Por: Redação OD
ORDEM
DO DIA Nº 2/2018
Em
cumprimento ao disposto na Portaria nº 190, de 27 de junho de 2018,
do Comandante da Marinha, e de acordo com o preconizado na Ordenança
Geral para o Serviço da Armada, realiza-se, na presente data, na Base
Naval de Sua Majestade, em Devonport, na cidade de Plymouth - UK, a
Mostra de Armamento do Porta Helicópteros Multipropósito (PHM)
“Atlântico”. A Mostra de Armamento, cerimônia repleta de
tradições navais, indica o início da singradura do PHM Atlântico,
na Marinha do Brasil. Os dados relevantes e de interesse da vida de
bordo passam a ser registrados no “Livro do Navio” e, a partir da
cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil, o futuro capitânia
da Esquadra estará pronto para representar, em plenitude, a
Soberania Nacional. A
alma do navio, iniciada por excelsos marinheiros britânicos, passa
ser constituída pela interação dos marinheiros brasileiros, com os
imensos espaços oceânicos do Cruzeiro do Sul e onde estão os
pilares da sobrevivência e prosperidade da nossa Pátria.
O PHM
“Atlântico”, ex-HMS “Ocean”, quando estava a pouco na Marinha Real Britânica, foi
construído em meados dos anos 90 pela Kvaerner Govan e pela VSEL em
Barrow-in-Furness. Comissionado em setembro de 1998, operou a partir
da Base Naval de Devonport, em Plymouth. No seu histórico de
serviço, constam operações navais em apoio a ações humanitárias
no Kosovo e na América Central. No ano 2000, participou da Operação
Palliser, na Serra Leoa. Logo em seguida, operou no Oriente Médio,
no grupo de combate do HMS Illustrious na Guerra do Iraque. Em
2009, foi deslocado para a Ásia, novamente em operações navais e
apoio a ações humanitárias. Em 2011, participou da Operação
Unified Protector, na Líbia. No ano seguinte, retornou à Inglaterra
para reformas e, posteriormente, participou de operações navais, no
âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Em 2017,
participou da operação Ruman, por meio de operações navais em
apoio a ações humanitárias nas ilhas do Caribe, afetadas pelo
furacão Irma. O nome Atlântico remete a saga das Grandes
Navegações, que proporcionaram, entre outros notáveis feitos da
Escola de Sagres, o descobrimento do Brasil. Adicionalmente,
atesta a relevância desse espaço oceânico na conformação da
nação brasileira, em todos os períodos de sua história. No
colonial, como cenário de combates navais, onde o vitorioso
estandarte português permitiu a manutenção da integridade de um
território continental. Tem destaque, nessa época, o Combate de
Guaxenduba, em 1614, o combate naval de Abrolhos, em 1631, e a Ação
Naval da Baía de Todos os Santos, em 1635; além, de inúmeros
combates à corsários. Durante o Império, sendo o espaço onde as
forças navais brasileiras, atuando ao norte e sul, desde o Oiapoque
ao Chuí, constituíram fator decisivo na consolidação da
independência e dos atuais limites do Brasil; como também, permitiu
acesso às bacias hidrográficas, que contribuíram para o
estabelecimento das fronteiras a oeste, sudoeste e noroeste.
Na
guerra da Independência, ocorre o nascimento e o batismo de fogo da
Esquadra Brasileira. Na República, como Teatro de Operações da 1ª
Guerra Mundial, com as operações navais conduzidas entre Gibraltar,
costa oeste da África e a do Brasil, por meio da Divisão Naval de
Operações de Guerra – DNOG. Na 2ª Guerra Mundial, durante a
Batalha do Atlântico, coube à MB, mesmo antes da declaração de
guerra do Brasil, contribuir com o esforço de guerra aliado, por
meio de patrulhas no Atlântico Sul protegendo os comboios de navios
mercantes, entre o Mar do Caribe e o litoral Sul do Brasil; assim
como, em busca e salvamento, em apoio a pilotos aliados, que operavam
na África do Norte. No presente, o Oceano Atlântico permanece como
preponderante para a segurança e desenvolvimento nacional; por meio
de suas linhas de comunicações marítimas, ampliando o atendimento
dos justos anseios da sociedade brasileira; e aponta um futuro onde
será, ainda mais, vital para o Brasil.
Assim,
devemos ressaltar sua continuada importância política, estratégica
e econômica, por onde trafegam 95% do comércio exterior brasileiro,
são extraídos 91% do petróleo e 73% do gás natural produzidos
pelo Brasil e estão localizados cabos submarinos, meio de
transmissão da maior parte de dados, primordiais para as nossas
comunicações. O Oceano Atlântico, além de rico em biodiversidade,
contribui de forma significativa na regulação do clima,
processamento de nutrientes por meio de ciclos naturais, e contempla
ampla gama de serviços, reservas minerais e de alimentos, que
beneficiam grande parcela da nossa população. Também constatamos
uma elevada dinâmica de aplicação da tecnologia, a consolidação
e o aparecimento de conceitos oceanopolíticos e amplo elenco de
oportunidades para o aproveitamento dos recursos naturais no ambiente
marinho.
Dessa
maneira, essa Mostra de Armamento alcança relevante marco na nossa
história, por envolver o primeiro navio, a ostentar na popa uma
denominação que nos remete, tanto a um passado de bravura e de
superação, como a um presente e futuro repleto de desafios, onde
estão os destinos do Brasil. Ao Comandante, Oficiais e Praças do
PHM “Atlântico”, expresso votos de felicidades e de pleno êxito
em sua missão. Os senhores terão a honra de liderar a criação,
consolidação e serão o plano mestre para preservação da alma
marinheira deste navio. Tenham orgulho desse valioso patrimônio, que
lhes é confiado pela nossa Pátria. PHM “Atlântico”, bem-vindo
à Marinha invicta de Tamandaré. A Marinha do Brasil! Que Deus o
acompanhe e proteja os valorosos marinheiros da sua tripulação!
Bons Ventos e Mares Tranquilos!
ILQUES
BARBOSA JUNIOR
Almirante
de Esquadra Chefe do Estado-Maior da Armada
Fonte
: DIRETORIA
DE COMUNICAÇÕES E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA MARINHA BOLETIM DE
ORDENS E NOTÍCIAS Nº 497 DE 29 DE JUNHO DE 2018 BONO ESPECIAL GERAL
ESTADO-MAIOR DA ARMADA BRASÍLIA, DF. Em 29 de junho de 2018.
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