segunda-feira, 2 de julho de 2018

Radar Gaivota-X: Um produto 100% nacional e que pode vir ser o futuro radar das Corvetas Classe Tamandaré


Por: Anderson Gabino

Um radar de projeto e fabricação 100% nacional, e que opera na banda X, ou seja, entre 8 e 12 GHz e que está sendo desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e  a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Gaivota-X, parece ter sido o pivô da desistência da Marinha do Brasil em escolher o Mastro Integrado da Thales para dotar as futuras corvetas, desde o início do projeto da atual Barroso, o Almirantado apostou em um produto com alto índice de itens nacionais e diante da recusa da Thales de integrar radares nacionais ao seu IMast 100, e assim preferiu-se dar andamento a solução nacional, foi um dos projetos apresentado e exposto na 1ª Rio International Defense Exhibition (RIDEX 2018), ocorrida semana passada entre os dias 27 e 29 de junho, nos armazéns 3 e 4 do Píer Mauá.

Com um custo até agora de R$ 6 milhões (se comparado a uma aquisição nova, o valor e baixíssimo) de uma verba, cujo o seu montante chega à R$ 19.277.685,00 para o seu desenvolvimento, o radar se mostra altamente viável, observando que todo o sistema será de âmbito e domínio nacional. Esse tipo de radar é muito sensível, o que proporciona uma imagem bastante clara e detalhada do contato radar, facilitando o reconhecimento e consequentemente a natureza de sua procedência (amigo ou inimigo). O Gaivota-X, opera em dois canais: Um de superfície, onde enxerga-se até a linha do horizonte, e o de busca aérea, onde seu alcance de detecção varia de 40km (míssil Exocet) até 200 km (aeronave de grande porte). Além da capacidade de busca a Marinha do Brasil em suas requisições, pede com que o radar possua a capacidade de guiamento de míssil superfície-ar. 


Por se tratar de um produto praticamente 100% nacional (tirando alguns componentes que não há como ter aqui no Brasil), o radar terá um hardware totalmente definido pelo software dele, assim o operador final terá total autonomia e acesso aos parâmetros e configurações do software do radar, ou seja, o operador não mais precisará adaptar-se ao sistema do radar, e sim o sistema que irá se adaptar as necessidades do operador. O radar, pode ser utilizado tanto embarcado (versão naval exposto), pois o mesmo possui uma haste estabilizadora (também de produção nacional), onde a qual mantem o radar estável quando em navegação. Também existe a possibilidade do mesmo, ser instalado em terra, e com um arranjo de radares e interligados ao sistema, podem proteger a costa.

Uma das possibilidades futuras do Gaivota-X (ainda em processo embrionário de conversação), é de que ele possa se tornar um radar de acompanhamento de alvos, em um futuro sem data definida. O protótipo exposto durante a Ridex 2018, encontrava-se em um modulo de contêiner, e ficou no convoo zulu do NDM Bahia, onde conseguia-se ver toda a movimentação aérea e naval no entorno. Os teste de campo estão acontecendo desde maio/2017, onde este mesmo modulo já esteve na pista da Base Naval Aérea de São Pedro D’Aldeia, tendo o Esquadrão VF-1 como anfitrião e passou 4 meses embarcado no NaPOc APA, realizando diversos tipos de missões. Para que o radar se torne operacional e ai começar a ser produzido, o mesmo ainda terá pelo menos mais um ano de testes, junto a esquadra brasileira.

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