine Logistics Group |
A operação teve como fator de dificuldade o objetivo de efetuar o cerco de posições civis em Alvunud com ações de menor impacto possível, pois os objetivos vão além do combate ao inimigo, assegurando proteção para a população civil sob julgo de forças hostis e sua respectiva evacuação de uma zona de conflito sob proteção dos U.S. Mariners.
Treinando para a guerra e construíndo pontes
Photo By: Lance Cpl. Scott Jenkins via U.S. Marine Corps in Europe. |
No dia 3 de novembro, já aprofundados no exercício Trident Juncture, Mariners do 2nd Marine Logistic Group-Forward e 8th Engineer Support Batallion (II Marine Expeditionary Force) com o apoio de Marinheiros do U.S. navy “Seabees” (Naval Construction Batallion One) construíram uma ponte “medium girder bridge”, que é uma ponte de campanha portátil leve, que pode ser montada sem a ajuda de equipamentos pesados, tendo como principal característica o emprego de apenas duas vigas principais, mas que podem suportar pesos de veículos militares de combate de grande porte da categora dos principais MBT ( Main Batlle Tanks) em uso na atualidade.
Photo By: Lance Cpl. Scott Jenkins via U.S. Marine Corps in Europe.
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Com o emprego de aproximadamente 150 homens em algumas dezenas de horas, a ponte foi imediatamente usada logo após seu término, com a passagem de 100 veículos de combate “LAV’s” dos U.S. Mariners e 100 blindados “Bandvag” do Exército da Noruega.
A montagem da ponte envolveu “problemas logísticos” programados propositalmente para as tropas dos Mariners e do Exército da Noruega, tais como o uso de peças e equipamentos de uso comum para ambos os lados que foram trocados aleatoriamente, para com isso empregar o aperfeiçoamento das capacidades proativas e de comunicações entre as forças norueguesas e americanas.
Aumentando a presença na Europa
Photo By: Lance Cpl. Scott Jenkins via U.S. Marine Corps in Europe.
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Essa é a primeira vez que tropas dos U.S. Mariners na Europa fazem um deslocamento para permanência em um país membro da aliança militar fora de sua base principal na Alemanha. Esse deslocamento inclúi a montagem de uma base para alojamento dos militares e inclusão de equipamentos diversos que não foram de imediato revelados, mas especula-se que serão inicialmente apenas veículos do tipo Humvees por momento.
Uma das intenções principais é manter um contingente permanentemente apto a operar na região em carácter de pronto-emprego.
Em paralelo; exercício “Archipelago Endeavour” na Suécia
Photo: Maja Hansson/Försvarsmakten Swedish Army. |
Photo: Maja Hansson/Försvarsmakten Swedish Army. |
O exercício ocorreu no arquipélago de Stocholm ( mesmo nome da capital) que é maior da Suécia e que se extende do continente até 60km mar adentro e possui o incrivel número de aproximadamente 30 mil ilhas e rochedos, constituíndo assim uma grande complexidade para as operações marítimas civis e militares, o cenário ideal para o treinamento que os Mariners sempre querem!
Photo: Maja Hansson/Försvarsmakten Swedish Army. |
A Suécia possui apenas um regimento de “Mariners”, o 1st Marine Regiment da Real Marinha da Suécia, e, estes treinaram com Mariners do U.S. Marine Rotational Forces Europe, sendo 180 Mariners suecos e 70 U.S. Mariners utilizando embarcações de assalto CB-90 Stridsbät de fabricação e uso regular dos Mariners suecos.
Apesar da Suécia não fazer parte da NATO/OTAN, as forças militares desse país assim como a Finlândia participaram como membros especiais no escopo do mega-exercício Trident Juncture 2018, já que diversos acordos foram assinados entre USA e os dois respectivos países na área de cooperação de defesa frente às possíveis ameaças hipotéticas que são atribuídas à Rússia e seus aliados no Mar Báltico.
Photo: Maja Hansson/Försvarsmakten Swedish Army.
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Outra importante doutrina que está sendo implementada nesse exercício e que já progride de outros exercícios é a preocupação com o impacto ambiental. A condução de todas as operações é acompanhada de especialistas militares e civis, incluíndo observadores internacionais de fora do âmbito da NATO/OTAN para acompanhar todas as ações que tratam diretamente da prevenção à danos e correção de eventuais problemas que causem impacto pelo menor que seja ao meio ambiênte em todos os locais que ocorrem os exercícios.
Photo By: Cpl. Patrick Osino via NATO/OTAN. |
A principal ação de proteção ao meio ambiênte teve uma fase de estudo e planejamento, que foi efetuada em conjunto com as autoridades ligadas ao meio ambiênte e preservação histórica da Noruega, para demarcar todas as áreas que seriam restritas ao exercício, evitando asssim todo e qualquer local que eventualmente corra riscos de qualquer espécie quando da permanência e passagem de tropas ou veículos, mesmo que por estradas de uso comum da população civil.
De acordo com informações da NATO/OTAN, nenhuma atividade ocorrerá em parques nacionais, proximidades de monumentos históricos ou áreas de proteção ambiental por menores que sejam, e, após o fim das manobras um bom número de unidades especializadas trabalharão em conjunto com as autoridades civis locais para avaliação de possíveis danos e de suas reparações quando estes ocorrerem.
Com informações via U.S. Marine Corps in Europe, NATO/OTAN e Swedish Army.
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