A
Marinha do Brasil iniciou
no dia de hoje,
a integração dos quatro submarinos convencionais da Classe
Riachuelo previstos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos
(PROSUB), um dos maiores projetos tecnológicos em andamento
atualmente no país. O
Complexo Naval da Itaguaí, foi
o palco para esta nova fase da
montagem final do “Riachuelo”, que
será o
primeiro dos quatro
submarinos
convencionais do programa a ter
suas seções
unidas
ao
casco
e
aos
múltiplos
sistemas
já
instalados
em
cada
uma
delas.
Esta fase, a
qual possui uma
elevada sofisticação tecnológica, é a última, antes do
lançamento do submarino ao mar, previsto para o segundo semestre
deste
ano.
O
programa conta com uma
forte
participação de universidades e centros de pesquisa, o que gera,
entre outros
benefícios,
transferência
de
tecnologia,
desenvolvimento
próprio
de
tecnologias,
processos
e
materiais avançados, fomento ao desenvolvimento da base industrial
brasileira de defesa, capacitação
de
profissionais
em
atividades
altamente
especializadas
e
milhares
de
empregos
diretos e
indiretos. Durante
seu discurso no evento, o Presidente da República Michel Temer
destacou a importância da construção do submarino para o
desenvolvimento tecnológico e científico do país. "Vamos
avançando a passos firmes em um projeto abrangente e ambicioso. O
Prosub é peça chave não apenas em nossa política de defesa, mas
também em nossa estratégia de desenvolvimento científico e
tecnológico. Estamos construindo mais um capítulo em defesa da
soberania nacional".
O presidente salientou que a construção
de um submarino com propulsão nuclear e com tecnologia totalmente
brasileira, impulsionará também a outros setores tecnológicos,
tais como a medicina e a matriz energética, além de gerar empregos
de mão de obra extremamente especializada. O
ministro da Defesa, Raul Jungmann, destacou a importância do país
ter capacidade de dissuasão, alcançada com os submarinos, apesar de
ser um país pacífico. "Vai nos possibilitar a capacidade de
ter uma tecnologia que nos dê defesa, desenvolvimento e
produtividade. O Brasil é um país provedor de paz. O Brasil é um
defensor da ordem internacional e do direito internacional dos povos.
Nós respeitamos a soberania e não aceitamos a solução pela força
e a ingerência seja de quem for e por qual motivo. Mas infelizmente
na ordem internacional prevalece a anarquia e não o direito. Por
isso o Brasil precisa de capacidade de dissuasão para defender a sua
soberania, o seu território e os seus interesses. Embora pacífico,
não é desarmado e nunca será desarmado na defesa de seu povo e dos
seus interesses".
A
montagem de uma submarino envolve uma elevada gama de sofisticações
tecnológicas, os segmentos foram construídos na Unidade de
Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), também em Itaguaí, e
foram transportados em três etapas. A primeira, no dia 14 de
fevereiro, levou para o local da montagem, distante cinco quilômetros
do local de fabricação, uma parte com 39,86 metros de comprimento,
12,30 de altura e pesando 619 toneladas. A segunda parte, com 18
metros de comprimento e 370 toneladas, foi transportada no dia 4 de
fevereiro. O último segmento, com 14 metros e 190 toneladas, foi
movimentado no dia 8 de fevereiro.
O
comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal
Ferreira, ressaltou que o país recupera com o projeto a capacidade
de construção de submarinos. O primeiro será incorporado à frota
em 2019 e, até 2023, um por ano. Ele admitiu um atraso de dois anos
no projeto, devido principalmente a dificuldades relativas a cortes
orçamentários. "Os atrasos ocorreram por dois aspectos, o
orçamentário, que todos da esfera federal tiveram, e o técnico,
envolvidos com o modelo, que é mais comprido que o francês. O
submarino que vamos receber em 2019 estava previsto para 2017",
disse o almirante.
Além
dos quatro submarinos convencionais, o Prosub, lançado em 2008 num
acordo de transferência de tecnologia com a França, também está
construindo o primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, com
tecnologia totalmente brasileira. A previsão é que o submarino
nuclear brasileiro fique pronto em 2029. O Brasil conta atualmente
com cinco submarinos, sendo um da classe Tikuna, construído no
Brasil e que ficou pronto em 2008, e quatro da classe Tupi, sendo o
primeiro construído na Alemanha entre 1987 e 1989 e os outros três,
iguais ao alemão, montados no Brasil, mas sem transferência de
tecnologia, nas décadas de 1990 e 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário