Por: Augusto Nunes
Admita-se
que a intervenção federal no Rio de Janeiro foi decidida às
pressas, para tornar menos anêmica a taxa de popularidade do
presidente Michel Temer. Admita-se, também, que uma ação desse
porte deveria ser planejada mais cuidadosamente. Admita-se, ainda,
que as limitações impostas à atuação do Exército ameaçam
reduzir a defensiva contra o crime a uma intervenção meia-boca.
Feitas essas ressalvas, é preciso admitir que os pedidos de socorro
dos cariocas não podiam deixar de ser ouvidos.É
preciso, sobretudo, reconhecer que uma ofensiva do gênero só terá
êxito se conduzida pelo Exército.
A conversa fiada dos partidos
ditos de esquerda é coisa de babá de bandido. Eles ignoram, por
exemplo, que o Rio de Janeiro de 2017 lembra as cidades da Colômbia
atormentadas pela violência do narcotráfico no último quarto do
século passado. Os cartéis de Cáli e Medellin ainda existiriam se
as Forças Armadas não fossem encarregadas de restabelecer a ordem
pública e assegurar a integridade do território nacional.Outro
exemplo: durante 13 anos, tropas brasileiras lideraram a bem-sucedida
missão de paz da ONU no Haiti. Lá, os mais ferozes combates
ocorreram nos morros de Porto Príncipe.
Esses dois precedentes
históricos avalizam o engajamento do Exército na missão de
reincorporar os morros cariocas ao território brasileiro. Mas o
plano de intervenção deve ser imediatamente aperfeiçoado com
a adoção das regras de engajamento fixadas pela ONU no Haiti. A
guerra do Rio só será vencida por tropas que tenham poder de
polícia e sejam poupadas das restrições absurdas exigidas por
gigolôs dos direitos humanos. O Haiti agora é aqui, e sua face
horrível é desenhada pelos bandidos que amputaram do mapa do Brasil
centenas de favelas do Rio de Janeiro. É preciso eliminá-la
cirurgicamente.
Fonte: Revista Veja
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