Por: Redação OD
A
arte da camuflagem
sempre foi um dos lados mais fortes do soldado russo. Durante
décadas, os militares inventaram e aplicaram na prática muitas
técnicas de
escaramuças
que os
permitiram
surpreender seus
adversário. Os treinos pouco diferem do reide real contra a
retaguarda do inimigo: assim como na guerra, os soldados não devem
ser notados, movendo-se sem fazer barulho e usando efetivamente o
terreno para ganhar vantagens. Nesta
semana, batedores militares de reconhecimento da base militar russa
de Gyumri deram início aos exercícios de inverno.
Técnica
combinada
Uma das instruções mais abrangentes dos soldados continua sendo o Manual de 1985, publicado pela editora militar do Ministério da Defesa russo, Voenizdat. Segundo estas instruções, durante inverno, o qual é o período do ano mais difícil para camuflar as tropas pois o fundo da neve, por conte de sua homogeneidade da superfície, dificulta a camuflagem, já que na neve são bem visíveis os vestígios da atividade das tropas e objetos militares, em especial se observados do alto. Ao mesmo tempo, a neve é um material em livre acesso, e as nevadas ajudam a esconder objetos e vestígios. No
inverno, a
camuflagem principal
utilizada
é
um roupão especial coberto de tinta de proteção branca. Em um
campo cheio de neve, o soldado se torna
invisível ao inimigo caso não haja vegetação
ou buracos. Se a neve estiver um pouco derretida, o roupão é
coberto por manchas escuras. Muitos dos roupões são produzidos em
dupla face para dar a chance de o militar trocá-lo pelo avesso.
Faixas
e snorkel de 'tromba'
Para disfarçar o rosto, oficiais de inteligência vestem máscaras de tecido com pequenas aberturas nas regiões dos olhos, nariz e boca. As máscaras podem vir com “snorkel”
em forma de tromba,
para que o ar condensado não seja liberado e percebido pelo inimigo.
Além disso, o
snorkel
ajuda a conservar o calor. Quanto às armas, elas podem ser
facilmente disfarçadas com faixas brancas do kit de primeiros
socorros individual. Os batedores prestam atenção especial à
neutralização do barulho. Por exemplo, durante a Grande Guerra pela
Pátria (Segunda
Guerra Mundial),
os
soldados
antes de pisarem
na neve jogavam casacos de pele pelo solo para abafar o
barulho
das pegadas sem deixar vestígio algum.
Rede
e jornais
A coisa mais difícil é saber esconder os equipamentos militares por causa dos seus tamanhos e de
suas
formas geométricas. O manual ensina
ser completamente proibido posicionar equipamentos e armas militares
sem as
camuflagens
de inverno. Eles devem ser enterrados em buracos de terra para
contrastar com a neve. A coisa mais difícil é esconder equipamento
no período entre as estações de ano quando a cor branca não
é predominante. Neste caso, todos os equipamentos são pintados em
três cores. Com a chegada da neve, são repintados de branco.
Para
lidar com formas geométricas diferentes, as partes
sobressalentes normalmente são mais escuras, e as encurvadas
são mais claras. Se for necessário usar em combate as reservas
blindadas que não foram disfarçadas por falta de tempo, os soldados
terão de dar um jeito de camuflá-las, como por exemplo, utilizar
uma rede branca, já que ela esconde as formas dos equipamentos
militares. Em fevereiro de 2017, tanquistas bielorrussos acordados
por sirenes de ataque, e literalmente em meia-hora conseguiram
"pintar" seus veículos militares na cor do inverno. Eles
encontraram em algum lugar jornais velhos, molharam as folhas e
cobriram o equipamento. O frio somente ajudou a fixar as folhas
ao ferro dos equipamentos. Assim, mais uma vez os tanquistas provaram
que a sagacidade dos soldados não tem limites.
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