Por: Redação OD
O
comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, defende que o
governo deixe o Ministério da Defesa sob chefia de um militar. Na
última semana, após nomear o general Silva e Luna como ministro
interino, Temer afirmou que, em breve, recolocará um civil no posto.
Desde sua criação em 1999, o ministério era comandado por civis.
"Um
militar, como qualquer outro profissional escolhido pelo presidente
da República, pode sim chefiar o Ministério da Defesa.
Anteriormente, profissionais de outras carreiras de Estado já
exerceram esse cargo, e não há qualquer razão para que um militar
não possa exercê-lo.
Nos
Estados Unidos, por exemplo, o atual ministro da Defesa é um
fuzileiro naval de carreira", disse o
Almirante, e aproveitando para destacar
que para
o
governo, ou
para
qualquer outra
pasta,
pode-se
optar por um político ou um técnico, e que, desta vez, Temer
indicou um técnico. E minimizou as críticas à indicação de um
militar para o comando do Ministério da Defesa. "Em um Estado
democrático de direito, nada mais natural do que haver opiniões
divergentes quanto às ações políticas dos nossos governantes",
afirmou o almirante.
Ele
negou que haja desentendimento
entre as três Forças sobre quem deve chefiar a Defesa: "As
Forças Armadas vivem um ambiente de extrema cooperação e, em
atuação conjunta, buscam cumprir as missões a nós atribuídas.
Não há a mínima restrição à indicação de um general para o
cargo de ministro da Defesa, até porque essa escolha é prerrogativa
do presidente. Adicionalmente, no caso em questão, o general Silva e
Luna conta com larga experiência no cargo de secretário-geral do
Ministério, e se desincumbe de suas funções de maneira competente
e equilibrada".
Apesar das indicações de que Temer
quer indicar um civil para ficar até o fim do governo no Ministério
da Defesa, oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica estão se
movimentando para garantir a permanência do general Joaquim Silva e
Luna no comando da pasta. O presidente decidiu colocar um civil no
comando da Defesa depois da repercussão negativa da nomeação de um
general para o cargo idealizado para um civil, e também por causa de
relatos de descontentamento na Marinha e na Aeronáutica pela
subordinação a um oficial do Exército.Segundo um oficial, os
militares "estão dando a alma" para ajudar o governo Temer
e, por isso, acreditam que não merecem tratamento "de segunda
linha".
Ao traduzir o pensamento do grupo que representa, este
oficial diz que tirar Silva e Luna do comando da Defesa só porque
ele é um militar seria discriminação às avessas. Esta
discriminação contra um militar é inaceitável. A pressão é para
que ele (Silva e Luna) fique. E a pressão vem das três forças -
afirma o oficial, negando que haja ciúmes de comandantes da Marinha
e Aeronáutica, pelo fato de Luna ser do Exército. Militares das
três Forças têm defendido a permanência de Silva e Luna. Os
militares são chamados para matar mosquito (da dengue), fazer
campanha de vacinação, construir estradas e pontes. São chamados
para muitas coisas. Mas não servem para ser ministro da Defesa ? E
de outras áreas, pode ? - indaga um outro oficial de alta patente.
*Com Informações do Jornal O Globo
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