Militares da Brigada anfíbia japonesa em cerimônia no Campo Ainoura, em Sasebo - ISSEI KATO / REUTERS |
Por: Redação OD
O
Japão ativou neste sábado (7)
a sua primeira unidade militar anfíbia desde o
término da
Segunda Guerra Mundial. A
unidade fora criada com o propósito de
conter, o que o país imagina serem “invasores das
ilhas japonesas”, ao longo do Mar da China Oriental. Tóquio teme
os territórios fiquem vulneráveis a ataques da China. Em
uma cerimônia, sediada em
uma base militar perto de Sasebo, na ilha de Kyushu, cerca de 1,5 mil
militares da Amphibious Rapid Deployment Brigade (Brigada de
Implantação Rápida Anfíbia) se enfileiraram com roupas e rostos
camuflados. As tropas anfíbias são especializadas em força naval e
desembarque em territórios considerados hostis.
Tropas enfileiradas em cerimônia na ilha de Kyushu - ISSEI KATO / REUTERS |
Os
militares
realizaram um exercício aberto
ao público,
que simulou a recaptura de uma localidade,
a qual teria sido
tomada por invasores. A constituição
desta
brigada, vem
gerando muitas
controversas,
porque unidades anfíbias podem projetar força militar e podem
ser
usadas para ameaçar a
soberania de países vizinhos,
segundo os críticos à iniciativa. O Japão renunciou ao direito de
guerrar na Constituição promulgada após a Segunda Guerra Mundial.
As forças japonesas não operam seus próprios meios
navais
desde o
término da guerra em 1945,
da qual o país asiático saiu derrotado. "Dada a crescente
dificuldade de defesa e a situação de segurança em torno do Japão,
defender nossas ilhas se tornou mandatório", destacou o
vice-ministro de Defesa, Tomohiro Yamamoto, em discurso.
PODER
CONTRA A CHINA
Vice-ministro da Defesa dá bandeira da brigada ao comandante da força anfíbia - ISSEI KATO / REUTERS |
A
brigada é o mais recente componente de uma força japonesa em
expansão, que já inclui porta-aviões, navios anfíbios, portadores
de tropas e tanques, voltados à disuasão da China, acusada de
forçar o avanço pelo território em busca de mais fácil acesso ao
Pacífico Ocidental. A China, que domina o Mar da China Meridional e
reivindica um grupo de ilhas inabitadas no Mar Oriental, estas
controladas por Tóquio, supera o Japão em gastos com defesa. Em
2018, Pequim vai gastar mais de US$ 176 bilhões nas Forças Armadas,
três vezes mais que o vizinho asiático. A ativação da brigada
deixa o Japão um passo mais perto da criação de uma força similar
à Unidade Expedicionária da Marinha americana, capaz de planejar e
executar operações no mar longe da base natal. Grant Newsham, que
ajudou a treinar as tropas, destacou que, para tal avanço, o país
ainda precisa de uma sede conjunta Exército-Marinha e de mais navios
anfíbios para carregar homens e equipamento.
*Com Informações de Agências de Notícias Internacionais
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